Ibovespa (IBOV) hoje: É a política que mantém os mercados no limite; entenda
O Ibovespa (IBOV) sucumbiu ontem (16) à realização de lucros na reta final do pregão, interrompendo uma sequência de oito altas consecutivas. A falta de engrenagem da bolsa brasileira, apesar do noticiário corporativo agitado, deixa claro que é a política que mantém os mercados no limite, tanto aqui quanto lá fora.
De um lado, o impasse em torno do teto da dívida nos Estados Unidos paralisa as bolsas de Nova York. De outro, a expectativa recai em torno do avanço da proposta do novo arcabouço fiscal no Congresso. Por ora, a ansiedade de que Washington não vai conseguir evitar um calote antes do prazo de 1º de junho perturba os investidores.
Porém, nesta manhã, os futuros de índices de ações norte-americanos se estabilizam em alta, alimentando esperanças de que a Casa Branca vai conseguir chegar a um acordo. A desistência da viagem do presidente Joe Biden à Ásia evidencia o quão delicada está a situação.
Com isso, a cautela prevalece em Wall Street, em meio aos sinais de que não é o momento para fazer grandes apostas. Já o Ibovespa acompanha a votação em urgência prevista para hoje da regra que irá substituir o teto de gastos. Dessa forma, o projeto pode furar a fila e ir direto para o plenário, já na semana que vem.
Ibovespa espera novo arcabouço fiscal
O mercado doméstico ainda vê riscos na proposta, mas novos dois pontos agradaram. A existência de gatilhos e travas, em caso de descumprimento da meta fiscal, serve como freio às despesas do governo federal. Em contrapartida, se houver o superávit primário for alcançado, haverá um “prêmio”.
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Houve, portanto, uma nítida melhora em relação ao texto original do ministro Fernando Haddad (Fazenda). Daí, então, porque é grande a expectativa pela aprovação da proposta na Câmara dos Deputados. Para tanto, é necessário maioria absoluta da Casa, ou seja, 257 votos.
Depois, o texto segue para o Senado Federal, onde precisa de ao menos 41 votos. Até lá, os negócios locais tendem a seguir em consolidação, com o Ibovespa flertando a marca dos 110 mil pontos e o dólar resistindo à faixa dos R$ 4,90.
De qualquer maneira, a postura do Congresso de “guardião” ajuda a retirar os excessos de risco nos ativos. A partir daí, os mercados devem, então, engrenar uma marcha.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h40:
EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,28%; o do S&P 500 tinha alta de 0,26% e o Nasdaq avança 0,12%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) tinha alta de 0,54% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Petrobras cresciam 0,68%, enquanto os da Vale subiam 0,80%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha leve baixa de 0,11%; a bolsa de Frankfurt subia 0,30%, a de Paris caía 0,16% e a de Londres oscilava com -0,02%
Ásia: a Bolsa de Tóquio fechou em alta de 0,84%, na quinta alta seguida; na China, Hong Kong afundou 2,09% e a Bolsa de Xangai caiu 0,21%;
Câmbio: o índice DXY subia 0,35%, 102.92 pontos; o euro recuava 0,37%, a US$ 1,0826; a libra cedia 0,36%, a US$ 1,2440; o dólar avançava 0,43% ante o iene, a 136,97 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,532%, de 3,542% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,089%, 4,080% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro tinha leve baixa de 0,06%, a US$ 1.991,70 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,64%, a US$ 71,31 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,60%, a US$ 75,36 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em alta de 0,90% em Dalian, a 732,50 yuans (após ajustes).