Ibovespa (IBOV) hoje: Será que inflação nos EUA traz a mesma empolgação que sinais do Copom e IPCA?
O Ibovespa (IBOV) recebe nesta quarta-feira (10) dados de inflação nos Estados Unidos, logo mais (9h30), e na China, no fim do dia. Porém, dificilmente o índice de preços ao consumidor norte-americano (CPI) trará aos mercados a mesma empolgação que a fala da ministra Simone Tebet (Planejamento) trouxe à bolsa brasileira ontem (9).
Segundo ela, os próximos dados de inflação devem surpreender positivamente, vindo “um pouquinho menor” do que o esperado. No entanto, Tebet garantiu que não recebe informações antecipadas sobre os números. Seja como for, o recado alimentou expectativas em relação ao IPCA de abril, que sai nesta sexta-feira (12).
Isso, somado à menor disposição do Comitê de Política Monetária (Copom) em elevar a taxa Selic, reforçada na ata da reunião da semana passada, trouxe maior otimismo aos investidores quanto ao início do ciclo de cortes no juro básico. Com isso, o Ibovespa fechou na casa dos 107 mil pontos e o dólar seguiu abaixo de R$ 5,00.
Ibovespa aguarda inflação nos EUA
Já no exterior a história é outra. O CPI dos EUA deve seguir elevado, subindo 5% na leitura anual e igualando o resultado de dois meses atrás. Portanto, o número tende a continuar bem acima da meta de 2% perseguida pelo Federal Reserve (Fed).
A pergunta que fica é: os dados de inflação ainda são importantes? Afinal, em meio ao temor de recessão nos EUA, aos alertas sobre aperto do crédito por parte dos bancos regionais e ao mais recente impasse sobre o teto da dívida, existem vários outros riscos.
Com isso, fica difícil justificar uma nova alta dos juros só por causa do índice de preços. Aliás, o Fed sinalizou na semana passada que poderia interromper o ciclo de aperto, a depender dos dados recebidos antes da próxima reunião, em junho. Afinal, a própria desaceleração da atividade deve reduzir a inflação.
Os dados vindos da China já indicam essa perda de tração da economia global. Mais que isso, os índices de preços chineses que saem hoje devem mostrar que o país também deixou de exportar deflação, tornando mais árduo o trabalho dos bancos centrais. Talvez o Copom já tenha se dado conta disso – falta o Fed.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 8h:
EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,15%; o do S&P 500 tinha baixa de 0,16% e o Nasdaq recuava 0,17%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) recuava 1,27% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Petrobras caíram 1,00%, enquanto os da Vale tinham queda de 1,35%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 0,21%; a bolsa de Frankfurt recuava 0,23%, a de Paris cedia 0,21%, enquanto a de Londres tinha queda de 0,20%
Ásia: a Bolsa de Tóquio fechou em baixa de 0,41%; na China, Hong Kong caiu 0,53% e a Bolsa de Xangai recuou 1,15%;
Câmbio: o índice DXY subia 0,10%, 101.70 pontos; o euro tinha leve baixa de 0,05%, a US$ 1,0956; a libra oscilava com -0,06%, a US$ 1,2613; o dólar leve queda de 0,03% ante o iene, a 135,19 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,505%, de 3,521% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,050%, de 4,029% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro caía 0,21%, a US$ 2.038,70 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 1,13%, a US$ 72,88 o barril; o do petróleo Brent recuava 1,07%, a US$ 76,61 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em leve alta de 0,21% em Dalian, a 723,50 yuans (após ajustes).