Ibovespa (IBOV) fecha em alta pela 9ª vez consecutiva e tem maior sequência de ganhos desde 2018; dólar sobe a R$ 5,44

O Ibovespa (IBOV) estendeu mais um dia de ganhos, sem nenhuma queda em junho. O principal índice da bolsa brasileira encerrou com avanço de 0,85%, aos 128.293,61 pontos. 

Com a nona alta consecutiva, o Ibovespa registrou a maior série positiva desde fevereiro de 2018.

Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,4426, com alta de 0,55%. 

Os investidores locais acompanharam as movimentações em Brasília sobre o primeiro projeto de lei para a regulamentação da Reforma Tributária aprovado ontem (10) e dados de atividade econômica do país.

O volume de vendas no varejo cresceu 1,2% em maio na comparação com abril, com ajuste sazonal, segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). A expectativa em pesquisa da Reuters era de baixa de 0,90% na comparação mensal.

No ano, as vendas aumentaram a 5,6%. Já no acumulado nos últimos 12 meses, o dado ficou em 3,4%.

Na avaliação da economista do Itaú, Marina Garrido, o dado confirma que a atividade segue forte, indicando que, até o momento, a tragédia no Sul do país não afetou as perspectivas de crescimento do PIB agregado no ano.

Os indicadores locais, porém, ficaram em segundo plano. As atenções dos investidores voltaram-se ao dado de inflação dos Estados Unidos — que reforçou as apostas de corte nos juros pelo Federal Reserve (Fed) em setembro.

Altas e quedas do Ibovespa

Entre os ativos, as ações da PDG Realty (PDGR3) foi o grande destaque da B3, com alta de quase 40% após a empresa anunciar o grupamento dos papéis na proporção de 10 para 1. As ações “unidas” começam a ser negociadas a partir de 12 de agosto.

Na ponta positiva do Ibovespa, as ações das companhias varejistas avançam na esteira do dados do setor e na perspectiva de afrouxamento monetário nos Estados Unidos.

Carrefour (CRFB3) operou entre as maiores altas durante todo o pregão com a perspectiva de que a companhia deve ter resultados fortes no segundo trimestre. Na avaliação do Bradesco BBI, a varejista vai ultrapassar o Assaí (ASAI3) pela primeira vez desde o terceiro trimestre de 2022.

Os destaques foram MRV (MRVE3), que subiu com reação ao novo programa de recompra e à prévia operacional do segundo trimestre; Inter (INBR32) avançou mais de 3% com anúncio de Alexandre Riccio como CEO das suas operações no Brasil e substituirá João Vitor Menin — que assumiu o cargo de CEO global; e Telefônica Vivo (VIVT3) com a elevação dos ADRs negociados em Nova York pelo Morgan Stanley.

Na ponta negativa, Assaí (ASAI3) fechou entre as maiores perdas.

Vale (VALE3) tentou zerar as perdas do mês com avanço de mais de 2% do minério de ferro em Dalian, na China, mas encerrou o pregão em queda. Petrobras (PETR3;PETR4) subiu na esteira do petróleo.

Exterior 

Depois de dois dias de atenções concentradas nas declarações do presidente do Fed, Jerome Powell ao Congresso norte-americano, os Estados Unidos tiveram no foco dos negócios mais uma vez.

Hoje, o destaque do dia foi a divulgação de dados de inflação. O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) registrou queda de 0,1% em junho na comparação com maio nos Estados Unidos, segundo o Departamento do Trabalho do país. As expectativas eram de alta de 0,1%.

Na comparação anual, a inflação desacelerou de 3,3% em maio para 3,0% para junho, também frustrando as projeções do mercado de desaceleração a 3,1%.

Excluindo os componentes voláteis como alimentos e energia, o núcleo do CPI aumentou 0,1% em junho, após subir 0,2% em maio. Nos 12 meses até junho, avançou 3,3%, de 3,4% em maio.

Embora não seja o indicador preferido do BC norte-americano, o dado é usado pelos investidores para calibrar as expectativas sobre a trajetória dos juros na maior economia do mundo.

Após o CPI, as apostas de corte nos juros pelo Fed em setembro também aumentaram.

Os traders agora veem 86,9% de chance de o BC norte-americano reduzir os juros, de acordo com a ferramenta de monitoramento do CME Group. Antes do dado de inflação, essa probabilidade era de 69,5%.

O mercado também elevou as apostas de até três cortes — o que corresponde a 0,75 p.p. — até dezembro. Agora, a chance é de 38%.

Mesmo com a expectativa pelo início do afrouxamento monetário pelo Fed no segundo semestre, os índices s&P 500 e Nasdaq se afastaram das máximas registradas na véspera — pressionados por movimento de realização das ações de tecnologia. Nvidia (NVDA), por exemplo, recuou mais de 5%.

Confira o fechamento dos índices de Nova York:

• S&P 500: -0,88%, aos 5.584,54 pontos;
• Dow Jones: +0,08%, aos 39.753,75 pontos;
• Nasdaq: -1,95%, aos 18.283,41 pontos.