Ibovespa (IBOV) reage ao tom do Copom e à indefinição do Fed
O Ibovespa (IBOV) dedica o pregão desta quinta-feira (4) à reação ao comunicado do Comitê de Política Monetária (Copom). Os investidores viram na mensagem um tom mais suave (“dovish”), ao apontar como “menos provável” um eventual aumento dos juros.
Porém, isso não significa que o ciclo de cortes na taxa Selic terá início tão cedo. Ou seja, dificilmente será na próxima reunião, em junho. Talvez fique para o segundo semestre, mas não necessariamente já em agosto. Daí em diante, a Super Quarta volta à cena, de setembro a dezembro.
Até lá, o Ibovespa deve seguir com uma “bola de ferro no pé”. Afinal, com o juro básico em 13,75%, a renda variável tende a caminhar com dificuldades, em meio à concorrência desleal com a renda fixa. No entanto, essa premissa não vale apenas para os ativos de risco.
Afinal, a atividade brasileira também deve continuar se arrastando. Aliás, esse parece ser o problema. À medida que seguem focados no controle da inflação, os bancos centrais parecem simplesmente ignorar os sinais de alerta vindos da economia.
Ibovespa vê riscos que BCs ignoram
Isso vale principalmente para o Federal Reserve. Depois de anunciar o aumento da taxa de juros nos Estados Unidos pela décima vez, para o maior nível desde 2007, o presidente do Fed, Jerome Powell, afirmou que as condições financeiras dos bancos melhoraram.
Horas depois, mais um banco regional, o PacWest, desabava 50% no after hours em Nova York, em meio a relatos de que seria a quarta vítima da atual crise de crédito nos EUA. Não se trata de uma surpresa. Ainda mais após o resgate do First Republic Bank dias atrás.
A pergunta que fica então é: quando é que os BCs vão passar a enxergar os riscos que se avolumam justamente por causa do aperto dos juros? Até lá, a alta dos preços deve deixar de ser um problema, pois vai faltar crédito e, consequentemente, consumo, caminhando em direção a uma recessão. A ver, então, se o Banco Central Europeu (BCE) tem uma visão diferente.
Até por isso, os mercados estão divididos sobre o tamanho do aumento na taxa de juros na zona do euro. Não sabem se vem 0,25 ponto porcentual ou 0,50 pp. Por isso, tão importante quanto o anúncio da decisão (9h15), é a entrevista coletiva de Christine Lagarde (9h45). Afinal, no momento, tem mais peso o que os BCs dizem do que o que estão fazendo.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 8h:
EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,20%; o do S&P 500 tinha baixa de 0,23% e o Nasdaq oscilava com +0,08%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; assim como os ADRs da Vale; já os da Petrobras subiam 0,99%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 caía 0,75%; a bolsa de Frankfurt recuava 0,67%, a de Paris cedia 0,79%, enquanto a de Londres tinha queda de 0,78%;
Ásia: a Bolsa de Tóquio permaneceu fechada devido a um feriado; na China, Hong Kong subiu 1,27%, enquanto a Bolsa de Xangai voltou do feriado prolongado em alta de 0,82%;
Câmbio: o índice DXY oscilava em baixa de 0,05%, 101.30 pontos; o euro tinha leve baixa de 0,04%, a US$ 1,1061; a libra tinha leve alta de 0,05%, a US$ 1,2572; o dólar caía 0,19% ante o iene, a 134,49 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,359%, de 3,343% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,825%, de 3,838% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro subia 0,54%, a US$ 2.048,10 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,10%, a US$ 69,67 o barril; o do petróleo Brent caía 0,39%, a US$ 72,61 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) voltou do feriado prolongado na China e fechou em queda 1,47% em Dalian, a 704,50 yuans.