Ibovespa (IBOV) nos 155 mil pontos? Para XP, é possível
A XP Investimentos revisou o valor justo para o Ibovespa (IBOV) nos próximos 12 meses para 155 mil pontos. A equipe de Fernando Ferreira, estrategista-chefe e head do Research, que assina o relatório mensal, avalia que após um aumento histórico de volatilidade nos mercado e uma melhora no cenário externo, o principal índice da bolsa se recuperou.
A revisão leva em consideração a forte alta da bolsa nos últimos dois meses, uma leve revisão para baixo do lucro por ação pelo consenso e expectativas de um ciclo de alta de juros. Desta forma, a equipe revela que mantém um posicionamento cauteloso.
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Um dos destaques no mês de agosto, segundo os analistas, foi, principalmente, a volta dos gringos para a bolsa brasileira. No oitavo mês do ano, o fluxo de estrangeiros na B3 foi positivo em R$ 9,7 bilhões, sendo a melhor performance mensal do ano.
Esta retomada reflete os dados melhores da economia nos Estados Unidos e os discursos mais brandos dos membros do Federal Reserve (FED) sobre cortes iminentes de juros logo em setembro impulsionou os mercados.
No mesmo período, o Ibovespa chegou a subir 6,5% em reais e em dólares, recuperando as perdas do primeiro semestre. “Setorialmente, com a queda nas taxas de longo prazo, vimos uma recuperação de papéis mais cíclicos como construção civil e varejo”, avaliaram os analistas.
O bom-humor dos mercados vem junto com uma expectativa de alta nos juros. O time de macroeconomia da XP alterou o cenário base para a Selic no Brasil, projetando um ciclo de aumento de juros de 150 bps, iniciando com um aumento de 0,25 pontos percentuais em setembro.
Com essa divergência nos juros norte-americanos e brasileiros, a preocupação da equipe é como isso poderá afetar os fluxos estrangeiros.
“Os fluxos estrangeiros continuarão positivos com menores taxas das Treasuries? O fluxo dos investidores Pessoa Física irá se tornar negativo em meio a taxas locais mais altas (como já estamos vendo em agosto)?”, questiona o time.
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De acordo com as análises trazidas no relatório, estas são perguntas que seguirão em aberto e devem ser observadas de perto, já que as tendências não são claras.
“Ao comparar com os fluxos de mercados emergentes, observamos um padrão semelhante com os fluxos do Brasil, o que sugere que o cenário global foi um catalisador mais importante do que fatores domésticos”, avaliam.