Ibovespa (IBOV) ensaia alta em meio a retaliação da China; 5 coisas para saber ao investir hoje (11)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta sexta-feira (11) ensaiando uma alta. O principal índice da bolsa brasileira avançava 0,15%, aos 126.543,93 pontos, por volta de 10h05 (horário de Brasília).
O dólar à vista recuava mais de 1% ante o real nas primeiras negociações do dia, devolvendo os ganhos da véspera, à medida que os investidores repercutiam uma nova escalada nas tensões comerciais entre Estados e China, enquanto analisavam dados de inflação e de atividade econômica no Brasil.
Por volta das 10h (horário de Brasília), o dólar à vista caía 0,85%, a R$ 5,8355.
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Day Trade:
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta sexta (11)
1 -Mercado reage à nova jogada da China
A guerra comercial ganhou mais um capítulo: a China anunciou, na madrugada desta sexta-feira (11), a elevação das tarifas de retaliação contra os produtos importados dos Estados Unidos de 84% para 125%.
O movimento é uma reposta às declarações da Casa Branca, que esclareceu que tarifas impostas contra os produtos chineses somam 145%.
No entanto, Pequim já avisou que não vai mais ficar brincando de “minha tarifa é maior do que a sua” com o governo norte-americano.
“A imposição sucessiva de tarifas excessivamente altas à China pelos EUA tornou-se nada mais do que um jogo de números, sem real significado econômico. Isso apenas expõe ainda mais a prática americana de usar tarifas como arma para intimidação e coerção, transformando-se em uma piada”.
E parece que Donald Trump também já cansou da brincadeira. Ontem, o republicano voltou a falar que espera conseguir uma negociação com a China. “Xi Jinping tem sido meu amigo por muitos anos e espero conversar com ele”, disse.
2 – Japão se prepara para negociações comerciais com os EUA
O primeiro-ministro do Japão, Shigeru Ishiba, criou uma força-tarefa para supervisionar as negociações comerciais com os Estados Unidos, liderada por seu assessor próximo e ministro da Economia, Ryosei Akazawa, que, segundo a mídia nacional, visitará Washington na próxima semana.
Akazawa se reunirá com o secretário do Tesouro dos EUA, Scott Bessent, e com o Representante de Comércio norte-americano, Jamieson Greer, para negociações tarifárias em 17 de abril, informou a emissora pública NHK.
O primeiro passo entre o Japão e os Estados Unidos seria chegar a um acordo sobre quais temas priorizar, disse Akazawa, acrescentando que nenhuma agenda específica foi oficialmente definida ainda.
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3- Temporada de resultados no radar
A temporada de resultados do primeiro trimestre começa hoje nos Estados Unidos, com os balanços de JPMorgan, Morgan Stanley e Wells Fargo. Em condições normais, o evento seria o centro das atenções. Mas, após o tarifaço de Donald Trump e a turbulência recente nos mercados, o foco agora está nas perspectivas para o futuro.
Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, mais do que os números dos primeiros três meses do ano, investidores querem saber como as empresas estão se preparando para um cenário de guerra comercial, fragmentação global e risco de recessão. As atenções se voltam especialmente para os comentários dos CEOs, que têm uma visão privilegiada sobre crédito, inadimplência e demanda por empréstimos.
A Delta Air Lines, por exemplo, já sinalizou cautela ao revisar para baixo suas projeções para o restante de 2025, citando “incerteza econômica generalizada”. A tendência é que esse tom mais pessimista se repita ao longo da temporada.
Dependendo do que for dito nos próximos dias, o impacto pode ir além dos mercados e pressionar a Casa Branca a rever, mais uma vez, sua política comercial. Afinal, como mostra o recuo recente nas tarifas, a retórica agressiva de Trump tende a ceder quando os mercados sentem o baque.
4- IPCA sobe 0,56% em março e acumula alta de 2,04% no ano
O Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA), que mede a inflação oficial do Brasil, subiu 0,56% em março, segundo divulgado pelo Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE). O número indica uma desaceleração em relação à alta de 1,31% apurada em fevereiro.
A inflação acumula alta de 2,04% no ano e de 5,48% em doze meses. No mês passado, esses números eram de 1,47% e 5,06%, respectivamente.
O acumulado de um ano do IPCA segue acima do teto da meta de inflação perseguida pelo Banco Central em 2024. O alvo é 3%, com tolerância de 1,5 ponto percentual (p.p.) para baixo ou para cima.
As maiores influências na leitura deste mês vieram dos grupos Alimentação e Bebidas, que registrou alta de 1,17% e impacto de 0,25 p.p., e Despesas pessoais, com 0,70% e 0,07 p.p.
O IPCA veio em acima das expectativas do mercado. A projeção era de que o índice subiria 0,54% este mês e aceleraria para 5,46% no acumulado de 12 meses, segundo a mediana das estimativas coletadas pelo Money Times.
5 – IBC-Br: Prévia do PIB brasileiro surpreende de novo e sobe 0,4% em fevereiro
O indicador mensal de atividade econômica (IBC-Br) registrou alta de 0,4% em fevereiro, mostra dado divulgado pelo Banco Central. O avanço da prévia do Produto Interno Bruto (PIB) foi de 4,1% na comparação com o mesmo mês de 2024, enquanto no acumulado em 12 meses foi de 3,8%.
O IBC-Br da agropecuária foi o destaque e subiu 5,6%. Os serviços também fecharam fevereiro no positivo, com alta de 0,2%. Já os indicadores de indústria, impostos e ex-agropecuária recuaram respectivos -0,8%, -0,6% e -0,2%.
O dado veio acima das projeções do mercado, que esperava uma alta mensal de 0,3%, segundo a mediana das projeções coletadas pelo Broadcast. Já no comparativo interanual, era esperado um avanço para 3,60%.
Na edição anterior, de janeiro, a prévia do PIB teve alta mensal de 0,9% e anual de 3,6% — também acima das expectativas.
A última leitura fechada do PIB mostra que a economia cresceu 0,2% no quarto trimestre de 2024 (4T24) e fechou o ano com alta de 3,4%, em R$ 11,7 trilhões.
A expectativa entre analistas é de perda de força da economia em 2025, conforme o aperto monetário realizado pelo BC passe a surtir efeito. Ainda assim, uma safra agrícola positiva pode ser favorável à atividade no início deste ano.
*Com informações de Reuters