Mercados

Ibovespa (IBOV) tem leve queda com pressão de Wall Street e recua 1% na semana; dólar sobe a R$ 5,60

19 jul 2024, 17:29 - atualizado em 19 jul 2024, 18:00
ibovespa ibov feriado
Com poucos destaques locais, o mercado doméstico acompanhou o exterior e repercutiu novas declarações do ministro da Fazenda. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Em sessão marcada por vencimento de opções e impacto limitado do apagão cibernético global, o Ibovespa (IBOV) cedeu à pressão de Wall Street e encerrou o pregão desta sexta-feira (19) — e da semana — em tom negativo.

O principal índice da bolsa brasileira encerrou com leve queda de 0,03%, aos 127.616,46 pontos. Na semana, o índice acumulou baixa de 0,99%

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6039 (+0,28%). Na semana, a moeda norte-americana avançou 3,18%. 

No ambiente doméstico, os investidores repercutiram o anúncio de que o governo fará uma contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano com o objetivo de cumprir as exigências do arcabouço fiscal. O ministro da Fazenda, Fernando Haddad, antecipou a informação ontem (18) após a reunião da Junta de Execução Orçamentária (JEO).

Segundo ele, o detalhamento do bloqueio e do contingenciamento será feito na próxima segunda-feira (22), na divulgação do Relatório Bimestral de Avaliação de Receitas e Despesas.

Apesar do apagão cibernético, a B3 operou normalmente. No Brasil, a falha na atualização do software da CrowdStrike afetou, principalmente, os bancos e os aeroportos. O setor de saúde também foi impactado, mas com poucos reflexos.

No exterior, os desdobramentos do apagão também repercutiu nos mercados financeiros.

CONTINUA DEPOIS DA PUBLICIDADE

Altas e quedas do Ibovespa

Entre os ativos, Sabesp (SBSP3) foi a ação mais negociada da B3 nesta sexta-feira (19), com a reação a precificação da oferta secundária, que privatizou a companhia, a R$ 67 — mesmo preço ofertado pela Equatorial (EQTL3) para se tornar acionista de referência da empresa de saneamento básico paulista. Essa foi a maior operação da história do saneamento no Brasil e levantou R$ 14,8 bilhões

ISA Cteep (TRPL4), que também teve as ações precificadas em follow-on realizada pela Eletrobras (ELET3), foi o segundo papel mais negociado na bolsa brasileira — e a maior queda do Ibovespa hoje. O preço da oferta das ações da transmissora de energia ficou em R$ 23,50 por papel — o que representou um deságio de um pouco mais de 75 em relação ao preço de fechamento de ontem (18). A operação movimentou R$ 2,185 bilhões.

Na ponta positiva do Ibovespa, Embraer (EMBR3) figurou entre os maiores ganhos. Os investidores repercutiram os dados operacionais do segundo trimestre, com destaque para o recorde de sete anos da carteira de pedidos da companhia.

Na ponta negativa do Ibovespa, os frigoríficos estenderam as perdas da véspera. O governo suspendeu a exportação de carnes de aves de todo o Brasil. Ontem (18), o Ministério da Agricultura e Pecuária (Mapa) confirmou um caso da doença de Newcastle no Rio Grande do Sul.

As ações da Vale (VALE3) caíram em sintonia com o desempenho do minério de ferro em Dalian, na China. Petrobras (PETR3;PETR4) driblou a queda de 3% do petróleo Brent e fechou em leve alta.

Exterior 

Além de paralisações de bancos, setor aéreo, setor de saúde e até telecomunicações — com emissoras do Reino Unido fora do ar — o apagão cibernético afetou as operações nos mercados financeiros na Ásia e na Europa. Os traders foram impedidos de operar com ‘a tela azul’.

A bolsa de valores de Londres, por exemplo, teve problemas no sistema de publicação de comunicados ao mercado das empresas.

Nos Estados Unidos, as ações de tecnologia amargaram perdas. As ações da CrowdStrike, responsável pelo apagão cibernético mundial caiu mais de 12% e renovou a mínima em mais de dois anos. A Microsoft atingiu o menor nível em mais de um mês e recuou pela quarta sessão consecutiva.

A pane global somou-se a incertezas sobre a corrida eleitoral. O VIX, que é o termômetro de aversão ao risco, também conhecido como “índice do medo”, da bolsa de Nova York chegou a disparar 6% e registrou máxima desde abril em Nova York, a 17 pontos.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: -0,78%, aos 5.544,59 pontos;
  • Dow Jones: -1,29%, aos 40.665,02 pontos;
  • Nasdaq: -0,70%, aos 17.871,22 pontos.

No acumulado dos últimos cinco pregões, o S&P 500 caiu cerca de 2%, sendo a pior semana do índice desde abril. Nasdaq recuou mais de 3% e interrompeu a sequência de seis semanas de altas consecutivas e o Dow Jones teve alta de 0,6%.