Ibovespa (IBOV) sobe com Vale (VALE) e exterior e fecha fevereiro no azul
O principal índice da bolsa paulista acelerou na última hora e fechou a sexta-feira pré-feriado em alta, apoiado pela Vale (VALE3), embora com os mercados globais atentos aos desdobramentos da guerra na Ucrânia.
O Ibovespa (IBOV) subiu 1,39%, a 113.141,94 pontos.
O volume financeiro da sessão foi de 39,5 bilhões de reais.
No acumulado de fevereiro, o índice teve alta de 0,9%, terceiro avanço mensal seguido, enquanto na semana marcou ganho de 0,2%.
Os mercados globais de ações tiveram ganhos, reagindo a sanções coordenadas de Estados Unidos e aliados contra a Rússia, após invasão da Ucrânia, mas que não bloquearam o país de um sistema global de pagamentos ou atingiram de forma robusta o setor de energia.
Os índices mais importantes em Wall Street fecharam em disparada. Destaque para o S&P 500, que subiu 2,2%, e o Dow Jones, que escalou 2,5%.
O Ibovespa ganhou terreno no final do pregão que antecede o feriado prolongado do Carnaval, até a retomada na tarde da próxima quarta-feira.
Lucas Monteiro, trader de multimercados da Quantitas, afirmou que o Ibovespa se mostrou menos volátil nos últimos dias do que os principais índices acionários norte-americanos, o que ajuda a explicar um avanço mais contido nesta sessão.
“Via de regra, países mais arriscados e com prêmio de risco maior têm beta maior. E isso não aconteceu (com o Ibovespa) nos últimos dias.”
Para Cesar Mikail, gestor de renda variável da Western Asset, “como a composição do Ibovespa tem muito peso de commodities, elas acabam sendo um colchão no índice”, disse, lembrando que a guerra na Ucrânia levou os preços de materiais, como petróleo, para cima.
Mikail afirma que o índice local segue em nível atrativo e pode seguir recebendo fluxo de capital estrangeiro, dependendo do desenrolar das questões na Ucrânia, especialmente quanto às sanções a serem impostas à Rússia.
Destaques do Mês
Sulamérica (SULA11) disparou 38,6% e foi a melhor ação do mês de fevereiro no índice, após anúncio na quarta-feira de acerto para venda ao grupo hospitalar Rede D’Or, em acordo que avaliou a seguradora em 13 bilhões de reais.
Qualicorp (QUAL3) ficou na ponta oposta e foi a ação do índice com maior recuo, de 30,1%.
O papel já vinha em tendência negativa, ampliada nos últimos pregões por causa do negócio entre SulAmérica e Rede D’Or.
Como a Rede D’Or tem 25% da Qualicorp, o acordo gerou dúvidas sobre o futuro da empresa.. A ação caiu 7,2% nesta sexta.
Rede D’or (RDOR3) ficou com a segunda maior alta do Ibovespa em fevereiro, de 15,1%. Ainda que tenha ganhado após o acordo com a SulAmérica, o papel já vinha desempenhando um mês forte antes do anúncio.
BRF (BRFS3) caiu 25,2%, segunda maior queda do Ibovespa do mês. A ação iniciou o mês em baixa, após sua oferta de ações sair com desconto de 7,5%.
O papel tomou outro baque, após a companhia divulgar resultados.
Destaques da Sessão
Vale (VALE3) disparou 5,4%. A companhia teve lucro no quarto trimestre acima do esperado, com efeito de resultado financeiro, e anuncio de dividendos. Do lado negativo, anunciou provisão extra de 1,7 bilhão de dólares para descaracterização de barragens.
Executivos da Vale disseram que a guerra na Ucrânia pode impulsionar preços de níquel e pelotas de minério de ferro.
CSN (CSNA3) decolou 6,8%, Gerdau (GGBR4) subiu 4,9% e Usiminas (USIM5) ganhou 3,2%.
CCR (CCRO3) cedeu 5,2%, após registrar prejuízo de 133,2 milhões de reais no quarto trimestre.
IRB Brasil (IRBR3) recuou 3,2%, após diminuir prejuízo no quarto trimestre ano a ano, mas com aumento da sinistralidade.
Petrobras (PETR4) evoluiu 1,8% e a (PETR3) teve alta de 1,9%.
O petróleo caiu, após escalada vertiginosa nos últimos dias por conta da guerra na Ucrânia.
3R Petroleum (RRRP3) avançou 5,6% e Petrorio (PRIO3) teve acréscimo de 3,9%.
Hypera (HYPE3) subiu 2,8%, após projetar uma elevação de 24% para seu Ebitda em 2022.
A farmacêutica anunciou aumento de 12,1% no lucro do quarto trimestre ante mesma etapa de 2020.