Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) só tem olhos para um lugar na semana antes do Natal

19 dez 2022, 8:17 - atualizado em 19 dez 2022, 8:17
Ibovespa
Ibovespa inicia semana que antecede o Natal de olho no noticiário político em Brasília, com STF, Centrão e Lula em campo (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) inicia a semana do Natal de olho em Brasília, onde o noticiário político deve agitar o pregão nesta reta final do ano. A decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) de retirar o Bolsa Família do teto dos gastos dias antes da votação da PEC da Transição na Câmara desfaz o espírito natalino na capital federal.

Com o Bolsa Família fora da regra fiscal, o ministro Gilmar Mendes abriu caminho para furar a resistência do Centrão em aprovar a proposta amanhã. Aliás, as cobranças do bloco de partidos comandado por Arthur Lira têm irritado o PT, que classifica os movimentos como “chantagem”. 

Portanto, o que está em jogo é a governabilidade do governo e do presidente eleito a partir de 2023. Em campo, Centrão e PT travam uma disputa tão emocionante quanto a final da Copa do Mundo de 2022 entre Argentina e França no Catar. Assim como a vitória dos hermanos consagrou Lionel Messi, o duelo entre Lira e Lula também é decisivo.

Ainda mais com os deputados aguardando a palavra final do STF sobre o orçamento secreto. O julgamento deve ser finalizado hoje com os votos de Mendes e Ricardo Lewandowski. Por ora, o placar está em 5 a 4 e a expectativa é de que o esquema de emendas do relator seja considerado ilegal. 

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Ibovespa também olha para fora

A questão é que no apagar das luzes de 2022 a decisão em Brasília deve ter pouco impacto sobre os mercados domésticos. Isso porque a incerteza sobre as políticas econômicas do próximo governo tende a manter o vaivém entre os ativos. Ao menos até a posse do novo presidente e a nomeação completa dos futuros ministros. 

Com isso, os investidores devem manter uma postura defensiva, optando por ações de qualidade e buscando proteção no dólar. Ainda mais com o sentimento volátil no exterior em relação ao risco, em meio às dúvidas sobre o plano de voo do Federal Reserve e à reabertura econômica na ChinaEnquanto o aperto da taxa de juros nos Estados Unidos amplia o receio de uma recessão, o fim da política de Covid Zero favorece mais a economia chinesa do que o mundo

Confira o desempenho dos mercados financeiros por volta das 8h:

EUA: o futuro do Dow Jones tinha alta de 0,34%; o do S&P 500 subia 0,43%; enquanto o Nasdaq subia 0,54%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) subia 2,48% no pré-mercado; nos ADRs, o da Petrobras tinha alta de 2,13%, enquanto o da Vale cedia 0,31%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 avançava 0,67%; a bolsa de Frankfurt subia 0,66%; a de Paris ganhava 0,79% e a de Londres tinha alta de 0,51%;

Câmbio: o índice DXY tinha baixa de 0,22%, a 104.47 pontos; o euro subia 0,31%, a US$ 1,0620; a libra subia 0,56%, a US$ 1,2209; o dólar tinha queda de 0,45% ante o iene, a 136,08 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,521%, de 3,489% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,182%, de 4,204%, na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro subia 0,32%, a US$ 1.805,90 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,39%, a US$ 74,75 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,37%, a US$ 79,35 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em queda de 2,55%, a 803 yuans a tonelada métrica, após ajustes.