Mercados

Falas de Lula e Vale (VALE3) pesam sobre Ibovespa (IBOV), que cai pela primeira vez em julho; dólar fecha em queda a R$ 5,42

16 jul 2024, 17:17 - atualizado em 16 jul 2024, 17:38
ibovespa ibov feriado
Com poucos destaques locais, o mercado doméstico acompanhou o exterior e repercutiu novas declarações do ministro da Fazenda. (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Depois de 11 altas consecutivas, o Ibovespa (IBOV) deu uma trégua na sequência de ganhos e fechou em tom negativo pela primeira vez em julho. 

O principal índice da bolsa brasileira encerrou esta terça-feira (16) com queda de 0,16%, aos 129.110,38 pontos. 

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4294, com queda de 0,28%

Além de uma pontual realização dos lucros recentes, a expectativa pelo relatório de produção do segundo trimestre da Vale (VALE3) e declarações do presidente Luiz Inácio Lula da Silva pressionaram o Ibovespa.

Em entrevista à Record, Lula disse que o governo não é obrigado a cumprir a meta fiscal “se você tiver coisas mais importantes para fazer”.

“Primeiro eu tenho que estar convencido se há necessidade ou não de cortar (os gastos do governo). Você sabe que eu tenho uma divergência histórica, uma divergência de conceito com o pessoal do mercado, nem tudo que eles tratam como gasto eu trato como gasto”, disse Lula.

O chefe do Executivo também afirmou que não haveria problema se o déficit fiscal ficasse em 0,1% ou 0,2% do Produto Interno Bruto (PIB). Porém, segundo ele, “a meta de déficit zero não está rejeitada”. Trechos da entrevista foram divulgados ao longo desta tarde durante a programação da emissora, mas a íntegra da conversa só deve ser divulgada hoje à noite.

Na tentativa de conter os danos, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, disse que as frases foram descontextualizadas, o que “gera especulação desnecessária”. Ele também reiterou que o presidente Lula mantém o compromisso com o arcabouço fiscal.

Por fim, o chefe da pasta econômica afirmou que o detalhamento sobre o corte de R$ 25,9 bilhões nos gastos públicos “já está pronto” e é “questão de poucos dias”.

Altas e quedas do Ibovespa

Entre os ativos, Pão de Açúcar (PCAR3) liderou as perdas do Ibovespa desde o início do pregão e fechou com baixa de quase 8% após negar a venda de fatia do Casino.

Ontem (15) depois do fechamento dos mercados, o GPA afirmou que não tem conhecimento sobre a eventual venda de suas ações detidas pelo Grupo Casino — 22,5% de participação — para a rede chilena Censosud, dono do Giga Atacado, ou para qualquer outra companhia.

Já entre as maiores altas do Ibovespa, Gerdau (GGBR4), Isa Cteep (TRPL4) e SLC Agrícola (SLCE3) lideraram os ganhos. Ações de bancos subiram, com destaque para o avanço de mais de 1% do Santander (SANB11).

Vale (VALE3) recuou com expectativas sobre o relatório de produção do segundo trimestre, que será divulgado ainda hoje. A queda de mais de 1% do minério de ferro em Dalian, na China, também contribuiu para a queda.

Petrobras (PETR3;PETR4) fechou em baixa acompanhando o desempenho negativo do petróleo.

Exterior 

Nos Estados Unidos, os índices de Wall Street tiveram mais um dia de fortes ganhos, com a consolidação das apostas de cortes nos juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro. Segundo a ferramenta FedWatch, do CME Group, a chance é de 100%.

Sendo assim, há 93,3% de probabilidade de que o BC norte-americano reduza os juros em 25 pontos-base, o que levaria a faixa de 5,00% a 5,25%. Já a chance de corte de 50 pontos-base, que levaria os juros ao intervalo de 4,75% a 5,00%, é de 6,7%.

Além disso, alguns traders acreditam em dois cortes seguidos, um já na próxima reunião, no final de julho, e em setembro.

Os balanços do Bank of America (BofA), Morgan Stanley e UnitedHealth Group vieram acima do esperado.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

  • S&P 500: +0,64%, aos 5.667,20 pontos;
  • Dow Jones: +1,85%, aos 40.954,48 pontos;
  • Nasdaq: +0,20%, aos 18.509,34 pontos.

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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