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Ibovespa (IBOV) abre em queda, mas oscila após IPCA-15 e ata do Copom: 5 coisas para saber antes de investir hoje (26)

26 mar 2024, 10:18 - atualizado em 26 mar 2024, 11:14
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Resultados do 4T23, ata do Copom e IPCA-15 devem mexer com o Ibovespa nesta terça (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta terça-feira (26) em queda, recuando 0,24%, a 126.632 pontos, por volta das 10h10. Na véspera, o índice fechou com uma queda tímida de 0,08%, em dia de agenda esvaziada.

No entanto, por volta das 11h08, o índice virou para alta e avançava 0,14%, a 127.109 pontos, em um começo de pregão com oscilações.

Nesta manhã, o mercado digere os dados do IPCA-15 e a ata do Comitê de Política Monetária (Copom). Para fechar o cardápio de economia, saiu também o relatório Focus, mostrando que economistas reduziram as projeções de inflação para este ano.



Além disso, o mercado deve repercutir os balanços de grandes companhias que divulgaram os resultados ontem, após o fechamento do mercado, como Casas Bahia (BHIA3) e Minerva Foods (BEEF3).

O dólar tinha leve alta frente ao real nesta terça, mesmo depois da ata de tom duro do último encontro de política monetária do Banco Central e dos dados mais altos do que o esperado do IPCA-15, com investidores no aguardo de números de inflação norte-americanos do final da semana.

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5 assuntos que podem mexer com o Ibovespa nesta terça (26)

Casas Bahia (BHIA3) vê prejuízo saltar a R$ 1 bilhão no 4T23

Casas Bahia (BHIA3) teve prejuízo líquido contábil de R$ 1 bilhão no quarto trimestre de 2023 (4T23), contra perda de R$ 163 milhões no mesmo período do ano anterior, mostra balanço divulgado na segunda (25). O resultado foi impactado pela linha financeira e pela reestruturação.

O número frustrou as expectativas do mercado, uma vez que o consenso reunido pela Bloomberg apontava para um prejuízo menor, de R$ 424 milhões.

receita líquida do trimestre foi de R$ 7,4 bilhões, queda de cerca de 11% na comparação com os R$ 8,8 bilhões reportados um ano antes.

Na avaliação de Fernando Siqueira, analista da Guide Investimentos, os números são negativos. Ele avalia que a varejista segue sendo pressionada por vendas fracas e despesas financeiras elevadas.

“Mantemos uma visão cautelosa com a empresa e com o setor”, afirma.

Minerva (BEEF3) registra lucro de R$ 19,8 milhões no 4T23

Minerva Foods (BEEF3) reportou um lucro líquido de R$ 19,8 milhões no quarto trimestre de 2023 (4T23), acumulando um total de R$ 395,5 milhões em 2023.

O número veio bem abaixo do consenso do mercado reunido pela Bloomberg, que esperava um lucro líquido de R$ 190 milhões. No terceiro trimestre de 2023 (3T23), a companhia reportou lucro R$ 141 milhões.

Apesar disso, o número quase reverteu o resultado negativo de R$ 25,7 milhões sofrido no mesmo período de 2022.

Em relação à Minerva, Siqueira também classifica os números reportados como negativos, destacando que além do impacto da operação na Argentina, a Minerva ainda deve continuar pressionada pela aquisição de ativos da Marfrig (MRFG3).

“Os investidores seguem céticos com relação à capacidade de geração de valor a partir destes ativos. Nenhum detalhe adicional sobre esta transação foi informado nos resultados do 4T23”, pondera.

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Copom chama atenção para fiscal e fala de inflação alta

O Banco Central divulgou a ata da última reunião do Copom. O documento aponta para as projeções da autoridade monetária sobre a economia e fatores que estão pesando no afrouxamento da taxa Selic.

Um dos pontos citados é em relação ao fiscal. O BC destaca a importância da firme persecução das metas fiscais já estabelecidas para a ancoragem das expectativas de inflação — que estão desancoradas e acima do esperado, o que traz preocupação para os dirigentes.

“O Comitê avalia que a redução das expectativas requer uma atuação firme da autoridade monetária, bem como o contínuo fortalecimento da credibilidade e da reputação tanto das instituições como dos arcabouços fiscal e monetário que compõem a política econômica brasileira”, diz o texto.

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Projeções de inflação caem após Copom reduzir Selic para 10,75%

Os economistas ouvidos pelo BC voltaram atrás e reduziram as projeções de inflação para este ano. Segundo o Relatório Focus, as expectativas de alta nos preços para 2024 passaram de 3,79% para 3,75%, após a reunião do Copom cortar a Selic para 10,75%.

Já para 2025, a projeção do índice de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) também foi reajustada, passando de 3,52% para 3,51%. Os demais anos permanecem as mesmas projeções de 3,50%.

Vale lembrar que a previsão de inflação dentro do teto da meta: as metas de inflação para 2024 e 2025 são de 3% conforme estabelecido pelo Conselho Monetário Nacional (CMN).

IPCA-15: Inflação desacelera para 0,36% em março

Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo 15 (IPCA-15), que mede a prévia da inflação oficial do Brasil, variou 0,36% em março — apontando para uma desaceleração em relação à alta de 0,78% apurada em fevereiro.

De acordo com os dados divulgados pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE) nesta terça-feira (26), o IPCA-15 já tem alta acumulada de 1,46% no ano, e 4,14% nos últimos 12 meses.

Em março de 2023, a variação do índice havia registrado 0,69%. Já o IPCA-E, que se constitui no IPCA-15 acumulado trimestralmente, fechou em 1,46% — ficando abaixo da taxa de 2,01% registrada em igual período de 2023.