Ibovespa (IBOV) volta a operar nos 130 mil pontos e tenta manter o ritmo; 5 coisas para saber ao investir hoje (14)
O Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta segunda-feira (14) em alta. O principal índice da bolsa brasileira subia 0,06%, a 130.064 pontos, por volta de 10h06.
O dólar à vista tinha leve alta frente ao real nas primeiras negociações desta segunda, em linha com os ganhos no exterior, à medida que investidores digeriam novas notícias sobre o pacote de estímulo da China e se posicionavam para uma semana com uma agenda macroeconômica esvaziada.
Day Trade:
- CBA (CBAV3) e mais 2 ações para comprar hoje (14) e buscar retorno de até 7,2%
- Engie (EGIE3), IRB (IRBR3) e mais 2 ações para vender nesta segunda-feira (14)
Radar do Mercado:
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta segunda (14)
Ásia: sem novidades provenientes na China
Do outro lado do mundo, a coletiva de imprensa do Ministério da Economia da China, aguardada com grande expectativa no fim de semana, trouxe poucas informações concretas — mesmo que tenha indicado um tamanho de pacote potencial.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, pontua que faltaram propostas claras e objetivas. Isso porque, os investidores internacionais, que há algum tempo esperam por um pacote fiscal robusto, seguem céticos.
“Apenas a flexibilização monetária, como a de setembro, dificilmente será suficiente para estimular a economia de maneira significativa”, aponta.
Dentro desse cenário, o analista pontua que os principais índices asiáticos apresentaram um desempenho misto na segunda, ainda que o sentimento geral tenha permanecido levemente positivo — já que as principais indicações da coletiva ainda foram boas.
Risco de perder a direção?
Por aqui, as preocupações em torno das contas públicas ganham cada vez mais destaque. Hoje, declarações esperadas do ministro da Fazenda, Fernando Haddad, e do futuro presidente do Banco Central, Gabriel Galípolo, podem trazer algum alívio ao mercado.
Spiess aponta, entretanto, que a paciência dos investidores com promessas vazias está se esgotando. “Sem a implementação de medidas concretas, os ativos de risco continuarão sob intensa pressão”, diz.
Na ausência de uma âncora fiscal sólida, o Brasil parece depender exclusivamente da política monetária, com o BC recorrendo à elevação dos juros para tentar estabilizar a formação de expectativas.
“Na sexta-feira, por exemplo, para piorar a situação, declarações do presidente Lula sobre a compra de novos aviões presidenciais e a promessa de isenção do Imposto de Renda para salários de até R$ 5 mil aumentaram as tensões no mercado financeiro”, aponta. Isso levou a uma alta do dólar e dos juros, além de uma queda do Ibovespa, que recuou abaixo dos 130 mil pontos.
Nesse cenário de crescente estresse sobre a curva de juros futuros, o mercado passou a precificar uma taxa Selic final entre 13,25% e 13,5%, bem acima dos atuais 10,75%.
O analista pondera que esse movimento reflete a percepção de que o governo não está tomando as medidas estruturais necessárias para equilibrar as contas públicas, demonstrando pouco interesse em cortar despesas.
Embora significativo, o crescimento econômico é visto como insustentável devido ao aumento da dívida. O déficit orçamentário nominal do Brasil alcançou 9,8% do PIB nos últimos 12 meses até agosto, elevando a dívida bruta para 78,5% do PIB, em comparação com 71,7% no final de 2022, colocando o país em uma trajetória que deve ultrapassar os 80% do PIB em breve.
“Com esse panorama, a definição da taxa de juros terminal parece mais dependente das decisões do Ministério da Fazenda do que do Banco Central. Mesmo um pequeno sinal de comprometimento com a responsabilidade fiscal já seria suficiente para aliviar parte da pressão atual sobre o mercado”, finaliza.
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Vale (VALE3) fará oferta de R$ 6 bilhões em debêntures
A Vale aprovou em conselho a emissão de debêntures simples no total de R$ 6 bilhões.
As debêntures serão emitidas em três séries e terão prazos de 10, 12 e 15 anos, segundo o documento da mineradora encaminhado à Comissão de Valores Mobiliários (CVM).
Sequoia (SEQL3), de logística, pede recuperação extrajudicial
A Sequoia Logística e Transportes informou que, em conjunto com a Transportadora Americana, distribuiu pedido de homologação de Plano de Recuperação Extrajudicial no estado de São Paulo.
Segundo a companhia, a medida visa dar início a processo de reestruturação de dívidas não-financeiras, inclusive mediante conversão e reperfilamento de créditos quirografários da ordem de aproximadamente R$ 295 milhões, decorrentes de contratos firmados com fornecedores, prestadores de serviços, locadores de armazéns, entre outros.
Ânima Educação (ANIM3) firma renegociação de dívida com Banco do Brasil
A Ânima Educação (ANIM3) concluiu a assinatura de aditivos contratuais que refletem negociação com seu credor Banco do Brasil, que inclui alongamento da dívida e redução das taxas de juros prévias.
Segundo a companhia, o resultado da negociação significa uma redução da taxa de juros dos atuais 2,60% e 2,65% para 1,65%, vencimento da dívida prorrogado para setembro de 2029 (originalmente entre agosto de 2026 e julho de 2027).
Adicionalmente, foi pactuada uma carência correspondente a R$ 348,8 milhões (sendo R$ 49,6 milhões em 2024, R$ 197,6 milhões em 2025 e R$ 101,6 milhões em 2026), com início das amortizações em março de 2027, ainda de acordo com a Ânima.
*Com informações de Reuters