Ibovespa (IBOV) quer seguir para o alto e avante, mas exterior também importa
O Ibovespa (IBOV) tenta esticar os ganhos da véspera nesta sexta-feira (26), após a prévia da inflação em maio abaixo do esperado interromper a sequência de quedas da bolsa brasileira. O indicador alimentou expectativas de início de cortes da taxa Selic em agosto e sustenta um otimismo de curto prazo nos ativos locais.
Porém, o cenário externo também importa. Após o resultado mais forte do Produto Interno Bruto (PIB) dos Estados Unidos no primeiro trimestre deste ano rebater os temores de recessão, a dúvida é se a inflação irá cair o suficiente para atingir a meta. E é isso o que não está claro, no momento.
Assim, merece atenção hoje o índice de preços de gastos pessoais com consumo nos EUA (9h30). O chamado PCE é a medida de inflação preferida do Federal Reserve e pode definir as apostas dos mercados quanto a um aumento adicional de 0,25 ponto nos juros em junho. A ver, então, se o efeito será o mesmo provocado pelo IPCA-15.
Ibovespa na contramão do mundo
Afinal, o presidente do Fed, Jerome Powell, deixou em aberto as opções do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) na reunião do mês que vem. Foi uma sinalização que os investidores chamaram de “pausa dura (“hawkish”)”, deixando claro que as próximas decisões serão tomadas com base na “totalidade” dos indicadores econômicos.
No pano de fundo, também seguem no radar as negociações em Washington em relação ao teto da dívida dos EUA. Republicanos e democratas indicam estarem mais próximos de um acordo. Porém, os mercados só devem reagir à discussão caso haja sinais concretos de que haverá um shutdown do governo.
Enquanto isso, o teto de gastos no Brasil está com os dias contados. O avanço no Congresso das regras para o novo arcabouço reduz o risco fiscal e mantém o impulso no mercado doméstico, diante da mudança de perspectiva para os juros básicos. Portanto, o momento de virada do Ibovespa está perto e há quem diga que essa tendência está “apenas começando”.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:
EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve baixa de 0,03%; o do S&P 500 oscilava em queda de 0,01% e o do Nasdaq avançava 0,14%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) estava estável no pré-mercado; entre os ADRs, os da Petrobras subiam 0,26%, enquanto os da Vale subiam 1,94%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 ganhava 0,12%; a bolsa de Frankfurt cedia 0,18%, a de Paris oscilava com -0,02% e a de Londres tinha leve alta de 0,03%;
Ásia: a Bolsa de Tóquio fechou em alta de 0,37%; na China, a Bolsa de Xangai subiu 0,35%, enquanto a de Hong Kong permaneceu fechada devido a um feriado;
Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,22%, 104.02 pontos; o euro caía 0,12%, a US$ 1,0741; a libra tinha alta de 0,41%, a US$ 1,2372; o dólar cedia 0,25% ante o iene, a 139,71 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,787%, de 3,822% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,489%, 4,542% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 0,47%, a US$ 1.952,90 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,56%, a US$ 72,23 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,30%, a US$ 76,49 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em alta de 0,44% em Dalian, a 685,50 yuans (após ajustes).