Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV): hoje é dia de Fed (e de Copom também) 

22 mar 2023, 8:05 - atualizado em 22 mar 2023, 8:05
Ibovespa não tem como escapar da Super Quarta de decisão do Fed e do Copom (Arte: GIovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) deve ter um pregão refém da Super Quarta de decisão do Federal Reserve e do Comitê de Política Monetária (Copom). De um lado, o Fed tem uma tarefa difícil hoje e precisará convencer os investidores de que leva a sério tanto o problema da inflação quanto da crise bancária nos Estados Unidos.  

No entanto, a solução para cada uma dessas questões é diametralmente opostas. Para conter a alta dos preços, o Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc) deveria manter o ritmo de aumento da taxa de juros ou até mesmo apertar a dose, como se imaginava há algumas semanas. 

Só que no meio do caminho veio a quebra do Silicon Valley Bank (SVB) e o casamento forçado entre o Credit Suisse e o rival UBS. O risco de contágio no sistema financeiro ficou evidente, demandando uma interrupção imediata do mais agressivo ciclo de aperto monetário em décadas. 

Daí então porque não se sabe qual será a decisão do Fomc hoje, às 15h. Ainda que uma alta de 0,50 ponto percentual (pp) já esteja fora de cogitação, a expectativa é de que haja um último ajuste de 0,25 pp. No entanto, não está descartada a chance de fim do ciclo desde já.

Com isso, também merecem atenção as projeções econômicas trazidas no gráfico de pontos (dot plot). É ali que o Fed irá indicar qual será a tolerância com a inflação e o quanto prevê para o nível terminal da taxa de juros. Depois, a partir das 15h30, as palavras de Jerome Powell definem os próximos passos, podendo até sugerir cortes à frente. 

Depois do Fed, tem Copom

Missão mais fácil tem o Copom hoje. Horas após os eventos envolvendo o Fed, o Banco Central do Brasil entra em cena sem nenhum compromisso. Afinal, a demora na divulgação da nova regra fiscal que irá substituir o teto de gastos não dá motivos para o BC sinalizar queda na taxa Selic o quanto antes.  

Por mais que o presidente Lula e o ministro Fernando Haddad (Fazenda) mantenham a pressão sobre Roberto Campos Neto, tentando derrubar o juro básico “no gogó”, falta o governo fazer a parte que lhe cabe. Até lá, a Selic deve permanecer no nível em que está desde agosto, com o presidente do BC adiando qualquer anúncio assim como o governo tem feito. 

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h55:

EUA: o futuro do Dow Jones oscilava em baixa de 0,02%; o do S&P 500 tinha ligeira queda de 0,07% e o Nasdaq recuava 0,18%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale recuavam 0,32% enquanto os da Petrobras avançavam 1,50%

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,26%; a bolsa de Frankfurt subia 0,52%, a de Paris avançava 0,27%, mas a de Londres caía 0,09%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 voltou do feriado e fechou em alta de 1,93%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, subiu pelo segundo dia, em +1,73%, e a Bolsa de Xangai cresceu 0,31%;

Câmbio: o índice DXY tinha baixa de 0,12%, 103.09 pontos; o euro subia 0,16%, a US$ 1,0788; a libra tinha alta de 0,56%, a US$ 1,2285; o dólar tinha alta de 0,24% ante o iene, a 132,81 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,601%, de 3,609% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,162%, de 4,166% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 0,20%, a US$ 1.945,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 0,36%, a US$ 69,46 o barril; o do petróleo Brent cedia 0,32%, a US$ 75,09 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 1,47% em Dalian (China), a 871,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

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