Ibovespa (IBOV) hoje se surpreende com ‘surpresinhas’ antes do Natal
Para quem esperava surpresas apenas no ano que vem, 2022 entra na reta final ainda surpreendendo os mercados globais. Lá fora, o Banco Central do Japão (BoJ) tornou-se o último grande a permitir um aumento na taxa de juros, encerrando a era de política monetária ultrafrouxa.
A inesperada mudança no rendimento do bônus referencial japonês (JGB) fortalece o iene e penaliza as bolsas internacionais. Por aqui, o Ibovespa aprovou a decisão do Supremo Tribunal Federal (STF) que encerra o poder no Centrão.
Porém, engana-se quem apostava em um confronto direto entre o presidente da Câmara, Arthur Lira, e o presidente eleito Luiz Inácio Lula da Silva. Apesar das derrotas ao bloco fisiológico de partidos, tanto em relação à retirada do Bolsa Família do teto dos gastos quanto ao orçamento secreto, as negociações políticas prosseguiram.
É a política!
A opção do PT foi pela governabilidade a partir de 2023, o que manteve o jogo pela aprovação da PEC da Transição. O texto deve ser votado hoje no plenário e a expectativa é de que seja aprovada a proposta vinda do Senado. Ou seja, os deputados devem garantir os R$ 168 bilhões para os dois primeiros anos do novo governo.
O xadrez político em torno da PEC deixou o mercado doméstico na expectativa por um desfecho capaz de determinar o rumo dos negócios. Porém, o Ibovespa já é afetado pela baixa liquidez típica de fim de ano. Mas o volume financeiro fraco não impediu que a bolsa brasileira reagisse de forma positiva à cena política ontem.
O fato é que com o futuro ministro da Fazenda, Fernando Haddad, insistindo em uma saída política, organizada e institucional, a chance de aprovação da PEC ainda está sendo construída. Portanto, não se pode descartar mais surpresas antes do fim do ano, ainda mais em meio à sensação de que 2022 não vai acabar tão logo.
Confira o desempenho dos mercados financeiros por volta das 7h50:
EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve baixa de 0,06%; o do S&P 500 caía 0,18%; enquanto o Nasdaq recuava 0,35%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) subia 0,45% no pré-mercado; nos ADRs, o da Petrobras tinha queda de 1,45%, enquanto o da Vale subia 0,56%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 recuava 0,46%; a bolsa de Frankfurt caía 0,25%; a de Paris cedia 0,57% e a de Londres tinha leve baixa de 0,09%;
Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,71%, a 103.98 pontos; o euro subia 0,28%, a US$ 1,0639; a libra subia 0,15%, a US$ 1,2163; o dólar desabava 3,22% ante o iene, a 132,50 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,674%, de 3,586% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,283%, de 4,245%, na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro subia 1,04%, a US$ 1.816,40 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,72%, a US$ 75,92 o barril; o do petróleo Brent ganhava 0,35%, a US$ 80,08 o barril; o contrato futuro mais líquido do minério de ferro (maio/23) negociado em Dalian (China) fechou em baixa de 0,31%, a 800,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.