Ibovespa (IBOV) está largado, vê analista; oportunidade ou cilada?
O Ibovespa (IBOV) opera entre 120 mil pontos e 130 mil pontos desde o começo do ano. Com isso, alguns investidores começam a ficar impacientes na demora do índice engatar. Afinal, até o começo do ano, a expectativa era da bolsa chegar aos 150 mil pontos, número que fica cada dia mais distante.
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Só na semana passada, o índice recuou 3%, perdendo quase 4 mil pontos.
Em relatório, a Genial destaca o mercado brasileiro está “largado”, com a métrica preço sobre o lucro bem abaixo da média histórica e de outras bolsas mundo afora.
“Isso faz com que exista hoje uma assimetria positiva para entrada, tanto nas ações do Ibovespa quanto, principalmente, nas empresas de menor capitalização”, discorre Filipe Villegas, que assina o documento.
De acordo com os cálculos, o IBOV negocia 7,9x P/L (preço sobre o lucro) projetado para os próximos 12 meses, vs média histórica de 11,0x, desconto de 28% sobre sua média.
Agora, se considerarmos as ações do Ibovespa — excluindo Petrobras (PETR4) e Vale (VALE3) –, o índice está sendo negociando a 9,8x P/L, projetado para os próximos 12 meses, abaixo da média histórica (12,2x), com desconto de 20% sobre sua média.
Considerando as small caps, o desconto é ainda maior: com um P/L projetado de 9x para os próximos 12 meses, o desconto sobre sua média chega a 37%.
Vale encarar o Ibovespa?
Em virtude aos recentes desenvolvimentos na condução da política monetária nos EUA e no Brasil, que se mostraram mais hawkish (restritiva), e ao noticiário negativo sobre a política fiscal local, que revelou uma deterioração de seus números e intervencionismo político, a Genial rebaixou a pontuação-alvo para o Ibovespa para o final de 2024 de 151.000 pontos para 144.600.
“Este alvo situa-se entre a média e a projeção de (+1) desvio padrão. A falta de interesse dos investidores estrangeiros reforça a previsão de que o ano será mais desafiador do que estimado anteriormente. O cenário incerto em relação à China e as fortes intervenções do governo nas estatais podem pressionar o desempenho das duas principais ações do Ibovespa. Uma taxa de juros mais elevada impacta negativamente o resultado das empresas locais”, coloca.