Ibovespa (IBOV) cai junto com o varejo; veja os indicadores desta sexta (14)
Por Juliana Américo e Vitória Pitanga
A semana fechou com queda nas vendas do varejo aqui no Brasil. Segundo o IBGE, em maio, o setor caiu 1% e registrou o pior mês para o setor varejista desde 2018, quando a queda foi de 1,8%. Com isso, a bolsa brasileira descolou do mercado internacional.
Os principais índices de Wall Street abriram em alta com três dos principais bancos dos Estados Unidos, incluindo JPMorgan Chase e Wells Fargo, relatando resultados fortes no começo da temporada de balanços corporativos do segundo trimestre.
Por volta das 12h10, o Ibovespa (IBOV) caia 0,84%. Já em Wall Street, Nasdaq subia 0,29%, S&P 500 subia 0,14% e Dow Jones acelerava a 0,28%.
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Giro dos Indicadores: Confira os dados que saíram na manhã desta sexta-feira (14)
Brasil
Por aqui, as vendas no varejo caíram 1% no mês de maio, tanto em relação a abril quanto ao mesmo período do ano passado. Segundo o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE), foi uma queda inesperada, marcando o pior mês para o setor varejista desde 2018 (1,8%). O setor perdeu tração devido à política monetária apertada do Banco Central.
Nos segmentos de hiper, supermercados, bebidas, produtos alimentícios e fumo houve desaceleração em 3,2%, ante o crescimento de 3,6% de abril. Também foi registrada queda nos setores de tecidos, vestuário e calçados (3,3%), móveis e eletrodomésticos (0,7%) e em outros artigos de uso doméstico e pessoal (2,3%).
Por outro lado, no setor de artigos farmacêuticos, médicos, ortopédicos e de perfumaria, houve aceleração de 2,3% em maio. No setor de papelaria, livros, jornais e revistas houve um ganho de 1,7%, juntamente no setor de combustíveis e lubrificantes com um ganho de 1,4%, no setor de equipamentos e material para escritório, informática e comunicação houve ganho de 1,1%.
Por fim, no comércio varejista ampliado, que inclui veículos, motos, partes e peças e material de construção, houve uma queda de 1,1% em maio, ante abril.
EUA
Nos Estados Unidos, o Índice Percepção do Consumidor, da Universidade de Michigan, apontou uma aceleração para 72,6 em julho. O resultado ficou acima da previsão de 65,5 pontos e o mais alto desde setembro de 2021. Além disso, a expectativa de inflação de um ano subiu de 3,3% para 3,4%, enquanto a de cinco anos subiu de 3% para 3,1%.
Por outro lado, segundo Departamento de Trabalho dos EUA, o Índice de Preços de Importações caiu 0,2% em junho, ante 0,4% em maio, caindo em cinco dos seis meses desse ano.
Já os preços de combustíveis importados subiram 0,8% em junho, ante queda de 4,3% no ano passado, assim preços altos do petróleo compensaram os preços baixos de gás natural no mês. Apesar do avanço, os preços caíram 36,4% em relação ao ano passado, sendo a maior queda em 12 meses.
O índice de preços do petróleo subiu 1,1% em junho, ante 3,8% em maio. Em contrapartida, os preços do gás natural caíram 5,6%, ante 20,9% em maio, uma queda de 78,4% de janeiro a junho.
Por fim, o índice de preços para importações não-combustíveis caiu 0,4% em junho, após ser inalterado no mês anterior.
O Índice de Preços de Exportações caiu 0,9% em junho, ante 1,9% em maio. Essa queda ocorreu pelos preços baixos de exportações agrícolas e não-agrícolas em junho. Sendo assim, os preços de exportações caíram 12,0% comparado a junho do ano passado, o maior declínio ao longo do ano desde que a série de variação percentual de 12 meses foi publicada pela primeira vez em setembro de 1984.
Os preços das exportações agrícolas caíram 1,6 por cento em junho, ante 2,4% em abril. Soja, frutas e nozes apresentaram os preços mais baixos em compensação a carne, que apresentou os preços mais altos. O índice de preços das exportações agrícolas caiu 9,8% no ano encerrado em junho, o maior declínio ao longo do ano desde uma queda de 10,7% de março de 2015 a março de 2016.
Todas as exportações, com exceção da agricultura, caíram 0,9% em junho, após uma queda de 1,9% em maio.
Europa
Na Alemanha, o Índice de Preços de Venda (IPA, na sigla em inglês) foi 2,9% menor do que no mesmo período no ano passado. Trata-se de queda mais acentuada desde junho de 2020.
Segundo o Departamento Federal de Estatística (Destatis), a taxa de variação foi de 2,6% em maio, ante 0,5% em abril, e em comparação ao mês de maio, os preços no atacado caíram 0,2% em junho.
Em junho, a queda de preços no comércio atacadista de produtos petrolíferos teve o maior impacto no desenvolvimento geral, sendo este em 22,7%. Comparado a maio, os preços aceleraram 1,3%.
Na zona do euro, a balança comercial registro déficit de 900 milhões de euros em maio, com as exportações subindo 2,9% e as importações recuando -0,1%.
*Com Reuters e BDM