Mercados

Ibovespa (IBOV) fecha estável com bancos e commodities contrapondo cautela com guerra

03 mar 2022, 19:15 - atualizado em 03 mar 2022, 19:15
B3, Ações, Ibovespa, Mercados
O volume financeiro da sessão foi de cerca de 35,5 bilhões de reais (Imagem: REUTERS/Paulo Whitaker)

O principal índice da bolsa brasileira encerrou no zero o pregão desta quinta-feira, perdendo terreno na parte da tarde, em linha com a piora dos mercados em Wall Street, diante de incertezas ligadas aos impactos da guerra na Ucrânia na economia global.

Os setores financeiro e de mineração lideraram os ganhos do índice, enquanto Petrobras (PETR4) e companhias ligadas ao setor aéreo ou ao consumo doméstico foram destaques negativos.

O Ibovespa (IBOV) fechou com oscilação negativa de 0,01%, a 115.165,55 pontos. O volume financeiro da sessão foi de cerca de 35,5 bilhões de reais.

“A cautela voltou a pesar no final de tarde”, disse Rodrigo Crespi, especialista de mercado da Guide Investimentos, citando o movimento nos rendimentos dos Treasuries, títulos do governo dos Estados Unidos que costumam ser um termômetro da aversão ao risco.

Após duas semanas de guerra, as rodadas de negociações entre representantes da Ucrânia e da Rússia ainda não entregaram os resultados que Kiev esperava, segundo um negociador ucraniano, ao mesmo tempo que o lado russo viu progresso substancial após o encontro desta quinta-feira, em Belarus.

Em Wall Street, o S&P 500 teve queda de 0,5%, enquanto o Nasdaq Composite caiu 1,6% e o Dow Jones recuou 0,3%. O mercado teme que o avanço dos preços das commodities pela guerra na Ucrânia gere uma combinação de inflação alta e atividade econômica estagnada.

A cena local segue sem grandes notícias que influenciem o mercado e ofuscada pelo cenário externo. Entre os dados macroeconômicos, a balança comercial de fevereiro teve superávit de 4,050 bilhões de dólares, bem acima da expectativa de analistas e melhor resultado para o mês em cinco anos.

Destaques

Bradesco (BBDC4) ganhou 1,9% e Santander Brasil (SANB11) valorizou-se 1,3%. Ainda no setor financeiro, B3 (B3SA3) apontou acréscimo de 3,1%.

Itaú Unibanco (ITUB4) avançou 0,08%, reduzindo alta em meio a relatos em mídias sociais de clientes reclamando de instabilidade no acesso a contas.

O banco disse que o problema está relacionado com um atraso no processamento de dados bancários, o que gerou necessidade de reprocessamento.

Banco do Brasil (BBAS3) caiu 0,2%.

Vale (VALE3) subiu 0,05% e chegou a negociar acima dos 100 reais por ação pela primeira vez desde 11 de agosto.

O movimento ocorre após o preço do minério de ferro disparar novamente na Ásia, à medida que relatos de uma possível flexibilização das restrições da Covid-19 na China, maior produtora e consumidora de aço do mundo, elevaram expectativas pela demanda do insumo.

CSN (CSNA3), que também exporta minério em quantidades relevantes, avançou 5%, Usiminas (USIM5)  ganhou 3,6% e Gerdau (GGBR4) teve alta de 4,4%.

Petrobras (PETR4) (PETR3) caíram 1,2% e 0,8%, respectivamente, após altas das últimas sessões e à medida que petróleo recuou com notícias indicando a proximidade de um acordo entre Irã e EUA, o que permitira ao Irã exportar maior volume da commodity.

Ainda assim, Petrorio (PRIO3)  subiu 1,1% e 3R Petroleum (RRRP3) teve alta de 0,9%.

Azul (AZUL4) e Gol (GOOL4)  perderam 4,7% e 4%, respectivamente. Preços do petróleo em patamares altos, apesar da queda na sessão, pressionam os negócios das empresas aéreas.

Embraer (EMBR3) caiu 4,2%.

De pano de fundo, companhia suspendeu serviços de peças, manutenção e suporte técnico para clientes afetados por sanções à Rússia.

Cielo (CIEL3) subiu 5,3%, enquanto IRB Brasil (IRBR3) avançou 5,2%, segunda alta seguida. As ações estiveram entre maiores ganhos em percentual do índice.

SLC Agrícola (SLCE3) subiu 4,6%, Agrogalaxy , de insumos agrícolas, ganhou 2,9%, assim como Vittia (VITT3), de fertilizantes, dados os efeitos da crise na Ucrânia nos preços de commodities agrícolas e nos negócios de do setor. As três ações não fazem parte do Ibovespa.

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