Ibovespa (IBOV): Só 4 ações se salvam da pior queda mensal desde 2020; veja quais
O Ibovespa terminou o mês de forma melancólica, com queda de 1,08%, a 98.551,95 mil pontos. Em junho, a bolsa despencou 11,51% e perdeu os 100 mil pontos em meio à alta de juros e o medo de recessão nos Estado Unidos.
Foi a pior queda desde março de 2020, quando o índice registrou perdas de quase 30% por conta da pandemia do coronavírus no Brasil.
A Ágora Investimentos lembra que durante o mês de junho, se consolidou a movimentação dos bancos centrais mundiais no processo de atuação em políticas monetárias contracionistas.
“Dado que os bancos centrais ao redor do mundo estão praticando a mesma política, uma vez que a inflação é um fenômeno mundial e as medidas para combatê-la são as mesmas, poderíamos dizer que existe um movimento sincronizado de alta de juros ao redor do mundo”, coloca.
Aqui no Brasil, o ciclo monetário de aperto já engloba 11 altas e ainda não acabou. “Porém, percebe-se que o BC não tem intenção de ir muito mais longe em termos de Selic termina”, completa.
Veja a seguir as empresa que lideraram as altas
3º WEG: cara ou barata?
A ação da WEG (WEGE3) conseguiu manter o fôlego em junho, mas acumula perdas de 17,4% no ano. No mês, alguns analistas, como XP, BTG Pactual e UBS, alteraram a recomendação do papel, afirmando que a ação está barata.
De acordo com o BTG, a WEG tem uma das melhores histórias de criação de valor dentro do mercado de ações brasileiro.
“Os fundamentos estão mais fortes que nunca, refletindo sua impressionante entrega durante a pandemia e reforçando seu modelo de negócios à prova de crise”, afirmam Lucas Marquiori, Fernanda Recchia e Aline Gil, analistas do BTG que assinam o relatório divulgado nesta segunda.
A principal razão do rating neutro do BTG para a WEG era o prêmio exagerado da ação em relação aos pares globais. Porém, após cair cerca de 30% no acumulado do ano, o papel passou a oferecer bom ponto de entrada.
A XP Investimentos reforça a perspectiva positiva para a empresa. A corretora parte da mesma perspectiva: as ações estão atrativas após a queda das ações em 2022.
Já o UBS cortou o preço-alvo da WEG de R$ 35 para R$ 30, potencial de elevação de 15% em relação ao último fechamento. Além disso, reafirmou a recomendação neutra.
Segundo o banco suíço, a ação da companhia está barata, “mas nem tanto”.
Os analistas Alberto Valério, Andressa Varotto e Isabella Lamas dizem que incorporaram o resultado do primeiro e quarto trimestre da companhia, além de uma valorização do real, no preço.
Para o Itaú BBA, o papel da WEG não é uma boa opção para o segundo semestre.
O Itaú retirou a WEG das recomendações para os próximos seis meses, destacando uma perda de 32,3% desde sua inclusão em setembro de 2021.
“Pensávamos que, como um nome de alta qualidade e líquido, o estoque seria mais defensivo em um cenário macro mais difícil, mas vimos isso sofrendo como a maioria muitas histórias fizeram nos últimos meses”, diz o relatório.
A ação subiu 4,33% no mês.
2º Fleury
A ação da Fleury entrou na lista de última hora, após anunciar fusão com a Hermes Pardini, e disparar 15% na sessão desta quinta-feira (30).
O BTG Pactual calcula que a Pardini está sendo avaliado em R$ 2,51 bilhões, ou um prêmio de 14% sobre o fechamento da ação de ontem.
Os analistas Samuel Alves, Yan Cesquim e Pedro Lima classificaram o acordo como positivo.
Segundo o trio, além da exposição geográfica complementar (a Fleury tem operações consideráveis em São Paulo e Rio, enquanto o Hermes Pardini está focado nos estados de Minas Gerais e Goiás) o negócio melhora o posicionamento para negociar as condições comerciais com os operadores nacionais de hospital.
O BTG afirma que a avaliação do Fleury é indiscutivelmente barata, “mas acreditamos que uma reclassificação efetiva agora dependerá da captura dessas sinergias e da estratégia de alocação de capital do Fleury, que atualmente não é totalmente compreendida pelos investidores e deve permanecer em destaque (na esteira da próxima aumento de quase R$ 1 bilhão)”.
“Enquanto aguardamos mais clareza na alocação de capital, mantemos nossa classificação neutra para Fleury, mas agora definitivamente com um viés positivo”, completa.
A ação subiu 6,72% no mês.
1º Eletrobras preferencial classe B (ELET6) e Eletrobras ordinária (ELET3)
E a Eletrobras encerrou o mês com maior alta, com as ações preferenciais classe B (ELET6) subindo 12,18% e Eletrobras ordinária (ELET3) saltando 9,73%.
O papel subiu em meio à capitalização da companhia. Mais cedo, o Bank of America reforçou a recomendação de compra para as ações e estipulou um novo preço-alvo de R$ 62, contra R$ 50 anteriormente.
Segundo o banco norte-americano, a Eletrobras oferece 21% Ebitda CAGR estimado entre 2022-25, parcialmente protegido contra a estagflação, além de potencial de re-rating, risco de alta do VPL (valor presente líquido) devido a uma melhora na estrutura de capital e um potencial de valorização de 40% das ações para o novo preço-alvo.
A Eletrobras é uma das top picks do BofA, que enxerga quatro gatilhos para a ação destravar o upside de 40%:
De acordo com Tahara, da Benndorf, a expectativa é que a nova governança da Eletrobras traga melhorias e eficiências operacionais, assim como a possibilidade de novos investimentos, com modernização dos ativos e diversificação de sua matriz energética.
O analista vê com bons olhos a privatização, pois deve reduzir os riscos de governança e, consequentemente, ocasionar um re-rating no valuation.
“Atualmente, vemos a empresa negociando a cerca de 4,60x EV/EBITDA 2023. Nesse sentido, vemos a ação com um significativo desconto ante aos pares privados”, afirma.
“No geral, o processo de melhoria e ganhos de eficiência operacional deve acontecer ao longo dos anos e não no curto prazo, mas vemos com bons olhos o investimentos nas ações da companhia com foco no longo prazo”, explica Tahara.
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