Ibovespa (IBOV) já perdeu suporte de curto prazo apontado por analistas gráficos
O Ibovespa (IBOV) já saiu da tendência de alta ao perder o suporte apontado por analistas gráficos como 125,4 mil pontos. O principal índice da Bolsa brasileira recuava 1,2% nesta segunda-feira (5), aos 124,3 mil pontos, depois de cair mais de 1% na sexta-feira.
O próximo “suporte” para o índice, do ponto de vista gráfico, seriam os 123,3 mil pontos, de acordo com Fábio Perina e equipe do Itaú BBA. “O momento é de aguardar os próximos desdobramentos e correr riscos calculados”, escreveram.
A Ágora Investimentos vê o Ibovespa no curto prazo recuando em direção aos 124,2 mil pontos, segundo relatório desta segunda-feira.
Para a analista da Empiricus Larissa Quaresma, ainda é pouco cedo para chegar a conclusão de que haverá recessão nos Estados Unidos.
“Mesmo que houver, pode ser boa para a Bolsa brasileira porque deve ser branda e isso engatilharia um corte de juros mais rápido e mais intenso por parte do Fed, e aí os fluxos começam a sair dos Estados Unidos”, disse ao Giro do Mercado.
Ibovespa e recessão nos EUA
O Ibovespa acompanha os mercados globais com um forte recuo após a divulgação de dados econômicos que levantaram a questão de que se o Fed estaria atrasado em iniciar o corte de juros. Parte do mercado vê como necessário um ciclo de corte de juros mais profundo do que o inicialmente precificado.
“Essa é a razão pela qual observamos o corte de 0,5 p.p. em setembro se tornar o cenário base precificado no mercado, levando consigo as taxas futuras de juros nos Estados Unidos para as mínimas do ano. Em resumo, os investidores estão apostando em dados de atividade e inflação mais fracos ao longo dos próximos meses”, disse o Itaú BBA.
A possibilidade de que a maior economia global esteja indo em direção a uma recessão é fator que aumenta a aversão a risco e pode comprometer o fluxo para países emergentes.
O dólar hoje sobe a R$ 5,73, patamar que pode ainda amenizar o arrefecimento vindo do exterior e continuar a pressionar a inflação brasileira, forçando o Copom a seguir vigilante e mantendo a taxa de juros em patamar restritivo.