Mercados

Ibovespa (IBOV) abre aos 130 mil pontos, com PCE no radar; 5 coisas para saber ao investir hoje (27)

27 nov 2024, 10:27 - atualizado em 27 nov 2024, 10:32
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Ibovespa abre em alta nesta quarta-feira, 27 (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

O Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta quarta-feira (27) em alta. O principal índice da bolsa brasileira subia 0,23%, a 130.219,71 pontos, por volta de 10h09.



O dólar à vista tinha leve alta frente ao real nas primeiras negociações desta quarta, com investidores demonstrando cautela enquanto aguardam o anúncio de medidas de contenção de gastos pelo governo.

Day Trade:

Radar do Mercado:

5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quarta (27)

Pacote fiscal “atrasou demais”

Hoje, o ministro da Fazenda, Fernando Haddad, tem uma agenda importante com reuniões previstas para hoje com Arthur Lira e líderes da Câmara, e apenas amanhã com Rodrigo Pacheco e líderes do Senado. Com isso, a apresentação do aguardado e já muito atrasado pacote fiscal deve ser adiada (mais uma vez) para quinta ou sexta-feira.

Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, aponta que embora o governo insista em tentar votar o pacote ainda este ano, enfrentará sérias dificuldades. “O maior problema é que pode ter esperado tempo demais, comprometendo o momento ideal para sua aprovação”, diz.

Nesse contexto, o Ibovespa em dólares acumula uma desvalorização de cerca de 20% no ano, o pior desempenho desde 2015, quando o índice despencou 41,03%. Para o analista, a falta de credibilidade nas ações do governo pesa sobre os mercados, mantendo o dólar em R$ 5,80 e a curva de juros precificando uma Selic de 14%

“Essa situação é agravada pelo resultado do IPCA-15 de novembro, que acelerou para 0,62% na comparação mensal, superando as expectativas e adicionando pressão”, diz. “Diante desse cenário, não seria surpreendente que o Banco Central optasse por uma nova alta de 75 pontos-base na Selic em dezembro, decisão que poderia ter sido evitada caso o governo tivesse sido mais ágil e transparente tanto na apresentação do pacote quanto na sua comunicação”.

A situação ainda piora com declarações como a do líder interino do governo no Senado, Otto Alencar, que começou a sinalizar que o pacote pode ficar para 2025, uma mensagem extremamente negativa para o mercado.

“A desorganização no Congresso Nacional também contribui para o pessimismo. A agenda legislativa está claramente desordenada, a ponto de Arthur Lira cogitar uma convocação extraordinária da Câmara para janeiro, com o objetivo de votar a regulamentação da reforma tributária”, afirma.

Contudo, esse conjunto de fatores reflete não apenas a fragilidade do cenário político e fiscal, mas também a ausência de uma estratégia clara que possa restaurar a confiança dos mercados no curto prazo, pontua Spiess.

Light (LIGT3): Justiça impede Aneel de cobrar aporte de capital pelos acionistas

A Justiça do Rio de Janeiro proferiu decisão favorável à Light (LIGT3), que está em recuperação judicial, em pedido para suspender a exigência de aportes de capital demandados pela Agência Nacional de Energia Elétrica (Aneel) em relação à subsidiária Light SESA.

Segundo o comunicado enviado ao mercado, após o fechamento do mercado, o pedido ocorreu devido à exigência da Aneel de realização de volumosos aportes de capital em concessionárias de distribuição de energia elétrica para o cumprimento de determinadas exigências regulatórias referentes a seus indicadores econômico-financeiros

A Light solicitou ao juízo da 3ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro, tribunal em que também tramita o processo de recuperação judicial da companhia. A emissão de decisão favorável ocorreu na segunda-feira (25), diz o documento.

A decisão suspende a exigência destes aportes “até que o Poder Concedente decida sobre a prorrogação de sua concessão, impedindo-se a abertura de processo de caducidade da concessão vigente em decorrência da não realização dos referidos aportes”.

Banrisul (BRSR6) pagará R$ 100 milhões em juros sobre o capital próprio

Banrisul (BRSR6) pagará R$ 100 milhões em juros sobre o capital próprio. Segundo o documento enviado ao mercado, o valor por ação será de R$ 0,24451404 por ação ordinária, R$ 0,24451404 por ação preferencial classe A e B.

