Ibovespa (IBOV) hoje de ressaca depois da Super Quarta
O Ibovespa (IBOV) amanhece nesta quinta-feira (23) “de ressaca” depois da “Super Quarta” de decisão dos bancos centrais dos Estados Unidos e do Brasil. De um lado, o Federal Reserve deixou os investidores com pouca certeza e com muito com o que se preocupar após a quebra do Silicon Valley Bank (SVB).
De outro, o Comitê de Política Monetária (Copom) deixou claro que sabe o que fazer. A postura dura do Banco Central brasileiro jogou um “balde de água fria” nos mercados. Isso porque o Copom não só defendeu que não há espaço para cortes na taxa Selic tão cedo como também indicou que pode retomar o ciclo de alta no juro básico se a inflação não cair.
Com isso, o Ibovespa pode perder a marca simbólica dos 100 mil pontos hoje. Afinal, o mercado doméstico se iludiu com eventual corte na Selic já em maio e acabou se deparando com um BC inabalável. Mais que isso, a queda de braço entre governo e BC ganha uma nova rodada.
Ibovespa dividido entre Fed e Copom
E a pressão sobre os ativos de risco não será apenas na renda variável. Os negócios com juros futuros devem recompor os prêmios, uma vez que precificava cortes até o início do ano que vem. Além disso, deve haver uma piora geral no mercado de crédito, que segue sensível desde a crise contábil da Americanas.
Já o dólar fica dividido entre a postura dura (“hawkish”) do Copom e o aumento suave (“dovish”) do Fed na taxa de juros ontem. Depois de apertar novamente em 0,25 ponto percentual (pp), o BC dos EUA deixou em aberto os próximos passos, indicando até um fim do ciclo do aperto em breve. Talvez essa sinalização também sirva de alento ao Ibovespa.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 8h:
EUA: o futuro do Dow Jones oscilava em alta de 0,06%; o do S&P 500 subia 0,33% e o Nasdaq avançava 0,84%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) subia 0,38% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale avançavam 0,32% enquanto os da Petrobras subiam 0,81%
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 1,02%; a bolsa de Frankfurt cedia 0,88%, a de Paris recuava 0,78% e a de Londres caía 1,18%;
Ásia: o índice japonês Nikkei 255 caiu 0,17%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, subiu pelo terceiro dia, em +2,34%, e a Bolsa de Xangai cresceu 0,64%;
Câmbio: o índice DXY tinha leve alta de 0,03%, 103.09 pontos; o euro subia 0,19%, a US$ 1,0878; a libra tinha alta de 0,20%, a US$ 1,2295; o dólar tinha queda de 0,13% ante o iene, a 131,27 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,495%, de 3,444% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 3,976%, de 3,935% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 1,60%, a US$ 1.980,70 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 0,82%, a US$ 70,32 o barril; o do petróleo Brent cedia 0,61%, a US$ 76,22 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 0,86% em Dalian (China), a 864 yuans a tonelada métrica, após ajustes.