Ibovespa (IBOV) opera de lado aos 132 mil pontos com repercussão do comunicado do Copom; 5 coisas para saber ao investir hoje (20)

O Ibovespa (IBOV) opera de lado no pregão desta quinta-feira (20). O principal índice da bolsa brasileira avança 0,02%, aos 132.529,17 pontos, por volta de 10h07 (horário de Brasília).
O dólar à vista rondava a estabilidade frente ao real nas primeiras negociações de hoje, à medida que os investidores reagiam à decisão de juros do Comitê de Política Monetária (Copom) na véspera, enquanto também analisavam comentários do ministro da Fazenda, Fernando Haddad.
Por volta das 10h, o dólar avançava a 0,16%, a R$ 5,6575.
Do lado corporativo, serão divulgados os resultados do quarto trimestre de 2024 da Brava Energia (BRAV3), Anima (ANIM3), Méliuz (CASH3), Hypera (HYPE3), Cyrela (CYRE3), Petz (PETZ3) e Cemig (CMIG4).
Day Trade:
- Vale (VALE3), IRB (IRBR3) e mais 4 ações para comprar
- Allos (ALOS3) e outras ações para vender e buscar retornos de até 3,04%
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quinta (20)
1 – Copom sobe taxa e dá esperança de que o fim do ciclo de altas está próximo
Como esperado, o Comitê de Política Monetária (Copom) elevou a taxa básica de juros em 1 ponto percentual, levando a Selic ao patamar de 14,25% ao ano — maior desde outubro de 2016.
Apesar da alta robusta, o mercado pode começar a respirar aliviado. Isso porque o Banco Central ajustou o guidance do seu comunicado, antecipando uma nova alta de juros de menor magnitude na próxima reunião, marcada para início de maio.
Ou seja, o ciclo de aperto monetário pode estar chegando ao fim se o alívio do dólar e as quedas nas projeções de inflação continuarem. Para o próximo encontro do Copom, os economistas projetarem uma elevação de pelo menos mais 0,5 ponto percentual, o que levaria os juros a 14,75%.
Os investidores devem repercutir o comunicado do Copom, mas nem tanto a decisão oficial, que já estava precificada. Alison Correia, analista de investimentos e co-fundador da Dom Investimentos, destaca que pode ser vista uma correção na bolsa de valores hoje, após seis altas seguidas e uma queda relevante do dólar.
2- Bancos centrais internacionais também definem taxas
O Comitê Federal de Mercado Aberto (Fomc, na sigla em inglês) manteve a taxa de juros no atual patamar entre 4,25% e 4,50%.
O presidente do Federal Reserve, Jerome Powell, afirmou que os últimos dados de inflação surpreendeu negativamente, mas que as expectativas no longo prazo estão mais ancoradas, sugerindo que a inflação pode ser “transitória”. Powell também repetiu que a autoridade monetária não tem pressa para começar a cortar os juros.
Nesta madrugada, o Banco Popular da China (PBoC) também manteve os juros das taxas primárias de empréstimo (LPR) de 1 ano em 3,1% e de 5 anos em 3,6%. Além disso, o Banco da Inglaterra (BoE) manteve os juros em 4,5% nesta manhã.
3 – Procurando sentido na política comercial
O presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, voltou a criticar a União Europeia e outros parceiros comerciais, acusando-os de “roubar” os americanos. No entanto, segundo Matheus Spiess, analista da Empiricus Reserach, essa retórica desconsidera o funcionamento da economia global e os benefícios que os EUA extraem do atual sistema.
Spiess destaca que o déficit comercial americano não decorre de exploração externa, mas da própria dinâmica econômica do país. Como quase todas as importações são faturadas em dólares – 95% em 2023 –, parte desse fluxo retorna aos EUA na forma de investimentos financeiros, fortalecendo a economia local.
O mercado de títulos públicos é um exemplo desse mecanismo. O Canadá, alvo recente das críticas de Trump, detém US$ 2,56 trilhões em Treasuries americanos. Esse capital ajuda a reduzir custos de financiamento, baratear empréstimos e aumentar o patrimônio das famílias americanas.
Na prática, segundo Spiess, o sistema econômico global não apenas foi criado pelos EUA, como beneficia amplamente o país. Ao sugerir mudanças, Trump propõe redesenhar regras que, até agora, favoreceram os próprios americanos.
- SAIBA MAIS: Copom anunciou decisão dos juros nesta quarta-feira (19); saiba onde investir após a nova taxa Selic
4 – PetroReconcavo (RECV3) tem lucro líquido de R$ 32,4 milhões no 4º trimestre de 2024
A PetroReconcavo (RECV3) reportou lucro líquido de R$ 32,4 milhões no quarto trimestre de 2024, queda de 83% ante igual período de 2023. Já no ano de 2024, o lucro líquido alcançou R$ 437,5 milhões, recuo de 38% na comparação ano contra ano.
De outubro a dezembro do ano passado, o Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) da PetroReconcavo foi de R$ 402,9 milhões, alta anual de 63%. A margem Ebitda avançou 12 pontos porcentuais (p.p.), para 47,8%. Em 2024, por sua vez, o Ebitda totalizou R$ 1,643 bilhão, crescimento de 29% frente a 2023.
A receita líquida foi de R$ 843,3 milhões no quarto trimestre, aumento de 22% em relação ao mesmo intervalo de 2023. Já a receita líquida de petróleo apresentou aumento de 15% e 5% em relação ao ano e ao trimestre anterior, respectivamente.
- VEJA MAIS: Copom eleva Selic em 14,25% ao ano; veja onde investir diante do novo patamar de juros
5- Hapvida (HAPV3): Lucro ajustado quase dobra no 4T24 e vai R$ 514,7 milhões
A operadora de saúde Hapvida (HAPV3) informou que seu lucro líquido ajustado cresceu 98,8% no quarto trimestre de 2024 sobre o mesmo período do ano anterior, a R$ 514,7 milhões, em desempenho acima do esperado pelo mercado.
Analistas, em média, projetavam lucro líquido de R$ 445,2 milhões para a companhia no período, de acordo com estimativas compiladas pela LSEG.
A companhia reportou lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização (Ebitda) ajustado de R$ 1 bilhão nos três meses encerrados em dezembro, 19,4% acima do resultado de um ano antes e em linha com a expectativa média de analistas.
A receita líquida da companhia subiu 7,8% no trimestre, para R$ 7,47 bilhões, com avanço de 9% na linha de planos de saúde e de 6,6% em planos odontológicos, mas queda de 17,5% em serviços médico-hospitalares, conforme balanço financeiro.
*Com informações de Reuters