Ibovespa (IBOV): Quem são os monstros no armário das ações brasileiras?
O principal índice de ações do mercado brasileiro bateu mais um recorde na semana passada: O maior período consecutivo de pregões em negatividade. Desde 1970 não se via tamanha sequência de perdas para a bolsa, mas, o que está por trás dessa “derrocada” dos 120 mil pontos?
Por exemplo, na última quinta-feira (17), o pregão encerrou em queda de 0,53%, aos 114.982 pontos. O dólar voltou a se aproximar do patamar dos R$ 5, tendo marcado no mesmo dia leve queda de 0,10%, cotado a R$ 4,98.
Uma análise simples nos mostra que o Ibovespa perdeu cerca de ¼ de sua ascensão meteórica de 20% dos últimos quatro meses, registrando, até o momento, uma queda 5,71% no mês de agosto.
Os responsáveis por esse “amedrontamento” do mercado Brasileiro tem nome e endereço fixo: China e Estados Unidos.
O fator crise chinesa
O monstro asiático enfrenta dentro de si uma crise que reverbera no mundo todo.
Um fator chave para o panorama atual chinês é a desaceleração econômica registrada no segundo trimestre; o período demonstrou um crescimento de apenas 6,3% ao ano, vindo aquém dos 7% esperado pelos analistas.
Inserido nesse universo do Produto Interno Bruto está a crise do setor imobiliário e construção civil, que compreende 25% das riquezas internas da China.
Nesse sentido, o mercado chines é o principal comprador de commodities minerais do Brasil, afetando diretamente as ações da Vale, empresa de siderurgia e uma das maiores ações dentro do Ibovespa, consequente, queda do índice brasileiro!
Os “fortes” juros dos EUA
Já o bicho papão americano é reconhecido e temido mundialmente pelo seu cenário de juros. A última ata do FOMC indicou que os juros na terra do Tio Sam podem subir mais uma vez, caso necessário, na próxima reunião marcada para setembro.
Refletindo o cenário de hawkish, o mercado de juros futuros têm colocado um preço maior no retorno dos títulos soberanos ao redor do globo. Então, só os rendimentos das Treasuries americanas de 30 anos subiram 4,35% a 4,39%; os títulos de 10 anos subiram de 4,25% para 4,29%.
Nesses cenários de incerteza é comum acontecer uma aversão ao risco, fazendo os investidores migrarem para a “renda fixa”, oferecendo tanto a possibilidade de uma rentabilidade superior como de um ambiente mais seguro; consequentemente a situação afasta diretamente investimentos da bolsa brasileira.
É o fim da positividade do Ibovespa?
Para o final de 2023, a XP Research projeta o índice brasileiro em 133.190 pontos, uma média alinhada a um preço justo.
Mesmo com as incertezas de curto prazo, o otimismo tem manutenção para o final do ano. Da mesma forma, é esperada uma correção nos preços da bolsa americana e seus principais indicadores, como do S&P 500.