À espera do Copom, Ibovespa (IBOV) fecha em alta após decisão de juros nos EUA e avança mais de 3% em julho; dólar sobe a R$ 5,65
Em dia agitado por decisões de política monetária no Brasil e nos Estados Unidos, combinado com a temporada de balanços que segue a todo vapor, Ibovespa (IBOV) encerrou o último pregão de julho em tom positivo.
O principal índice da bolsa brasileira fechou com alta de 1,20%, aos 127.651,81 pontos. No mês, o índice avançou 3,02%
Já o dólar à vista (USBRL) terminou a sessão a R$ 5,6553 (+0,68%). Em julho, a divisa norte-americana acumulou alta de 1,20%.
No cenário doméstico, os investidores seguiram repercutindo os balanços trimestrais, com destaque para Weg (WEGE3).
O cenário fiscal também se manteve no foco, com o detalhamento da contenção de R$ 15 bilhões no Orçamento deste ano, em decreto divulgado ontem (30).
Os ministérios da Saúde, das Cidades, dos Transportes e da Educação foram as pastas mais atingidas pelo congelamento de gastos. O Programa de Aceleração do Crescimento (PAC) e as emendas parlamentares também entraram nos cortes.
Agora, a expectativa é pela decisão sobre os juros. O Comitê de Política Monetária (Copom) deve manter os juros a 10,50% ao ano nesta quarta-feira (31).
O comunicado, por sua vez, deve ser o destaque com o mercado à procura de alguma sinalização sobre as próximas decisões.
Altas e quedas do Ibovespa
Entre os ativos, Vale (VALE3) foi mais uma vez a ação mais negociada no mercado brasileiro, em recuperação das perdas da véspera. Petrobras (PETR3;PETR4) também avançou na esteira do petróleo — em meio à escalada das tensões no Oriente Médio.
Mas o grande destaque do Ibovespa foi Weg, que liderou os ganhos do índice com alta de mais de 10%. A fabricante de motores elétricos teve lucro líquido de R$ 1,44 bilhão entre abril e junho, crescimento de 5,4% sobre o resultado de um ano antes, com avanço de receita e no retorno sobre capital investido.
Já o lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) de R$ 2,12 bilhões, alta de 15,7% na comparação anual.
O Itaú BBA reiterou a recomendação outperform (equivalente à compra) das ações da Weg após o balanço. Na avaliação do banco, a companhia surpreendeu o mercado mais uma vez, superando as expectativas otimistas quanto à capacidade da empresa em manter margens elevadas. A receita líquida atendeu às expectativas — ainda que em um ritmo de crescimento mais lento, mas beneficiando-se da desvalorização do real e da consolidação da Regal Rexnord.
Já na ponta negativa do Ibovespa, JBS (JBSS3) e Hypera (HYPE3) figuraram entre as maiores quedas da sessão.
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No balanço do mês, Usiminas (USIM5) registrou o pior desempenho de julho com baixa mais de 20% — com a forte queda puxada pelos resultados do segundo trimestre. Já Embraer (EMBR3) foi a melhor ação do Ibovespa no mês, com alta de 21% puxada pela valorização do dólar e novos contratos de vendas de aeronaves e jatos.
Exterior
Nos Estados Unidos, o destaque do dia foi a decisão de política monetária. Como o esperado, o Federal Reserve (Fed) manteve os juros inalterados, na faixa de 5,25% a 5,50% ao ano — e as expectativas do mercado foram (quase) confirmadas sobre o afrouxamento monetário.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, sinalizou que um corte na taxa de juros pode ocorrer já na próxima reunião do BC norte-americano, em setembro. Mas isso só deve acontecer se a inflação cair de acordo com expectativas, o crescimento continuar razoavelmente forte e o mercado de trabalho permanecer como está.
Powell disse que os dados mais recentes sobre a inflação aumentaram a confiança dos dirigentes de política monetária de que a inflação está se movendo de forma sustentável em direção à sua meta de 2%, uma condição que o Fed estabeleceu para cortar os juros.
Hoje também foi dia de recuperação das ações do setor de tecnologia. Nvida (NVDA) chegou a subir mais de 13% durante o pregão. Com isso, Nasdaq e S&P 500 tiveram a melhor sessão desde fevereiro.
Confira o fechamento dos índices de Nova York:
- S&P 500: +1,58%, aos 5.522,30 pontos;
- Dow Jones: +0,24%, aos 40.842,79 pontos;
- Nasdaq: +2,64%, aos 17.599,40 pontos.
A escalada das tensões no Oriente Médio também ficaram no radar com o assassinato do O líder do Hamas Ismail Haniyeh. A Guarda Revolucionária do Irã confirmou a morte de Haniyeh, horas depois que ele participou de uma cerimônia de posse do novo presidente do país, e disse que estava investigando.
O assassinato, que ocorreu menos de 24 horas depois que Israel alegou ter matado o comandante do Hezbollah que, segundo o país, estava por trás de um ataque mortal nas Colinas de Golã, ocupadas por Israel, parece ter diminuído as chances de qualquer acordo de cessar-fogo iminente na guerra de 10 meses em Gaza.
*Com informações de Reuters