Ibovespa (IBOV) hoje: Agora a bola é com o BCE
O Ibovespa (IBOV) deve ter um pegão de alívio nesta quinta-feira (16), um dia depois de estancar a sangria. Os investidores recompõem o fôlego após o resgate financeiro de mais de US$ 50 bilhões do Banco Central da Suíça (SNB, na sigla em inglês) ao Credit Suisse.
A medida visa injetar liquidez no segundo maior banco suíço. Com isso, as atenções se voltam agora para a reunião do Banco Central Europeu (BCE) hoje, a partir das 10h15. Até poucos dias atrás, a decisão de juros na zona do euro era um não-evento.
De uma hora para outra, porém, tudo mudou. Ainda que o consenso seja de nova alta de 0,50 ponto percentual (pp) na principal taxa de referência, indo a 3,50%, a presidente do BCE, Christine Lagarde, deve tratar dos riscos sistêmicos no setor bancário da Europa.
Ibovespa vê BCE de olho no Fed…
A expectativa é de que Lagarde sinalize, em entrevista coletiva (10h45), uma pausa no ciclo de aperto dos juros europeus, afastando a possibilidade de a taxa subir a 4%. A decisão, se confirmada, lança luz para a reunião do Federal Reserve na semana que vem.
Afinal, tudo começou com a quebra do SVB, o banco do Vale do Silício. Se o BCE deve interromper os aumentos nas taxas de juros por causa da crise em um dos mais tradicionais bancos de investimentos do mundo, por que o Fed faria diferente?
Com isso, os principais bancos centrais das economias desenvolvidas devem desistir da luta contra a inflação, que perde de vez seu caráter “temporário”. O combate agora se concentra na tentativa de contornar os estragos causados pelo maior ciclo de aperto monetário na história dos Estados Unidos.
Fato é que não havia dúvida de que seria muito difícil o aumento que removeu a taxa de juros nos EUA de perto de zero para em torno de 5% passaria ileso, sem deixar vítimas pelo caminho. A pergunta que fica é: por que ninguém viu este problema?
E também no Copom
Seja como for, as decisões do BCE e do Fed também calibram as apostas em relação ao Comitê de Política Monetária (Copom), na próxima quarta-feira (22). Ainda que um corte na taxa Selic neste mês seja um erro, não se descarta a chance de queda já em junho.
Ainda mais depois que a equipe econômica, liderada pelo ministro Fernando Haddad (Fazenda), entregou ao presidente Lula a nova regra fiscal, que irá substituir o teto de gastos. Combinadas, essas medidas favorecem a volta do apetite por risco nos mercados. Por ora, porém, o cenário ainda pede cautela.
Confira o desempenho dos mercados globais por volta das 7h45:
EUA: o futuro do Dow Jones caía 0,22%; o do S&P 500 recuava 0,13%, mas o Nasdaq tinha alta de 0,25%;
NY: o Ibovespa em dólar (EWZ) não tinha negociação no pré-mercado; entre os ADRs, os da Vale ganhavam 0,39%, enquanto os da Petrobras subiam 0,60%
Europa: o índice pan-europeu Stoxx 600 tinha alta de 0,50%; a bolsa de Frankfurt subia 0,69%, a de Paris avançava 0,96% e a de Londres crescia 1,13%;
Ásia: o índice japonês Nikkei 255 fechou em baixa de 0,80%, enquanto o Hang Seng, em Hong Kong, caiu 172% e a Bolsa de Xangai recuou 1,12%;
Câmbio: o índice DXY tinha baixa de 0,10%, 104.54 pontos; o euro subia 0,29%, a US$ 1,0609; a libra tinha leve baixa de 0,07%, a US$ 1,2047; o dólar tinha queda de 0,34% ante o iene, a 132,98 ienes;
Treasuries: o rendimento da T-note de dez anos estava em 3,489%, de 3,466% na sessão anterior; o rendimento da T-bill de 2 anos estava em 4,020%, de 3,879% na mesma comparação;
Commodities: o futuro do ouro tinha baixa de 0,38%, a US$ 1.924,00 a onça na Comex; o futuro do petróleo WTI subia 0,81%, a US$ 68,16 o barril; o do petróleo Brent avançava 0,87%, a US$ 74,36 o barril; o contrato futuro do minério de ferro (maio) fechou em baixa de 1,83% em Dalian (China), a 911 yuans a tonelada métrica, após ajustes.