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Ibovespa (IBOV) em queda livre: Mercado está cético com a Bolsa? Veja apostas para o fim do ano

26 set 2023, 15:00 - atualizado em 26 set 2023, 15:06
ibovespa, mercado
Ibovespa engata 4º pregão seguido de queda (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) volta a cair nesta terça-feira (26), seguindo a tendência firmada desde a Super Quarta. Depois que os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos divulgaram comunicados mais duros que o esperado, o índice engatou um viés de baixa, seguindo o humor dos mercados lá fora.

Por volta das 14h55 deste pregão, o Ibovespa perdia 1,35%, a 114,359.15 pontos, caminhando para o seu quarto pregão seguido no vermelho.

Hoje pela manhã, foi divulgada a ata da última reunião do Comitê de Política Monetária (Copom), que reforçou a postura das autoridades quanto ao ritmo de corte dos juros no país. O Copom não parece que irá acelerar o ritmo de flexibilização da taxa Selic, minguando as expectativas dos mais otimistas, na expectativa por um recuo de 0,75 ponto percentual.

Enquanto isso, o IPCA-15, considerado a prévia da inflação, avançou 0,35% em setembro. No ano, o indicador acumula alta de 3,74%, enquanto o resultado em 12 meses ficou em 5% até este mês, ante 4,24% no número registrado até julho.

A meta de inflação perseguida pelo Banco Central para o ano é de 3,25%, com tolerância de 1,5 ponto percentual, para baixo ou para cima. Ou seja, no acumulado de 12 meses, o IPCA-15 rompe o teto da meta.

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Bolsa está atrativa

João Piccioni, analista da Empiricus Research, defende, em episódio do Giro do Mercado, que a Bolsa local não deve sofrer uma correção muito forte daqui para frente.

O mercado doméstico tem, de certa forma, uma “âncora”, que é a Petrobras (PETR4). Isso porque os preços do petróleo provavelmente continuarão na casa dos US$ 80-90 o barril, avalia o especialista.

“Se o Ibovespa vir muito para baixo, a gente precisaria ter alguma coisa acontecendo nesse mercado de óleo, o que eu não trataria como cenário-base.”

“Acho um pouco mais difícil que a nossa Bolsa brasileira desande e venha muito mais para baixo do que a gente está vendo na tela”, completa Piccioni.

Em nova pesquisa com assessores de investimento, a XP Investimentos destaca que o otimismo com a Bolsa caiu em setembro ante agosto, embora o percentual de entrevistados que estão apostando na recuperação seja ainda maioria (71%).

Ainda, 53% dos assessores esperam que o Ibovespa termine o ano entre 120-130 mil pontos, com valor médio estimado em 122 mil pontos ao fim de 2023.

A pesquisa indica ainda que a alocação dos clientes em renda variável aumentou, inclusive, com a parcela que possui mais de um quarto de sua carteira exposta a tais ativos aumentando para 27% neste mês, alta de 2 pontos percentuais em relação ao mês passado.

Em análise gráfica, a Ágora Investimentos avalia que a tendência do Ibovespa permanece negativa para o curto prazo, com a formação em “ombro-cabeça-ombro” ainda prometendo buscas em 114.400, 113.000 e 110.500 pontos.