Bula do Mercado

Ibovespa (IBOV): Como IPCA e payroll devem impactar o pregão hoje?

10 mar 2023, 8:03 - atualizado em 10 mar 2023, 8:06
Ibovespa recebe dados de inflação no Brasil (IPCA) e sobre emprego nos EUA (payroll) de olho nas decisões de juros dos bancos centrais (Arte: Giovanna Melo/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) deve ter um pregão hoje sob a influência da agenda do dia. Afinal, ficou para esta sexta-feira (10) os indicadores econômicos mais importantes da semana, com força para impactar os mercados globais. 

Mas não se tratam apenas dos dados sobre a inflação ao consumidor brasilerio (IPCA) nem sobre o mercado de trabalho nos Estados Unidos (payroll), ambos referentes a fevereiro. O que está em jogo é o efeito desses números sobre as decisões dos bancos centrais.

Fato é que o payroll virou um pesadelo para os investidores. Após a criação de mais de meio milhão de vagas de emprego nos EUA no início do ano, qualquer número hoje nos moldes do que se viu em janeiro deve provocar uma forte aversão aos ativos de risco

Isso porque os dados tendem a consolidar as apostas sobre o tamanho do aumento dos juros na próxima reunião do Federal Reserve, no dia 22. Contudo, qualquer alívio hoje transfere a expectativa para o índice de preços ao consumidor (CPI), na semana que vem.

Ibovespa aguarda IPCA de olho na Selic

Da mesma forma, o IPCA calibra as expectativas em relação à taxa Selic. Porém, a inflação deve continuar sendo um problema pelos próximos meses. Afinal, a previsão é de aceleração na alta dos preços no mês passado, ainda antes da reoneração dos combustíveis.

Por isso, as esperanças de cortes nos juros básicos em breve estão depositadas em uma nova âncora fiscal. A expectativa é de que o arcabouço que substituirá o teto de gastos seja apresentado antes do encontro do Comitê de Política Monetária (Copom), que acontece horas depois do anúncio do Fed.

Ontem, a ministra Simone Tebet (Planejamento) elevou a confiança em relação ao tema, dizendo que a proposta agradará tanto a classe política quanto o mercado financeiro. A fala dela trouxe alívio aos ativos locais ontem, mas não foi suficiente para ofuscar a cautela em Wall Street.

Aliás, a preocupação com a saúde dos bancos contribui para o nervosismo hoje. Depois do Silvergate, o alerta do SVB Financial de um rombo de quase US$ 2 bilhões mostra os estragos que o aumento dos juros pelo Fed provoca no setor bancário. Nada muito diferente do que se vê por aqui, com 2023 dando sinais de ser o ano da quebradeira

Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h55:

EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,41%; o do S&P 500 recuava 0,28% e o Nasdaq tinha leve baixa de 0,03%;

NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) caía 1,84% no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale recuava 0,43%, enquanto os da Petrobras cediam 0,27%

Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha queda de 1,59%; a bolsa de Frankfurt cedia 1,66%, a de Paris perdia 1,54% e a de Londres recuava 2,05%;

Ásia: o índice japonês Nikkei 255 interrompeu cinco altas seguidas e fechou em baixa de 1,67%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, afundou 3,04% e a Bolsa de Xangai cedeu 1,40%;

Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,10%, 105.20 pontos; o euro subia 0,08%, a US$ 1,0593; a libra avançava 0,46%, a US$ 1,1979; o dólar tinha alta de 0,59% ante o iene, a 136,95 ienes;

Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,868%, de 3,911% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,852%, de 4,876% na mesma comparação;

Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 0,20%, a US$ 1.838,20 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI caía 0,70%, a US$ 75,17 o barril; o do petróleo Brent cedia 0,51%, a US$ 81,17 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em alta de 1,71% em Dalian (China), a 924,50 yuans a tonelada métrica, após ajustes.

Editora-chefe
Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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Olívia Bulla é editora-chefe do Money Times, jornalista especializada em Economia e Mercado Financeiro, com mais de 15 anos de experiência. Tem passagem pelos principais veículos nacionais de cobertura de notícias em tempo real, como Agência Estado e Valor Econômico. Mestre em Comunicação e doutoranda em Economia Política Mundial, com fluência em inglês, espanhol e conhecimento avançado em mandarim.
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