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Ibovespa (IBOV) tem leve alta com ‘cabo de guerra’ de Lula e Copom e ajuda da Petrobras (PETR4); dólar sobe a R$ 5,46

20 jun 2024, 17:07 - atualizado em 20 jun 2024, 17:45
ibovespa
Painel de ações da B3 (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O alívio esperado pelos investidores chegou, ainda que breve. A decisão unânime do Comitê de Política Monetária (Copom) em manter a Selic a 10,50% ao ano reforçou o compromisso do Banco Central com a meta da inflação. 

O Ibovespa (IBOV) iniciou a sessão com avanço de mais de 1%, aos 121 mil pontos. Ao longo do dia, porém, o principal índice da bolsa brasileira arrefeceu os ganhos e terminou o pregão com alta de 0,15%, aos 120.445,91 pontos — com novas críticas do presidente Lula ao Banco Central e incertezas sobre a sucessão da presidência da autoridade monetária. 



Hoje, o chefe do Executivo disse que a decisão do BC de interromper o ciclo do afrouxamento da política monetária “foi uma pena” para o povo brasileiro. 

“Foi uma pena que o Copom manteve [a Selic], porque quem está perdendo com isso é o Brasil, é o povo brasileiro. Quanto mais a gente pagar de juros, menos dinheiro a gente tem para investir aqui dentro”, disse Lula em entrevista à rádio Verdinha, em Fortaleza (CE).

Ele afirmou que o presidente da República não se mete nas decisões do Copom, mas questionou a autonomia da autoridade monetária, acusando-a de servir aos interesses do mercado financeiro.

“A decisão do Banco Central foi investir no mercado financeiro, foi investir nos especuladores que ganham dinheiro com juros. Nós queremos investir na produção”, disse.

O dólar à vista (USDBRL) , que começou o dia em queda, voltou a subir e fechou a R$ 5,4619, com alta de 0,37%. No maior nível desde 22 de julho de 2022, a moeda norte-americana completou o quinto pregão consecutivo de ganhos.

Além do peso das declarações de Lula, o dólar ganhou força com o exterior, na esteira dos rendimentos dos títulos do Tesouro dos Estados Unidos, os Treasurys — que avançaram na volta do feriado de Juneteenth.



Altas e quedas do Ibovespa 

Entre os ativos, o destaque do dia foi Petrobras (PETR3;PETR4), ainda com a repercussão das declarações da presidente da companhia, Magda Chambriard, na véspera. 

Na cerimônia de posse ao cargo na estatal, ela disse que a política de dividendos da companhia, de distribuir 45% do fluxo de caixa livre (FCF), está mantida — conforme o estatuto da empresa. 

A nova CEO da Petrobras também afirmou que recebeu do presidente Luiz Inácio Lula da Silva a missão de “movimentar a Petrobras, porque ela impulsiona o PIB do Brasil”. Segundo ela, a petroleira “está totalmente alinhada com a visão do governo”.

As ações da estatal operaram entre as mais negociadas da B3 durante todo o pregão. Os papéis preferencias (PETR4) subiram 1,59%,  R$ 36,50 e os ordinários (PETR4) avançaram 2,02%, a R$ 38,40.

Na ponta positiva do Ibovespa, PetroReconcavo (RECV3) liderou os ganhos com alta de 4,85%, a R$ 18,80, com apoio do petróleo. 

Na ponta negativa, MRV (MRVE3) e Azul (AZUL4) terminaram as negociações como as maiores quedas do índice. A companhia aérea recuou pela quarta vez consecutiva e já acumula perdas de 15%.  

Exterior 

As bolsas de Nova York voltaram do feriado de Juneteenth sem estímulos. O índice S&P 500 superou os 5.500 pontos pela primeira vez, mas perdeu o impulso com a realização das ações do setor de tecnologia. A Nvidia (NVDA) deixou de ser a empresa mais valiosa do mundo e a Microsoft (MSFT) retomou a liderança. 

Confira o fechamento dos índices de Nova York: 

  • S&P 500: -0,25%, aos 5.473,17 pontos
  • Dow Jones: +0,77%, aos 39.134,76 pontos; 
  • Nasdaq: -0,79%, aos 17.721,59 pontos.

Na Europa, o Banco da Inglaterra (BoE, na sigla em inglês) manteve a taxa de juros no maior nível em 16 anos, a 5,25% ao ano, como esperado pelo mercado. 

Após a decisão, algumas autoridades afirmaram que sua decisão de não reduzir os custos de empréstimos está agora “finalmente equilibrada”.

O presidente do BoE, Andrew Bailey, disse em um comunicado junto com a decisão ser “boa notícia” que os dados mais recentes sobre a inflação mostram que a inflação está de volta à sua meta de 2%, mas que é muito cedo para cortar as taxas.

Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
Jornalista formada pela PUC-SP. É repórter do MoneyTimes e já passou pela redação do Seu Dinheiro e setor de análise politica da XP Investimentos.
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