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Ibovespa (IBOV) despenca, digerindo a Selic: 5 coisas para saber antes de investir hoje (9)

09 maio 2024, 10:16 - atualizado em 09 maio 2024, 10:16
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Ibovespa abre pregão em forte queda, digerindo decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) (Imagem: REUTERS/Amanda Perobelli)

Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta quinta-feira (9) em forte queda, caindo 1,17%, a 127.968 pontos, por volta das 10h10.

Na véspera, o índice fechou estável, com o mercado aguardando o anúncio sobre a taxa Selic. As ações de Petrobras (PETR3;PETR4) no azul ajudaram a sustentar a leve alta.

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Hoje os mercados digerem a decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) de reduzir a taxa básica de juros em 0,25 ponto percentual, em uma decisão que não foi unânime.



O dólar saltava cerca de 1% na abertura desta quinta, depois que uma decisão muito dividida pela desaceleração do ritmo de corte da Selic na véspera levantou preocupações sobre mudanças no perfil do colegiado, com o Copom também destacando em seu comunicado cenários internacional e doméstico muito incertos.

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5 assuntos que podem mexer com o Ibovespa nesta quinta (9)

Selic a 10,50% e Banco Central mais conservador

Ontem, o Comitê de Política Monetária (Copom) reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual. Com isso, a taxa básica de juros passou de 10,75% para 10,50% ao ano — menor patamar de juros desde março de 2022.

A decisão não pegou o mercado de surpresa. Na verdade, as apostas estavam divididas entre um corte mais brando, justificado pela deterioração do cenário econômico global e nacional, e um corte de 0,50 pp, como foi sinalizado na reunião de março.

Banco Central optou pela primeira opção e ainda adotou um tom mais conservador para a condução da política monetária.

Em seu comunicado, o Copom deixou em aberto os próximos cortes de juros e destacou que deve se manter contracionista por um tempo.

O analista da Empiricus Research, Matheus Spiess, avalia que hoje o mercado local deve enfrentar uma correção.

“Isso não se deve tanto à decisão do Comitê de Política Monetária (Copom) em si, mas ao desacordo evidente que marcou a conclusão da reunião e à forma como isso foi comunicado, gerando controvérsias e direcionando a atenção para a ata que será publicada na próxima semana, diminuindo a importância relativa do IPCA de abril, que será anunciado amanhã”, explica.

Governo começa fritura de Campos Neto

Hoje o mercado mal acordou com a notícia de que o Copom reduziu a Selic em 0,25 ponto percentual e membros do governo já estão criticando a condução da política monetária.

Vale lembrar que a decisão do reajuste não foi unânime. Votaram por uma redução de 0,25 pp os seguintes membros do Comitê:

  • Roberto de Oliveira Campos Neto (presidente)
  • Carolina de Assis Barros
  • Diogo Abry Guillen
  • Otávio Ribeiro Damaso
  • Renato Dias de Brito Gomes

Por outro lado, votaram por uma redução de 0,50 pp os seguintes membros:

  • Ailton de Aquino Santos
  • Gabriel Muricca Galípolo
  • Paulo Picchetti
  • Rodrigo Alves Teixeira

Essa divisão não é aleatória. Votaram pelo corte maior justamente os diretores indicados pelo presidente Luiz Inácio Lula da Silva, o que sinaliza que o mercado pode começar a se preparar para um Banco Central menos contracionista a partir do 2025. Campos Neto deixa o cargo em dezembro desde ano e o seu provável sucessor será Galípolo.

O analista da Empiricus chama atenção de que um Copom dividido não é necessariamente problemático, visto que divisões são comuns entre autoridades monetárias globais. No entanto, aponta como preocupante o modo como essa divisão ocorreu.

“Primeiro, a decisão foi dividida por apenas um voto, indicando o que se chama de dissenso amplo. Segundo, o comunicado não ofereceu explicações para os votos divergentes, o que aumenta a expectativa (e a ansiedade) pela ata da próxima reunião, agendada para a semana que vem”, pondera.

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Banco do Brasil (BBAS3): Lucro líquido ajustado sobe 8,8% no 1T24 e bate expectativas

Banco do Brasil (BBAS3) encerrou o primeiro trimestre com lucro líquido ajustado de R$ 9,3 bilhões, alta de 8,8% na comparação anual, mostra documento enviado ao mercado na quarta (8).

O número ficou acima da expectativa da Bloomberg, que aguardava lucro de R$ 8,8 bilhões.

Já o lucro líquido IFRS ficou em R$ 8,7 bilhões, alta de 19% em relação ao mesmo período do ano passado. O contábil foi de R$ 8,2 bilhões.

O analista Fernando Siqueira, da Guide Investimentos, aponta que Oos resultados foram bons, mas em linha com o esperado.

“Ao contrário do que ocorreu durante boa parte de 2022 e 2023, os resultados do BB deixaram de surpreender nos últimos trimestres. Além disso, os números vêm mostrando fraqueza em algumas linhas, como receita de serviços e provisões”, avalia.

Eletrobras (ELET3): Lucro cai para R$ 331 milhões no 1T24 e frustra – por muito – expectativas

Eletrobras (ELET3) teve lucro líquido de R$ 331 milhões no primeiro trimestre de 2024 (1T24), baixa de 19% na comparação anual, segundo balanço divulgado na quarta-feira (8). O número veio abaixo da expectativa, uma vez que o consenso reunido pela Bloomberg apontava para R$ 2,380 bilhões.

Ebitda (lucro antes de juros, impostos, depreciação e amortização) ajustado foi de R$ 4,50 bilhões, uma queda de 19% em relação ao mesmo período de 2023.

Lucro de Lojas Renner (LREN3) salta 198% no 1T24 e soma R$ 139 milhões

Lojas Renner (LREN3) apresentou um salto de 197,6% no lucro líquido do primeiro trimestre (1T24), quando comparado com o mesmo período do ano passado. O lucro evoluiu de R$ 46,8 milhões para R$ 139,3 milhõesAo divulgar os números do 1T24, a Renner acrescentou que as enchentes que atingem o Rio Grande do Sul levaram ao fechamento de cerca de 3% do total de lojas da rede.

O grupo encerrou março com 666 lojas físicas, sendo 438 da Renner, 104 da Camicado, e 124 da YouCom. A empresa esclarece que as unidades a Ashua são consolidadas na marca Renner.

Sobre Renner, o analista da Guide explica que a companhia continua recuperando o nível de vendas e rentabilidade. “Acreditamos que a cotação atual das ações ainda não refletem esta melhora”, afirma Siqueira.

Repórter
Formada em jornalismo pela Universidade Nove de Julho. Foi redatora na área de marketing digital por 2 anos e ingressou no Money Times em 2022.
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