Deduzido o Imposto de Renda, os valores caem para R$ 0,20783693 e R$ 0,20783693, respectivamente.

As ações serão negociadas “ex-direito” a partir de 2 de dezembro. O pagamento ocorrerá em 11 de dezembro de 2024.

Oi (OIBR3): Cade aprova venda ClientCo para a V.Tal

Oi (OIBR3), que está em recuperação judicial, informou ao mercado que a Superintendência-Geral do Conselho Administrativo de Defesa Econômica (Cade) aprovou, sem restrições, a aquisição da ClientCo pela companhia de telecomunicações V.Tal.

A decisão de aprovação do órgão se tornará final e definitiva no prazo de 15 dias corridos contados a partir de sua publicação no Diário Oficial da União, caso não haja avocação pelo Tribunal Administrativo do Cade.

“A companhia seguirá com a implementação da transação prevista na Proposta aprovada pelos Credores e homologada pelo Juízo da Recuperação Judicial, incluindo a negociação de boa-fé e celebração do contrato de compra e venda e demais instrumentos acessórios”, diz a Oi em comunicado.

Planos orçamentários de Trump empurram advogados do governo dos EUA para setor privado

Os advogados de base do governo federal dos Estados Unidos temem grandes cortes orçamentários quando o presidente eleito Donald Trump assumir o cargo e estão procurando empregos no setor privado em um número excepcionalmente alto, disseram cinco recrutadores jurídicos à Reuters.

Cada novo governo provoca um êxodo de nomeados políticos e outros funcionários jurídicos de alto escalão, mas os recrutadores disseram que este ano também estão ouvindo falar de um número muito maior de advogados de nível inferior e de carreira do governo.

“Parece absolutamente diferente da transição para o primeiro governo Trump”, disse Rachel Nonaka, ex-advogada da Securities and Exchange Commission (SEC), órgão regulador do mercado de capitais dos EUA, que se tornou recrutadora em Washington.

Outro recrutador de Washington, Dan Binstock, disse que os advogados do governo procuraram sua empresa Garrison cinco vezes mais do que a taxa normal pós-eleitoral, e muito mais deles são funcionários públicos de carreira.

“O nível de incerteza não é nada parecido com o que já vimos”, disse Binstock, que é recrutador há 20 anos.

Mais de 44.000 advogados licenciados trabalham no governo federal, de acordo com dados de março do U.S. Office of Personnel Management. Cerca de um terço desses advogados trabalha no Departamento de Justiça, e menos de 400 deles são nomeados políticos sem carreira.

O Departamento de Educação, que Trump afirmou que tentaria abolir, emprega quase 600 advogados. O número de advogados em todas as agências em nível de gabinete cresceu cerca de 2.500 durante os governos de Trump e Biden.

Neste mês, Trump criou um novo Departamento de Eficiência Governamental não oficial, liderado pelo bilionário Elon Musk, presidente-executivo da Tesla, e pelo ex-executivo de biotecnologia Vivek Ramaswamy, que argumentou na semana passada que as ações executivas para eliminar as regulamentações poderiam abrir caminho para reduções em massa na força de trabalho federal.

“O governo Trump terá um lugar para as pessoas que trabalham no governo e que estão comprometidas com a defesa dos direitos do povo americano, colocando os Estados Unidos em primeiro lugar e garantindo o melhor uso dos dólares dos impostos dos trabalhadores”, disse o porta-voz da transição, Brian Hughes, em um comunicado.

Trump acusou advogados do governo de frustrar sua agenda do primeiro mandato e enfrentou duas acusações criminais federais pelo que ele descreveu como um Departamento de Justiça politizado sob o governo do atual presidente, o democrata Joe Biden. Sua indicada para procuradora-geral, Pam Bondi, pediu uma investigação sobre como esses casos foram processados.

“Os promotores serão processados. Os ruins. Os investigadores serão investigados”, disse Bondi à Fox News no ano passado.

Em junho, o procurador-geral dos EUA, Merrick Garland, rejeitou as acusações dos republicanos da Câmara dos Deputados de que ele havia politizado o sistema de justiça criminal e os acusou de divulgar teorias de conspiração que poderiam colocar em risco os agentes federais.

* Com informações de Reuters

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