Ibovespa (IBOV) não tem trégua nesta quarta e volta a cair; o que abala o mercado?
O Ibovespa (IBOV) volta a cair nesta quarta-feira (14), dando seguimento a uma trajetória negativa durante a semana.
O principal índice da Bolsa brasileira perdia 1,43%, a 102.051,32 pontos, por volta das 11h50, aproximando-se do patamar emblemático de 100 mil pontos.
O mercado ainda digere os anúncios do novo governo. A confirmação de Aloizio Mercadante para a presidência do Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social (BNDES) abalou os investidores ontem e segue no radar.
Mercadante faz parte da coordenação da transição do governo Lula e ocupou três cargos de ministro durante o governo de Dilma Rousseff: Educação, Ciência e Tecnologia e Casa Civil.
Seu nome é mal recebido pelo mercado por estar associado à crise econômica durante o governo Dilma. Segundo Mauro Morelli, estrategista da Davos, a aparição de Mercadante faz o próximo governo ser cada vez mais comparável com a gestão de Dilma do que com o governo Lula 1.
A revelação de dois nomes da nova equipe econômica também entra em foco hoje.
Fernando Haddad, futuro ministro da Fazenda, anunciou Gabriel Galípolo e Bernard Appy em sua equipe. Galípolo será secretário-geral do Ministério da Fazenda, enquanto Appy foi apresentado como secretário especial para a reforma tributária na gestão de Haddad.
Nesta terça, a Câmara dos Deputados aprovou um projeto que muda a Lei das Estatais, reduzindo o período mínimo de desvinculação da estrutura decisória de partido político para que o indicado possa tomar posse em cargo de diretoria ou de conselho de administração de estatal.
A decisão “relâmpago” deve beneficiar Mercadante e abre brecha para que Jean Paul Prates, cotado para presidir a Petrobras (PETR4), possa ser anunciado pelo novo governo.
As ações da Petrobras (PETR3;PETR4) recuavam 5,05% (ordinária) e 4,76% (preferencial). Banco do Brasil (BBAS3) mostrava perdas de 1,98%.
O mercado deve se concentrar ainda nos novos nomes que o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva prometeu anunciar após sua diplomação.
A PEC da Transição, que amplia o teto de gastos em R$ 145 bilhões pelo prazo de dois anos e abre margem de aproximadamente R$ 23 bilhões nas contas do ano que vem ao excetuar investimentos do limite do teto com base em uma parcela de excesso de arrecadação do governo, também causa ruído. A proposta será analisada na Câmara dos Deputados, com a votação devendo acontecer nos próximos dias.
Ainda, o Federal Reserve (Fed) anunciará à tarde a decisão de sua última reunião do ano sobre a taxa de juros dos Estados Unidos. A expectativa é de que o banco central americano alivie um pouco o seu aperto monetário, elevando os juros em 0,50 ponto percentual.