Ibovespa (IBOV) está bem descontado, mesmo após rali recente, segundo analistas
O Ibovespa engata tendência de recuperação, alimentado pelas expectativas do mercado quanto ao início do ciclo de flexibilização dos juros domésticos.
Os últimos dois pregões pós-Copom andaram na contramão das expectativas de analistas, que previam uma forte reação positiva para o mercado com o Banco Central cortando em 0,50 ponto percentual a taxa Selic.
Na sexta-feira (4), o Ibovespa engatou seu quarto pregão seguido no vermelho, fechando a semana em queda de 0,56%. O mercado repercutiu os balanços do período, com destaque para Petrobras (PETR4) e Bradesco (BBDC4), além da pressão no exterior em meio a dados fracos vindo da China e o corte da nota de crédito nos Estados Unidos pela Fitch Ratings.
De acordo com o BB Investimentos, em relatório contendo análise gráfica, o Ibovespa deve continuar a tendência de correção de curtíssimo prazo, com o próximo objetivo entre 117-118 mil pontos.
A instituição lembra, no entanto, que movimentos de correção como este último tendem a “dar suporte a um movimento mais consistente de alta no médio prazo”.
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Bolsa barata
Desde as mínimas do ano, quando ficou abaixo dos 100 mil pontos, o índice de referência da Bolsa brasileira avançou 22%. No acumulado de 2023, engata uma valorização de 8,90%.
Na avaliação da XP Investimentos, as ações brasileiras continuam bem descontadas, com o Ibovespa negociando a 8,5 vezes P/L (preço sobre lucro) para frente.
Segundo a corretora, mesmo após o rali recente, o índice permanece com um desconto significativo de mais de 20% para a média de 15 anos, de 11 vezes.
Excluindo as commodities ou Vale (VALE3) e Petrobras, as duas empresas de maior peso para o Ibovespa, o múltiplo P/L vai a 10,8 vezes e 10,1 vezes, respectivamente – em ambos os casos, abaixo da média histórica.
“Também vemos que a maioria dos gestores estão negociando com múltiplos P/L em diante abaixo ou nas médias históricas”, acrescenta a XP.
No início do mês, a XP atualizou as projeções para o Ibovespa. Até o fim do ano, a corretora vê o índice chegando aos 133 mil pontos. As estimativas anteriores falavam em alvo de 130 mil pontos.
O que motivou a atualização foi o movimento das taxas de longo prazo, que vêm apresentando um declínio contínuo, destaca.
A instituição também começou a olhar para os valuations em 2024. Os modelos da XP apontam para alvo entre 145-150 mil pontos ao fim do próximo ano.