Ibovespa (IBOV) busca fôlego extra para ir além dos 110 mil pontos
O Ibovespa (IBOV) teve força ontem (18) para superar a resistência dos 110 mil pontos e a dúvida nesta sexta-feira (19) é se terá fôlego adicional para ir além dessa marca. A proximidade do fim de semana e a agenda do dia devem trazer uma dose extra de volatilidade.
Lá fora, o sinal positivo prevalece entre os ativos de risco, em meio aos sinais de que os Estados Unidos podem chegar a um acordo sobre o teto da dívida. A notícia levanta os mercados em geral, como bolsas e petróleo, e renova a confiança entre os investidores.
Porém, como alertou o Rabobank: “as manchetes da imprensa financeira geralmente estão erradas de várias maneiras”. O problema, muitas vezes, se dá pela relação causa e efeito. Ou seja: “X aconteceu por causa de Y”, explica o estrategista global, Michael Every.
Portanto, pode até ser que os mercados estejam melhorando porque os temores em relação ao teto da dívida diminuíram. Talvez. O fato é que os investidores estão reagindo como se um risco de curto prazo ou de um evento ainda pior tenha saído de cena.
Ibovespa segue em uma encruzilhada
Afinal, ainda sobram incertezas frente ao dilema inflação e recessão. Com isso, os mercados globais parecem estar ignorando o próximo passo do Federal Reserve, conforme alertou o Bank of America.
Para o BofA, ou o aperto nos juros ainda não terminou ou os cortes serão mais profundos do que o esperado. Daí porque ganha relevância hoje a participação do presidente do Fed, Jerome Powell, em evento a partir das 12h, na companhia do ex-chairman Ben Bernanke.
Da mesma forma, o Ibovespa e o dólar resolveram cortar a taxa Selic por conta própria, embora o recado do Comitê de Política Monetária (Copom) ainda seja de cautela. Nem o presidente do Banco Central, Roberto Campos Neto, se animou com o impacto dos combustíveis na inflação.
Assim, por mais que os mercados se antecipam aos fatos, é uma falácia concluir que “depois disso, logo acontece aquilo”. Portanto, não é a imprensa financeira que omite histórias importantes ou narra os acontecimentos não como são retratados. Historicamente, é o mercado que tende a subestimar a economia e a política real.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h50:
EUA: o futuro do Dow Jones tinha leve alta de 0,09%; o do S&P 500 subia 0,10% e o Nasdaq oscilava 0,03%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) ainda não tinha negociação no pré-mercado; entre os ADRs, os da Petrobras subiam 0,51%, enquanto os da Vale recuavam 0,50%;
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta 0,68%; a bolsa de Frankfurt subia 0,57%, a de Paris avançava 0,64% e a de Londres ganhava 0,40%
Ásia: a Bolsa de Tóquio fechou em alta de 0,77%, na sétima alta seguida; na China, Hong Kong caiu 1,40% e a Bolsa de Xangai recuou 0,42%;
Câmbio: o índice DXY tinha queda de 0,26%, 103.31 pontos; o euro subia 0,21%, a US$ 1,0794; a libra avançava 0,20%, a US$ 1,2435; o dólar caía 0,35% ante o iene, a 138,22 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,645%, de 3,651% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,251%, 4,267% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro tinha alta de 0,38%, a US$ 1.967,10 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 1,20%, a US$ 72,72 o barril; o do petróleo Brent ganhava 1,20%, a US$ 76,77 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (setembro) fechou em baixa de 1,47% em Dalian, a 735,50 yuans (após ajustes).