Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV): Powell põe mercados de joelhos ao tom de juros altos, bolsas baixas

08 mar 2023, 8:11 - atualizado em 08 mar 2023, 8:11
Ibovespa segue sob impacto do tom duro na fala do presidente do Fed, Jerome Powell, e é apenas coadjuvante no cenário de juros mais altos por mais tempo nos EUA (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) inicia o pregão desta quarta-feira (8) ainda sob impacto do presidente do Federal Reserve, Jerome Powell. O tom duro (“hawkish”) dele ontem sinalizou que o Fed não apenas deve apertar a taxa de juros até 6% neste ano, como também indicou que uma alta de 0,50 ponto porcentual (pp) neste mês está na mesa.

“Quem diria?”, indagam os investidores que preferiam acreditar na possibilidade de um “pivô” do Fed ainda em 2023, zombando da resiliência da inflação. Não é de hoje que soam alertas ao mercado financeiro chamando a atenção para o risco real de juros mais altos por mais tempo (higher for longer) nos Estados Unidos.

Esse cenário demanda um ajuste nos preços, tanto dos ativos de risco quanto da economia. Afinal, o combate à alta dos preços é mais complicado do que conter a demanda ou adequar a oferta. Ainda mais diante de um mercado de trabalho aquecido, em que os trabalhadores estão compensando a pressão no bolso por meio de salários mais altos. 

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Ibovespa é coadjuvante na cena global

Ou seja, a fala de Powell ontem e a nova rodada de declarações hoje (12h) ajudam a montar o quebra-cabeça até a próxima reunião do Fomc. Combinadas aos números oficiais sobre o emprego (payroll), na sexta-feira, e à inflação ao consumidor (CPI), na semana que vem, os mercados irão consolidar o tamanho do novo aperto no fim do mês.

Afinal, qual é a chance dele desdizer hoje o que falou ontem? Com o passar dos dias, os mercados globais podem até tentar melhorar o humor. Aliás, o sinal positivo dos índices futuros das bolsas de Nova York dão essa sinalização para hoje. Porém, o ímpeto para os negócios mudou em direção a um movimento global e coordenado de aversão a risco. 

Nessa dinâmica, a bolsa brasileira é apenas coadjuvante, ao passo que o dólar serve de abrigo. Ainda mais diante dos sinais trocados emitidos pelo governo, que deixou a nova regra fiscal de lado, minando a esperança de queda da taxa Selic em breve, caso a proposta não seja apresentada antes da reunião do Copom.

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h55:

EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,11%; o do S&P 500 avançava 0,11% e o Nasdaq tinha alta de 0,15%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) caía 1,06% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale subiam 0,43%, enquanto os da Petrobras tinham leve baixa de 0,09%

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 0,24%; a bolsa de Frankfurt oscilava com +0,06%, a de Paris cedia 0,31% e a de Londres recuava 0,20%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em alta de 0,48%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, afundou 2,35% e a Bolsa de Xangai teve leve baixa de 0,06%;

Câmbio: o índice DXY tinha alta de 0,08%, 105.69 pontos; o euro caía 0,07%, a US$ 1,0542; a libra subia 0,08%, a US$ 1,1835; o dólar subia 0,17% ante o iene, a 137,39 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,978%, de 3,970% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 5,032%, de 5,015% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha queda de 0,13%, a US$ 1.817,60 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 0,18%, a US$ 77,44 o barril; o do petróleo Brent subia 0,06%, a US$ 83,34 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em alta de 0,72% em Dalian (China), a 911 yuans a tonelada métrica, após ajustes.