Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) se descola do exterior com avanço da pauta econômica no cenário político

24 maio 2023, 7:56 - atualizado em 24 maio 2023, 7:56
Ibovespa reage à aprovação do novo arcabouço fiscal na Câmara e mira os 120 mil pontos, com avanço na cena política descolando o Brasil dos EUA (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) reage nesta quarta-feira (24) à aprovação do novo arcabouço fiscal ontem na Câmara com um apoio massivo dos deputados. O placar de 372 votos a favor e 108 contra mostra que os ajustes feitos na proposta original, em especial a que retira o aumento automático nos gastos do governo, tornou o texto ainda mais satisfatório. 

Agora, a matéria segue para apreciação do Senado, onde precisa de pelo menos 41 votos. O avanço da pauta econômica na cena política abre espaço para o Ibovespa voltar a andar, depois de cair ontem pelo segundo dia seguido. Porém, a bolsa brasileira ainda tem um longo caminho antes de deixar de ser uma boa opção aos investidores

Aliás, há quem diga que os 120 mil pontos estão logo ali. Afinal, os mercados estão cada vez mais convictos de que a taxa Selic em 13,75% está com os dias contados. Essa convicção provoca a retirada de prêmios nos juros futuros e transforma o real brasileiro na melhor moeda do mundo, com o dólar buscando um novo nível abaixo de R$ 5,00.

Ibovespa é a boa história

Enquanto isso, Wall Street vai dando os primeiros sinais de reação negativa ao impasse nas negociações sobre o teto da dívida nos Estados Unidos. Apesar da confiança de que haverá um acordo entre republicanos e democratas – nem que seja ‘nos acréscimos do segundo tempo” – os investidores estão cada vez mais sensíveis aos poucos avanços.   

Além disso, ainda há dúvidas sobre qual será o próximo passo do Federal Reserve. Embora a expectativa majoritária (70%) seja de pausa no ciclo de aperto, o recente discurso duro (hawkish) de membros do Fed resgatam as chances de um novo aumento de 0,25 ponto. A ata do Fomc, que sai hoje (15h), pode trazer pistas sobre a decisão em junho.   

Portanto, por mais que o noticiário doméstico continue negativo, tendo quem discute novamente sobre uma nova “dominância fiscal” e insiste que os ativos locais são um “conto”, o cenário interno vai se descolando do exterior. E isso confirma a visão de que o Brasil é a história ‘longa’ (comprada) em um mundo ‘curto’ (vendido).

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,42%; o do S&P 500 recuava 0,40% e o Nasdaq cedia 0,32%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) tinha leve baixa de 0,03% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Petrobras oscilavam em alta de 0,08%, enquanto os da Vale caíam 1,50%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 1,69%; a bolsa de Frankfurt tinha queda de 1,72%, a de Paris cedia 1,82% e a de Londres caía 1,79%

Ásia: a Bolsa de Tóquio fechou em queda de 0,89%; na China, Hong Kong cedeu 1,62% e a Bolsa de Xangai recuou 1,28%;

Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,26%, 103.76 pontos; o euro caía 0,19%, a US$ 1,0751; a libra tinha queda de 0,40%, a US$ 1,2366; o dólar oscilava com -0,04% ante o iene, a 138,53 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,687%, de 3,701% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,291%, 4,280% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro ganhava 0,14%, a US$ 1.977,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,58%, a US$ 74,07 o barril; o do petróleo Brent avançava 1,43%, a US$ 77,94 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em baixa de 2,66% em Dalian, a 696,50 yuans (após ajustes).

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