Mercados

Ibovespa (IBOV) perde os 120 mil pontos e cíclicas são castigadas; Carrefour (CRFB3) cai mais de 11%

08 jan 2025, 16:07 - atualizado em 08 jan 2025, 16:07
Queda-Ibovespa
(Imagem: iStock/hernan4429)

Após o Ibovespa (IBOV) estender alta, acumular avanço de mais de 2% em duas sessões e fechar acima dos 121 mil pontos na terça-feira (7), o sentimento positivo foi por água abaixo em dia de sangria no principal índice da bolsa brasileira.

Por volta de 15h55 (horário de Brasília), o Ibovespa recuava 1,35%, a 119.526,31 pontos. As ações cíclicas apresentam o pior desempenho na sessão desta quarta-feira (8), com Carrefour (CRFB3) liderando a ponta negativa, com queda superior a 11%.



Entre os destaques negativos, há ainda Magazine Luiza (MGLU3) e Petz (PETZ3). Nenhuma ação sustenta alta do lado positivo da Bolsa, com algumas oscilações positivas de nomes como IRB (IRBR3), Marfrig (MRFG3) e Automob (AMOB3), por volta de 15h58.

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No pano de fundo, o clima de preocupação com a aproximação da posse do presidente eleito dos Estados Unidos, Donald Trump, e suas medidas pairam nos mercados, além dos próximos passos do Federal Reserve (Fed).

As autoridades do Fed têm sinalizado que novos cortes na taxa de juros estão suspensos por enquanto devido ao progresso lento da inflação e a uma economia dos Estados Unidos ainda forte, mas a ata da reunião de dezembro do banco central pode mostrar até que ponto esse sentimento é compartilhado entre elas em meio a um ambiente econômico incerto sob o novo governo Trump.

Rafael Passos, sócio e analista da Ajax Asset, destaca que parte do mercado já está adiando cortes de juros que poderiam ocorrer primeiro semestre, estimando para a partir de julho.

“Esse contexto dos juros americanos altos por mais tempo, querendo ou não, prejudica o fluxo para emergentes. O macro é mais negativo para mercado de emergentes de forma geral. Quando a gente olha para o Brasil, vemos um dólar mais apreciado e esse mau humor aqui nas bolsas locais”, pondera.

Ele comenta ainda que a queda forte observada hoje está em linha com o movimento de realização, depois da forte alta registrada pelo índice nos últimos dois dias, com um acréscimo do cenário externo.

Ele chama atenção para o fato de que as taxas de juros futura (DI’s) estão operando na ponta negativa, o que avalia como um movimento de nível técnico, uma vez que o mercado colocou muito o prêmio em cima do mercado de juros e agora, retira um pouco desse prêmio que foi colocado nessas últimas semanas.

Passos destaca que esse movimento de queda não é suficiente para impulsionar as ações cíclicas presentes na bolsa brasileira.

“Quando a gente olha esses DI’s caindo, geralmente beneficia cíclicas. Hoje não porque o macro se sobrepõe”, afirma.

Ainda, o cenário fiscal permanece no radar, com o último boletim Focus, do Banco Central, mostrando que o mercado subiu projeção para o nível da Selic ao fim deste ano, de 14,75% para 15%, em meio a expectativas também mais altas para o avanço do IPCA em 2025 e 2026, indicando que o pessimismo com a trajetória da inflação deve permanecer.

*Com Reuters

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Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Ingressou no Money Times em 2022 e cobre empresas.
lorena.matos@moneytimes.com.br
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