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Ibovespa (IBOV) tenta sustentar os 136 mil pontos, e mercado aguarda ata do Fomc: 5 coisas para saber antes de investir hoje (21)

21 ago 2024, 10:10 - atualizado em 21 ago 2024, 10:10
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Ibovespa abre em alta nesta quarta-feira, 21 (Imagem: Diana Cheng/Money Times)

O Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta quarta-feira (21) em alta. O principal índice da bolsa brasileira subia 0,20%, a 136.366 pontos, por volta de 10h05.



Por aqui, a agenda de indicadores está vazia. Parte da atenção local fica com a reunião que o presidente do Banco CentralRoberto Campos Neto, tem marcada com o economista-chefe do Itaú Unibanco, Mario Mesquita, para tratar de conjuntura econômica.

O dólar à vista tinha leve queda frente ao real nas primeiras negociações desta quarta, devolvendo alguns de seus ganhos da véspera, e enquanto investidores exibem maior cautela no exterior antes da divulgação de dados de emprego nos Estados Unidos e da ata da reunião de julho do Federal Reserve.

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5 assuntos para saber antes de investir no Ibovespa nesta quarta (21)

Uma leve correção: ‘faz parte do jogo’

Nos Estados Unidos, o S&P 500 interrompeu uma sequência de oito dias consecutivos de alta ontem (20), encerrando a sessão de forma tranquila, mas com uma leve queda. O índice permanece apenas 1,2% abaixo do recorde alcançado em 16 de julho. Além disso, o Nasdaq Composite também quebrou sua sequência de oito dias de ganhos.

Com esse cenário, há uma crescente expectativa em torno do Simpósio de Política Monetária de Jackson Hole, em Wyoming — no qual começa amanhã (22) e conta com o discurso de Jerome Powell na sexta-feira (23).

“É natural que o evento ganhe um peso maior neste momento, com o corte de juros em setembro se aproximando”, pondera Matheus Spiess, da Empiricus Research.

Mas, enquanto o início do simpósio não chega, vale a pena acompanhar a revisão dos dados de folha de pagamento não agrícola do ano passado.

“O mercado está particularmente atento ao mercado de trabalho, e essas revisões provavelmente serão negativas. Embora isso não altere fundamentalmente a economia, uma revisão muito significativa pode reacender os temores dos investidores sobre uma recessão severa nos EUA”, finaliza.

Payroll e Fomc: o que esperar?

Além da revisão do payroll, hoje também será divulgada a ata da última reunião de política monetária do Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc). Embora não se esperem grandes novidades sobre a perspectiva das taxas de juros, o documento ainda é relevante.

A principal questão em torno da ata e do simpósio em Jackson Hole é o que acontecerá após setembro.

Após dois anos de progresso rumo à meta de inflação anual de 2% do Fed e diante da necessidade de se antecipar a um mercado de trabalho em possível declínio, os formuladores de políticas estão começando a considerar a possibilidade de reduzir as taxas de juros mais cedo ou mais tarde.

“É provável que o presidente do Fed, Jerome Powell, reforce na sexta-feira que as decisões do Fed continuarão a ser guiadas pelos dados, ao mesmo tempo em que reafirma a postura moderada dos membros do Fed. O mercado de trabalho, em particular, deve receber uma atenção ainda maior em seu discurso”, pondera Spiess.

Já os relatórios de emprego e inflação de agosto, que serão divulgados no início de setembro, serão os últimos grandes obstáculos de dados econômicos antes da reunião do Fed nos dias 17 e 18 de setembro. O analista espera um corte de 25 pontos-base nesta reunião.

Além da decisão, será apresentado o gráfico de pontos que revela as projeções das autoridades do comitê sobre as taxas de juros, e “esse gráfico nos dará uma ideia de se o Fed antecipa mais um ou dois cortes ainda em 2024”.

Spiess aponta que os mercados futuros estão apostando em um ciclo de flexibilização mais agressivo, mas, na sua opinião, é preferível um movimento de queda mais gradual e cauteloso.

“O rumo do ciclo de cortes dependerá da razão pela qual o Fed decidir cortar as taxas: será para resgatar a economia de uma recessão ou simplesmente para normalizar as taxas que se tornaram excessivamente restritivas?”, finaliza.

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Fraude contábil: Ex-CEO da Americanas (AMER3) recebe habeas corpus e responderá em liberdade

O Tribunal Regional Federal da 2ª Região (TRF-2) concedeu habeas corpus para Miguel Gutierrez, ex-CEO da Americanas (AMER3), na terça-feira (20).

Gutierrez foi alvo de um mandado de prisão no dia 27 de junho devido à fraude contábil de mais de R$ 25 bilhões envolvendo a varejista, que levou a companhia a entrar com um pedido de recuperação judicial em janeiro de 2023.

Polícia Federal aponta que o executivo teria se desfeito de bens, como imóveis e veículos, e enviado os valores a offshores sediadas em paraísos fiscais. Ele é investigado por lavagem de dinheiro, uso de informações privilegiadas, manipulação de mercado e associação criminosa. Outros diretores e ex-funcionários da companhia também tiveram a prisão decretada.

‘O que os olhos não veem, o coração sente’

As bolsas de valores da China suspenderam a divulgação de dados em tempo real sobre fluxos de fundos estrangeiros, retirando do mercado um indicador crucial de sentimento, justamente em um momento em que investidores internacionais têm sido consistentemente vendedores líquidos de ações chinesas.

A saída de estrangeiros do mercado de ações chinês, que tem um valor de mercado de US$ 8,3 trilhões, alcançou um patamar negativo no comparativo anual ao final da semana passada.

“A redução da transparência tem enfraquecido ainda mais a confiança dos investidores estrangeiros na China, que já havia interrompido a divulgação de dados intradiários sobre fluxos estrangeiros e estimativas em tempo real do valor líquido dos fundos”, pondera Matheus Spiess.

O analista ainda aponta que, com essa falta de transparência, a China corre o risco de registrar sua primeira saída anual de ações em 2024.

Santander vende ações da Americanas (AMER3)

Santander passou a ser titular de 960.714.956 ações ordinárias da Americanas (AMER3), representativas de 4,87% do total de papéis da companhia, além de 459.388.618 bônus de subscrição, informou a varejista na terça-feira (20) a noite.

A mudança acontece depois de o banco ter vendido papéis da companhia e correspondem aos números de ontem, disse a empresa. No último dia 13, a própria Americanas havia informado que o Santander detinha 6,99% do total de ações.

“O Banco Santander informa que a participação detida na Americanas não objetiva alterar sua composição do controle ou estrutura administrativa e não possuiu outro acordo ou contrato regulando o exercício do direito de voto ou a compra e venda de valores mobiliários de emissão da companhia além daquele referente aos 459.388.618 bônus de subscrição da Americanas, que conferem o direito de receber ações ordinárias adicionais nos termos do acordo de lock-up, previsto no Plano de Recuperação Judicial da Americanas, homologado pelo Juízo da 4ª Vara Empresarial da Comarca da Capital do Estado do Rio de Janeiro em 26 de fevereiro de 2024”, diz comunicado recebido pela varejista.

* Com informações de Reuters