Ibovespa (IBOV) abre em queda com atenção voltada aos EUA; 5 coisas para saber ao investir hoje (10)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta quinta-feira (10) em queda. O principal índice da bolsa brasileira recuava 0,22%, aos 127.509,64 pontos, por volta de 10h05 (horário de Brasília).
O dólar à vista tinha leve alta ante o real nas primeiras negociações do dia, à medida que os investidores ainda repercutiam a decisão do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, na véspera de pausar algumas de suas tarifas, enquanto aguardam dados de inflação da maior economia do mundo.
Por volta das 10h (horário de Brasília), o dólar à vista subia 0,88%, a R$ 5,8725.
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Radar do mercado:
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quinta (10)
1 – Mercados ganham primeira batalha na guerra comercial de Trump
Na guerra comercial travada por Donald Trump, os Estados Unidos teve a sua primeira derrota após o presidente voltar atrás nas tarifas reciprocas e anunciar uma pausa nas medidas tarifárias anunciadas na semana passada.
Pelos próximos 90 dias, a taxa será de apenas 10% – com exceção da China, que viu a tarifa subir para 125%, com a troca de retaliações entre as duas maiores economias do mundo. Trump não aguentou a queda forte nos mercados e pressão dos grandes empresários americanos, que estão preocupados com o aumento de custos que as imposições tarifárias podem gerar.
Além disso, pegou mal para o presidente o posicionamento da China de não se dobrar diante das exigências do presidente norte-americano, o que estava dando força para outros países revidarem o aumento de tarifas, caso do Canadá e da União Europeia.
Ao longo dos últimos dias, Trump chegou a acenar diversas vezes para Xi Jinping, afirmando que aguardava pelo telefonema do presidente chinês para acertar uma negociação. Mas a única resposta de Pequim foi a de que eles lutariam “até o fim” caso os EUA insistissem nas tarifas contra produtos chineses.
Após o recuo de Trump, o mercado deu uma guinada de 360 graus e aproveitou para recuperar as perdas dos últimos dias.
2 – União Europeia suspende tarifas sobre produtos dos EUA por 90 dias
A União Europeia anunciou a suspensão por 90 dias das tarifas de 25% sobre os produtos dos Estados Unidos, após Donald Trump reduzir as tarifas retaliatórias.
O bloco europeu tinha anunciado a taxa na quarta-feira (9), em represália aos impostos de 25% que o governo norte-americano impôs no mês passado às exportações de aço e alumínio. A tarifa está prevista para começar a valer a partir do dia 15 de abril.
O pacote votado pelos países-membros afetaria mais de 20 bilhões de euros (cerca de R$ 130,5 bilhões) em produtos americanos como milho, trigo, cevada, arroz, motocicletas, aves, frutas, madeira, roupas e fio dental.
Ursula von der Leyen, presidente da Comissão Europeia, afirma que a UE quer dar espaço para possíveis negociações e, caso não haja, as contramedidas irão entrar em vigor.
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3 – CPI: Inflação dos EUA desacelera em março e vai a 2,4% em 12 meses
O índice de preços ao consumidor (CPI, na sigla em inglês) nos Estados Unidos (EUA) caiu 0,1% em fevereiro, informou o Departamento do Trabalho. A inflação norte-americana acumula alta de 2,4% em 12 meses.
A energia caiu 2,4%, com a queda de 6,3% no índice da gasolina, mais que compensando os aumentos nos índices de eletricidade e gás natural.
Os alimentos, por outro lado, subiram 0,4%, com o índice de alimentação em casa aumentando 0,5% e o índice de alimentação fora de casa subindo 0,4% no mês.
A leitura de março veio abaixo das estimativas do mercado, que esperava uma alta mensal de 0,10% e anual de 2,6%, segundo mediana das projeções coletadas pelo Broadcast.
O núcleo do CPI, que exclui itens voláteis como alimentos e energia, avançou 0,1% no mês passado e foi a 2,8% em um ano.
A inflação do país desacelerou frente ao segundo mês do ano, quando o CPI subiu 0,2% e o núcleo avançou 0,2%.
4 – Jogo perigoso
A suspensão temporária das tarifas anunciadas por Donald Trump foi vista por analistas como um recuo forçado diante da pressão dos mercados e da deterioração dos indicadores econômicos. Para Matheus Spiess, da Empiricus Research, o tarifaço foi um erro grave, baseado em uma leitura equivocada da força política e da realidade econômica global.
Segundo Spiess, a decisão da Casa Branca de adiar por 90 dias a aplicação das tarifas não representa força, mas sim uma tentativa de conter os danos. O episódio queimou capital político e credibilidade, dois ativos essenciais para avançar em reformas relevantes.
O analista também destaca que o governo desperdiçou energia em uma medida mal planejada, que acabou prejudicando a própria agenda econômica. Em vez de focar em temas como simplificação tributária e desburocratização, Trump optou por uma ação que gerou incerteza e instabilidade.
A trégua, na visão de Spiess, é apenas momentânea. A China segue como alvo principal da política comercial americana, com tarifas elevadas a 125%. Para ele, o maior legado da atual gestão tem sido a insegurança, com mudanças de rumo frequentes e imprevisíveis, um ambiente ruim para negócios e investimentos.
5 – AgroGalaxy (AGXY3) tem plano de recuperação judicial aprovado em assembleia de credores
A AgroGalaxy (AGXY3) obteve aprovação do seu plano de recuperação judicial pelos credores, em assembleia geral. O próximo passo é submeter à homologação no Juízo da 19ª Vara Cível e Ambiental da Comarca de Goiânia, Estado de Goiás.
A distribuidora de insumos agrícolas entrou com o pedido de recuperação judicial em setembro de 2024, quando reportou um passivo total no valor de R$ 4,67 bilhões.
À época, a companhia alegou que enfrentou uma combinação de adversidades, incluindo “queda drástica nos preços das commodities”, “condições climáticas adversas” e “restrições de acesso a crédito”.
Esses fatores afetaram diretamente sua liquidez e capacidade de geração de caixa, levando a um aumento da dívida líquida.
*Com informações de Reuters