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Ibovespa (IBOV) reverterá tendência de baixa no curto prazo? Entenda o ‘respiro’ que o índice pode ter

27 ago 2023, 16:00 - atualizado em 27 ago 2023, 8:50
Ibovespa
Ibovespa caminha para fechar agosto no vermelho (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Em agosto, o Ibovespa (IBOV) marcou até agora somente três sessões no azul. Este mês também entrou para a história da Bolsa doméstica após o índice de referência registrar a maior sequência de quedas já vista no mercado local, de 13 pregões.

Diversos fatores explicam o movimento de correção que postergou o tão aguardado rali pós-corte de juros no Brasil. Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, diz que uma “tempestade perfeita local e internacional” atingiu o mercado.

Em terras nacionais, Spiess cita a tensão fiscal em meio a votação do novo arcabouço fiscal – aprovado nesta semana na Câmara dos Deputados com descarte da mudança inserida pelo Senado que alterava o período do cálculo da inflação – e um período de temporada de resultados que, como esperado, trouxe ruídos para a Bolsa.

Enquanto isso, no exterior, a alta dos yields dos Treasuries nos Estados Unidos “sugou” o capital que, até então, vinha entrando na B3.

“Em agosto, está só saindo dólar. E a gente precisa desses estrangeiros para dar uma segurada”, comenta o especialista.

Para completar, os mercados têm levantado a possibilidade de uma China entrando em recessão. Spiess lembra que a perspectiva de uma economia chinesa com crescimento abaixo do esperado, apesar da injeção de estímulos por parte do governo, fez com que as commodities sofressem pressão.

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Mais quedas à frente?

Semelhante a um dos motivos levantados por Spiess, a Genial Investimentos avalia que a tendência de baixa reflete o expressivo fluxo de saída recente de estrangeiros no mercado local.

De acordo com a corretora, a menos que o capital retorne (seja por canais externos ou por impulso local), a Bolsa pode permanecer em baixa ou mostrar padrão lateralizado.

Tal cenário pode persistir, especialmente na ausência de notícias favoráveis ou diante de deteriorações no cenário econômico global”, comenta o estrategista de ações Filipe Villegas, em relatório atualizado na quarta (23).

Para a Genial, portanto, pode haver espaço para uma extensão da tendência negativa. Por outro lado, caso os fundamentos econômicos do Brasil se mantiverem estáveis, sem deterioração significativa, o mercado pode reverter o cenário no curto prazo.

“Esse respiro pode vir na forma de fluxo comprador, especialmente de investidores locais, que, em contraste com investidores estrangeiros, podem ter uma visão mais otimista ou uma melhor compreensão dos nuances locais”, completa Villegas.

IBOV a 130 mil pontos em 2023 é factível

A Genial destaca que, olhando para os fundamentos da Bolsa, os ativos brasileiros continuam atrativos – inclusive, com a relação risco-retorno “cada vez mais sugestiva”.

De acordo com a corretora, o Ibovespa está sendo negociado a 8 vezes P/L (preço sobre lucro) projetado em 12 meses vs. a média histórica de 11 vezes.

Excluindo Petrobras (PETR3;PETR4) e Vale (VALE3), o índice é negociado a 10,2 vezes P/L em 12 meses, também abaixo da média histórica de 12,2 vezes, acrescenta.

Spiess, da Empiricus, levanta que, historicamente, o primeiro mês após a flexibilização da política monetária é de queda. No entanto, na sequência, depois de 12 meses, o ganho é verificado.

Para o analista, o patamar dos 130 mil pontos para o Ibovespa levantado por várias casas ao fim do ano é factível. E, em 12 meses, é possível que o índice alcance os 150 mil pontos.

Spiess participou do Giro do Mercado e deu suas perspectivas sobre o mercado local após a aprovação do arcabouço fiscal no Congresso. Confira: