Ibovespa (IBOV) se descola do exterior com avanço da pauta econômica no cenário político
O Ibovespa (IBOV) reage nesta quarta-feira (24) à aprovação do novo arcabouço fiscal ontem na Câmara com um apoio massivo dos deputados. O placar de 372 votos a favor e 108 contra mostra que os ajustes feitos na proposta original, em especial a que retira o aumento automático nos gastos do governo, tornou o texto ainda mais satisfatório.
Agora, a matéria segue para apreciação do Senado, onde precisa de pelo menos 41 votos. O avanço da pauta econômica na cena política abre espaço para o Ibovespa voltar a andar, depois de cair ontem pelo segundo dia seguido. Porém, a bolsa brasileira ainda tem um longo caminho antes de deixar de ser uma boa opção aos investidores.
- Ibovespa (IBOV) tem longo caminho para ‘andar’ (antes da Selic cair) e mira os 120 mil pontos
- ‘É a política (…)’ que dita o rumo dos mercados nesta semana
Aliás, há quem diga que os 120 mil pontos estão logo ali. Afinal, os mercados estão cada vez mais convictos de que a taxa Selic em 13,75% está com os dias contados. Essa convicção provoca a retirada de prêmios nos juros futuros e transforma o real brasileiro na melhor moeda do mundo, com o dólar buscando um novo nível abaixo de R$ 5,00.
Ibovespa é a boa história
Enquanto isso, Wall Street vai dando os primeiros sinais de reação negativa ao impasse nas negociações sobre o teto da dívida nos Estados Unidos. Apesar da confiança de que haverá um acordo entre republicanos e democratas – nem que seja ‘nos acréscimos do segundo tempo” – os investidores estão cada vez mais sensíveis aos poucos avanços.
Além disso, ainda há dúvidas sobre qual será o próximo passo do Federal Reserve. Embora a expectativa majoritária (70%) seja de pausa no ciclo de aperto, o recente discurso duro (hawkish) de membros do Fed resgatam as chances de um novo aumento de 0,25 ponto. A ata do Fomc, que sai hoje (15h), pode trazer pistas sobre a decisão em junho.
Portanto, por mais que o noticiário doméstico continue negativo, tendo quem discute novamente sobre uma nova “dominância fiscal” e insiste que os ativos locais são um “conto”, o cenário interno vai se descolando do exterior. E isso confirma a visão de que o Brasil é a história ‘longa’ (comprada) em um mundo ‘curto’ (vendido).
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:
EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,42%; o do S&P 500 recuava 0,40% e o Nasdaq cedia 0,32%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) tinha leve baixa de 0,03% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Petrobras oscilavam em alta de 0,08%, enquanto os da Vale caíam 1,50%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 1,69%; a bolsa de Frankfurt tinha queda de 1,72%, a de Paris cedia 1,82% e a de Londres caía 1,79%
Ásia: a Bolsa de Tóquio fechou em queda de 0,89%; na China, Hong Kong cedeu 1,62% e a Bolsa de Xangai recuou 1,28%;
Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,26%, 103.76 pontos; o euro caía 0,19%, a US$ 1,0751; a libra tinha queda de 0,40%, a US$ 1,2366; o dólar oscilava com -0,04% ante o iene, a 138,53 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,687%, de 3,701% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,291%, 4,280% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro ganhava 0,14%, a US$ 1.977,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,58%, a US$ 74,07 o barril; o do petróleo Brent avançava 1,43%, a US$ 77,94 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em baixa de 2,66% em Dalian, a 696,50 yuans (após ajustes).