Ibovespa (IBOV) segura o jogo até Powell entrar em campo, mas está de olho em outra dobradinha
O Ibovespa (IBOV) deve seguir com pouca tendência definida nesta terça-feira (7). Ao menos até o meio-dia, quando o presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, entra em campo. Até lá, a bolsa brasileira deve segurar o jogo, tendo um pregão arrastado, ainda refém do impacto da China nas commodities e apostando no novo arcabouço fiscal.
Mas é o discurso do chairman no Congresso dos Estados Unidos que dá ritmo aos mercados hoje. Como se sabe, Powell costuma deixar para outros integrantes do Fed o “trabalho sujo” de calibrar as expectativas em relação à taxa de juros.
Foi assim no ajuste das previsões de cortes ainda neste ano; e será assim também na modulação do nível da taxa terminal. Por ora, a estimativa é de que o ciclo de aperto monetário esteja perto do fim, indo até 5,5%.
No entanto, ainda não está totalmente descartado o risco de os juros nos EUA superarem esse nível rumo à faixa de 6%. Assim, a fala de Powell é apenas mais uma peça do quebra-cabeça que os investidores tentam montar até a próxima reunião do Fomc, no fim deste mês.
Antes disso, também saem os números oficiais sobre o emprego (payroll), na sexta-feira, e a inflação ao consumidor (CPI), na semana que vem. Combinados, esses eventos devem consolidar o tamanho do novo aperto dos juros – se de 0,25 pp ou de 0,50 pp.
Ibovespa aposta em dobradinha
Aliás, março reserva mais uma Super Quarta, em um nova dobradinha entre Fed e Copom no anúncio das decisões de juros. A esperança do mercado doméstico é de que o conjunto de regras fiscais do país seja conhecido antes disso.
Mais que isso, espera-se por uma trégua prolongada entre o governo e o Banco Central. Ainda mais diante da boa relação que o ministro Fernando Haddad (Fazenda) parece ter com o presidente do BC, Roberto Campos Neto.
Com os dois jogando juntos, talvez essa convivência possa render bons frutos, como um corte na taxa Selic em breve. O problema é que o governo está atrapalhando o time econômico.
A ala política resolveu deixar a nova regra fiscal de lado, colocando como prioridade o programa de renegociação de dívidas Desenrola. Assim, a regra que substituirá o teto de gastos ainda não está clara.
Nessas idas-e-vindas, a dinâmica de curto prazo dos ativos de risco tende a seguir mais volátil. Ao menos até que haja maior clareza para o resultado final da partida, tanto aqui quanto lá fora.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:
EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,07%; o do S&P 500 avançava 0,19% e o Nasdaq tinha alta de 0,31%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) subia 3,03 no pré-mercado; entre os ADRs, o da Vale caíam 0,18% e os da Petrobras recuavam 0,26%
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,20%; a bolsa de Frankfurt ganhava 0,30%, a de Paris subia 0,24% e a de Londres crescia 0,29%;
Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em alta de 0,25%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 0,33% e a Bolsa de Xangai recuou 1,11%;
Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,09%, 104.45 pontos; o euro caía 0,22%, a US$ 1,0663; a libra recuava 0,14%, a US$ 1,2011; o dólar subia 0,06% ante o iene, a 136,00 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,936%, de 3,965% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,867%, de 4,901% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,31%, a US$ 1.848,90 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 0,20%, a US$ 80,30 o barril; o do petróleo Brent recuava 0,24%, a US$ 85,97 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em alta de 0,78% em Dalian (China), a 904,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.