Ibovespa (IBOV) hoje: Canja de galinha não faz mal a ninguém
O Ibovespa (IBOV) deve tentar um respiro nesta quinta-feira (23), após sofrer na Quarta-feira de Cinzas o baque que evitou no carnaval. Será o primeiro pregão completo desde a pausa nos negócios locais por causa da folia. No entanto, os investidores tendem a deixar a animação de lado.
Tanto aqui quanto lá fora, o cenário pede cautela e sugere deixar o dinheiro no bolso – ou migrar das ações para a renda fixa. Enquanto os mercados globais seguem pressionados pela possibilidade de juros mais altos por mais tempo nos Estados Unidos, o caso atípico da doença “mal da vaca louca” no Pará eleva o risco doméstico.
Portanto, não apenas os frigoríficos devem seguir pastando na B3 hoje, diante da suspensão das exportações de carne para a China, que responde por 70% dos embarques brasileiros. A última vez que o Brasil enfrentou problema semelhante, houve queda, ainda que residual, nos preços internos de produtos de proteína animal e alguma piora na balança comercial.
A isso somam-se as chances crescentes de recessão nos EUA ainda neste ano. Afinal, o caráter “transitório” da inflação alta parece durar mais tempo. No entanto, nada disso está embutido nos preços dos ativos. Mas a mudança de sentimento em Nova York, que já projeta altas nos juros dos EUA até junho, se traduz em condições mais adversas.
Tudo isso torna o ambiente menos favorável, principalmente para os emergentes. Os ruídos políticos vindos de Brasília – desta vez, envolvendo o ministro Fernando Haddad (Fazenda) e o presidente do BNDES, Aloizio Mercadante – agravam a cena local, ainda carente de um arcabouço fiscal crível.
Ibovespa de olho na agenda
Diante disso, a agenda econômica do dia merece atenção. O destaque fica com a segunda estimativa do Produto Interno Bruto (PIB) dos EUA no trimestre passado (10h30). Na safra de balanços, Minerva (BEEF3) e Isa Cteep divulgam seus resultados, depois do fechamento do pregão. Logo cedo, sai o índice de preços ao consumidor (CPI) na zona do euro.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:
EUA: o futuro do Dow Jones subia 0,18%; o do S&P 500 avançava 0,34% e o Nasdaq ganhava 0,67%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale subia 0,41% e os da Petrobras tinha queda de 0,18%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,12%; a bolsa de Frankfurt subia 0,36%; a de Paris avançava 0,28%, enquanto a de Londres tinha queda de 0,40%;
Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em queda de 1,34%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, cedeu pela terceira sessão seguida, em -0,35%, e a Bolsa de Xangai recuou 0,11%;
Câmbio: o índice DXY tinha leve alta de 0,02%, 104.61 pontos; o euro tinha baixa de 0,08%, a US$ 1,0599; a libra caía 0,12%, a US$ 1,2034; o dólar oscilava com -0,01% ante o iene, a 134,93 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,948%, de 3,925% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,716%, de 4,699% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro caía 0,45%, a US$ 1.833,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,93%, a US$ 74,64 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,84%, a US$ 81,27 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 0,16% em Dalian (China), a 911,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.