Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV) mantém eleições no radar, mas exterior em queda contamina pregão

05 out 2022, 7:55 - atualizado em 05 out 2022, 7:55
ibovespa
Ibovespa sente influência das eleições nos negócios, distanciando-se do comportamento no exterior, mas sinal negativo lá fora hoje prejudica (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa não conseguiu acompanhar ontem mais um dia positivo no exterior, quando os índices acionários em Nova York subiram ao redor de 3%. Porém, nesta quarta-feira (5) o sinal negativo prevalece nos mercados globais. E ainda que a bolsa brasileira não tenha tido fôlego para ampliar os ganhos, sabe-se que há espaço para “queimar gordura”.

Ainda mais depois de ter saltado 5% no pregão pós-eleições, com Jair Bolsonaro (PL) conduzindo a reação positiva dos ativos locais ao resultado das urnas no domingo. O desempenho do mercado doméstico ontem deixou claro o quanto a disputa presidencial está fazendo preços nos negócios – principalmente nas ações de estatais

Com isso, a atenção dos investidores segue nas eleições, o que redobra a postura defensiva. Afinal, a soma dos percentuais de votos válidos em Luiz Inácio Lula da Silva (PT) e no candidato à reeleição, que chega a impressionantes 92%, e o placar apertado entre os dois significa que há na mesma eleição dois segundos turnos

Nesse duelo, o petista segue liderando. Embora esteja mais embalada, a equipe do atual presidente joga o segundo tempo perdendo por 2 a 1. E a chance de reversão do resultado é baixa. Afinal, o eleitor que saiu de casa no último domingo estava determinado a resolver o duelo de uma vez. E se resolver ficar em casa no próximo dia 30, Lula agradece.      

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Olho no exterior

Lá fora, a situação que começa a se desenhar é a de que “bad news is good news”. Ou seja, a expectativa de que os indicadores econômicos apontem para um cenário de recessão econômica pode resultar em um alívio no ritmo de aumento dos juros pelo Federal Reserve

As apostas de que o próximo aperto, em novembro, será menor, vêm ganhando força. E os dados sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos que estão sendo conhecidos nesta semana tendem a calibrar esse movimento. Ontem, o relatório JOLTS embalou Wall Street. Hoje, o foco está na pesquisa ADP sobre a criação de vagas no setor privado.

Ambas as divulgações tendem a antecipar os números do relatório oficial de emprego nos EUA, o chamado payroll, que sai na sexta-feira. Até lá, os mercados globais tendem a seguir sob a égide da volatilidade, alternando momentos de euforia e de desânimo. Qualquer semelhança com o que se viu por aqui neste início de semana não é mera coincidência. 

A seguir, veja o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h45:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,77%; o do S&P 500 recuava 0,78%; enquanto o Nasdaq tinha queda de 0,75%;

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 perdia 0,71%; a bolsa de Frankfurt caía 0,66%; a de Paris tinha baixa de 0,62% e a de Londres recuava 1,08%

Câmbio: o DXY tinha alta de 0,71%, a 110.85 pontos; o euro recuava 0,68%, a US$ 0,9919; a libra tinha queda de 0,98%, a US$ 1,1363; o dólar avança 0,17% ante o iene, a 144,39 ienes.

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,696%, de 3,637% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,125%, de 4,101% na sessão anterior

Commodities: o futuro do ouro caía 0,70%, a US$ 1.718,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI avançava 0,75%, a US$ 87,18 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,83%, a US$ 92,55 o barril.

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