Ibovespa (IBOV) hoje não deve ter dificuldades para firmar direção; veja o que esperar para o dia
O Ibovespa (IBOV) não deve ter dificuldades para firmar uma direção nesta quarta-feira (19). E a expectativa é de que o rumo do dia seja para baixo, depois de andar de lado nas duas últimas sessões. Basta ver a sinalização negativa do Ibovespa em dólar (EWZ) no pré-mercado em Nova York ou mesmo o tombo dos recibos de ações (ADRs) da Vale após a divulgação do relatório trimestral de produção.
Os mercados internacionais também amanhecem em queda firme, com os investidores resgatando o temor com a inflação. Índice de preços ao consumidor (CPI) na Europa põe em xeque a perspectiva de fim do ciclo de alta do juros pelos principais bancos centrais em breve. Esse receio já rondava os ativos de risco após novos alertas duros “(hawkish”) de integrantes do Federal Reserve, dando sinais de que o custo do empréstimo deve seguir maior por mais tempo.
Vale lembrar que a recuperação recente dos mercados globais estava amparada em uma perspectiva relacionada à inflação e aos juros. Ou seja, uma desaceleração na alta dos preços levaria os BCs a encerrar o ciclo de aperto. Mais que isso, abriria espaço para cortes em breve. A ver o que diz hoje o Livro Bege do Fed (15h) sobre isso.
Ibovespa vê queda de braço no Congresso
Isso vale inclusive para o Ibovespa e, de quebra, o dólar. Porém, se lá fora são os CPIs que ainda incomodam; aqui, é a questão fiscal que pega. O texto do novo arcabouço fiscal entregue ontem (18) ao Congresso não agradou. Isso porque a proposta permite um aumento de gastos, sem a contraparte das receitas.
O caminho parece ser o fim de isenções e renúncias fiscais. Mas o recuo do governo em relação à taxação de encomendas internacionais de até US$ 50 mostra que serão árduas as negociações entre setores divergentes. As varejistas, por exemplo, criticam em coro o governo federal, após a primeira-dama Janja levar o presidente Lula a desistir do imposto.
Começa agora então uma batalha em busca de arrecadação para que as contas apresentadas consigam ser fechadas. Mas imagina como será a disputa no Congresso? A discussão está apenas começando. Embora haja uma chance de deputados e senadores melhorarem a regra, tampouco se pode descartar o risco de mais flexibilização da proposta.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h40:
EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,46%; o do S&P 500 tinha baixa de 0,56% e o Nasdaq cedia 0,82%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) tombava 2,07% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale caíam 1,01%, enquanto os da Petrobras recuavam 1,06%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha baixa de 0,41%; a bolsa de Frankfurt caía 0,29%, a de Paris tinha queda de 0,20%, enquanto a de Londres recuava 0,41%;
Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em baixa de 0,18%, enquanto na China, a Bolsa de Hong Kong caiu 1,37% e a de Xangai teve queda de 0,68%;
Câmbio: o índice DXY subia 0,32%, 102.07 pontos; o euro caía 0,32%, a US$ 1,0940; a libra tinha leve alta de 0,04%, a US$ 1,2429; o dólar subia 0,51% ante o iene, a 134,80 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,630%, de 3,578% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,271%, de 4,207% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro caía 1,67%, a US$ 1.986,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 1,71%, a US$ 79,50 o barril; o do petróleo Brent tinha queda de 1,79%, a US$ 83,25 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em baixa de 0,38% em Dalian (China), a 782 yuans a tonelada métrica, após ajustes.