Mercados

Ibovespa (IBOV) pode queimar ganhos do ano e tem em decisão de juros ‘divisor de águas’

02 maio 2022, 13:57 - atualizado em 02 maio 2022, 13:58
Ibovespa
Analistas já veem Ibovespa abaixo dos 100 mil pontos, em meio ao cenário econômico nada animador. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) tem mais um dia complicado para investidores, enquanto analistas avaliam possíveis impactos das decisões de juros no Brasil e nos Estados Unidos nesta semana.

Por volta das 13h10, o principal índice brasileiro tombava 1,93%, aos 105 mil pontos.

Segundo analistas consultados pelo Money Times, a queda do Ibovespa reflete o recuo da atividade econômica chinesa.

O PMI da indústria de abril medido pela Caixin/Markit caiu de 48,1 para 46,0, o mais baixo desde fevereiro/2020, acentuando a contração da atividade manufatureira no país. O PMI da indústria no mês oficial, medido pelo governo, recuou de 49,5 para 47,4, abaixo dos 48 previstos.

Isso impactou diretamente o principal setor da Bolsa: as commodities. Vale (VALE3) exibia recuo de 2,02% e Petrobras (PETR4) caía 2,51%.

“Nesse momento, operamos com viés negativo. Estamos com a expectativa da Super Quarta, com Copom e Fed”, coloca Fabrício Gonçalvez, CEO da Box Asset Management.

Para ele, a inflação é “o grande câncer mundial” para ser curado neste momento – a cura, diz, vem por meio de juros.

Bruno Komura, analista da Ouro Preto Investimentos, lembra que a bolsa brasileira tem uma correlação muito alta com a China.

“O movimento de aversão a risco é por causa do Fed. Tem grandes chances de vir um discurso hawkish [duro, de forte aperto monetário] para controlar a inflação”, completa.

Ele comenta que está muito difícil avaliar como será o movimento da bolsa nós próximos dias.

“Com as informações que temos hoje, achamos que a bolsa deve ficar de lado porque não temos gatilhos para uma valorização sólida/robusta (por mais que no relativo, o Brasil esteja melhor que muitas economias) e a tendência é de deterioração lá fora”, avalia.

Para o analista, a eleição causa “bastante incerteza, mas parece que as preocupações estão superestimadas”.

Pedro Gaudi, da Mirae Asset, pontua que as bolsas lá fora estão caindo e os riscos fiscais e eleições estão provocando fuga de capital estrangeiro da bolsa. “Ibovespa tem tudo para queimar os ganhos do ano em breve”, completa.

Divisor de águas

Para Victor Benndorf, da corretora que leva o seu sobrenome, o Copom pode ser um divisor de águas para os próximos dias, especialmente no que tange a longevidade desse ciclo.

“Se Campos Neto firmar a sua posição novamente que estamos no teto, podemos ter um alivio aqui”, diz.

Ele acrescenta que o IBOV mantém um cenário neutro no longo prazo, fato que deve exigir agilidade dos investidores ao longo de todo o ano, segundo o analista.

Lucas Monteiro, operador de multimercados da Quantitas, disse que notícias negativas sobre a economia chinesa explicam “na margem” a abertura negativa do índice.

No entanto, pontual, o movimento do Ibovespa “está parecendo muito mais uma briga técnica em torno da região dos 108 mil, 109 mil pontos”.

Monteiro projeta sessão de volatilidade elevada, “assim como foi na sexta-feira”, e afirma que ainda não é possível definir uma direção para o dia.

O noticiário fiscal também voltou ao radar com a possibilidade do presidente Jair Bolsonaro e aliados proporem a retirada de um Auxílio Brasil permanente do teto de gastos em 2023, segundo o jornal O Estado de S.Paulo.

Entre os dados econômicos, o Índice de Atividade Econômica do Banco Central (IBC-Br), subiu em fevereiro menos do que o esperado pelo mercado.

No exterior, os principais índices em Wall Street subiam entre 0,5% e 0,9%, em meio à sessão volátil.

*Com informações da Reuters

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Editor-assistente
Formado pela Universidade Presbiteriana Mackenzie, cobre mercados desde 2018. Ficou entre os 50 jornalistas +Admirados da Imprensa de Economia e Finanças das edições de 2022 e 2023. É editor-assistente do Money Times. Antes, atuou na assessoria de imprensa do Ministério Público do Trabalho e como repórter do portal Suno Notícias, da Suno Research.
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