Ibovespa (IBOV) continua sob efeito de Super Quarta; índice pode cair muito mais?
O Ibovespa (IBOV) enfrenta uma onda de baixa desde a Super Quarta, quando os bancos centrais do Brasil e dos Estados Unidos anunciaram suas decisões em relação aos juros de seus respectivos países.
O índice de referência para o mercado local caminha para o seu terceiro pregão negativo, negociando abaixo dos 116 mil pontos nesta segunda-feira (25).
A decisão pelo Federal Reserve (Fed) em pausar o ciclo de aperto monetário nos EUA e o novo corte de 0,50 ponto percentual pelo Comitê de Política Monetária (Copom) do Banco Central eram amplamente esperados por agentes financeiros.
No entanto, o tom mais duro dos comunicados acabou jogando um balde de água fria em quem esperava sinalizações mais positivas quanto à política contracionista americana e ao ritmo de flexibilização dos juros no Brasil.
Além de um exterior predominantemente negativo, o lado cíclico doméstico ainda carrega muitas dúvidas, afirma João Piccioni, analista da Empiricus Research, ao Giro do Mercado.
De acordo com Piccioni, investidores precisarão aguardar para ver o que vem por aí na próxima temporada de resultados trimestrais.
“A gente começa a se aproximar do fim do ano, começa a se aproximar da Black Friday. Vamos ver como está o apetite do consumidor. Mais para o fim de outubro, o mercado vai tentar capturar um pouco o sentimento”, comenta.
O que deve ancorar o Ibovespa
Apesar das pressões (principalmente externas) que devem impedir uma recuperação mais expressiva no curto prazo, a bolsa local não deve sofrer uma correção muito forte. Segundo Piccioni, o mercado doméstico tem, de certa forma, uma “âncora”, que é a Petrobras (PETR4). Isso porque os preços do petróleo provavelmente continuarão na casa dos US$ 80-90 o barril, avalia.
“Se o Ibovespa vir muito para baixo, a gente precisaria ter alguma coisa acontecendo nesse mercado de óleo, o que eu não trataria como cenário-base”, diz.
“Acho um pouco mais difícil que a nossa bolsa brasileira desande e venha muito mais para baixo do que a gente está vendo na tela”, completa o especialista.
Piccioni defende que a bolsa local já guarda uma atratividade, e o momento atual abre espaço para que investidores possam se beneficiar do cenário de estresse das últimas semanas, à caça de oportunidades que vão aparecendo.
O analista cita algumas teses atrativas para a Empiricus. Confira o programa desta segunda e veja as recomendações da casa.