Ibovespa (IBOV) abre em queda com China elevando taxas contra EUA; 5 coisas para saber ao investir hoje (9)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta quarta-feira (9) em queda. O principal índice da bolsa brasileira recuava 0,40%, aos 123.440,12 pontos, por volta de 10h05 (horário de Brasília).
O dólar à vista subia ante o real nas primeiras negociações do dia, à medida que os investidores reagiam a mais uma escalada das tensões comerciais entre Estados e China, após Pequim anunciar nova retaliação contra as tarifas recíprocas do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que entraram em vigor mais cedo.
Por volta das 10h (horário de Brasília), o dólar à vista subia 0,95%, a R$ 6,0678.
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Day Trade:
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Radar do mercado:
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta quarta (9)
1 – Guerra comercial entre EUA e China ganha força
A guerra comercial entre os Estados Unidos e China ganhou novos capítulos. A partir desta quarta-feira (9), começam a valer as tarifas recíprocas acima de 10%, impostas por Donald Trump, assim como as tarifas de retaliação de Pequim.
Vale lembrar que as taxas contra os produtos chineses subiu para 104% — 20% anunciados no início do ano, 34% da tarifa recíproca e 50% da retaliação —, após a Casa Branca confirmar a taxa extra por conta da reação da China após o anúncio do “tarifaço” de Trump.
Também começam a valer hoje a tarifa de 20% para membros da União Europeia e a retaliação do Canadá de 25% imposta aos veículos americanos.
A escalada da guerra comercial voltou a preocupar os mercados com uma possível recessão. Nesta manhã, o preço do petróleo cai mais de 4%, atingindo seu menor patamar desde a pandemia. O tipo Brent, que é referência internacional, é negociado em torno dos US$ 60 o barril, enquanto o WTI (referência nos EUA), tenta manter a cotação de US$ 57 o barril.
2 – China aplica tarifas retaliatórias de 84% sobre produtos dos EUA
A China elevou os impostos sobre importações dos Estados Unidos, em resposta às políticas tarifárias do presidente Donald Trump.
O Escritório da Comissão Tarifária do Conselho de Estado da China informou que as tarifas sobre produtos norte-americanos aumentarão de 34% para 84% a partir de 10 de abril.
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3 – Crise externa pressiona Brasil e escancara riscos políticos internos
O mercado brasileiro voltou a sentir os efeitos da turbulência internacional. O Ibovespa, que chegou a subir ao longo do dia, fechou em queda acompanhando o recuo das bolsas americanas. O dólar disparou 1,47% e encerrou a R$ 5,99, maior nível desde janeiro. Na máxima do dia, chegou a superar os R$ 6, refletindo o aumento da aversão global ao risco.
Para o analista Matheus Spiess, da Empiricus Research, o cenário preocupa. Com a desaceleração simultânea das economias dos Estados Unidos e da China, o Brasil corre o risco de ser atingido em cheio. A queda no preço das commodities, motor importante da economia local, agrava o quadro.
Apesar da tensão, o Brasil pode encontrar oportunidades. A crise comercial abre espaço para o país substituir exportadores asiáticos nos Estados Unidos e produtos americanos em mercados da Ásia e Europa. Spiess avalia que o momento exige cautela e pragmatismo, evitando confrontos diplomáticos e focando em ganhos estratégicos.
Enquanto isso, no campo político, o caos externo serve como distração. A queda de popularidade do presidente Lula pode perder força, mas preocupações crescem nos bastidores. Arthur Lira articula mudanças no projeto de isenção do Imposto de Renda, com risco de redução nas compensações fiscais. Também volta à pauta a pressão por cortes nos preços dos combustíveis, levantando temores de interferência na Petrobras.
“A conjuntura interna, longe dos holofotes, começa a caminhar em direção perigosa”, diz Spiess.
4 – Preços ao produtor no Brasil caem em fevereiro, para 0,12%, após 12 altas seguidas
Os preços ao produtor no Brasil encerraram 12 meses de alta e passaram a cair em fevereiro, registrando baixa de 0,12% em relação ao mês anterior, informou o Instituto Brasileiro de Geografia e Estatística (IBGE).
O resultado levou o Índice de Preços ao Produtor (IPP) acumulado em 12 meses a uma alta de 9,41%.
Entre as 24 atividades analisadas, o IBGE apontou que em fevereiro 12 delas apresentaram variações negativas.
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5 – MPF abre investigação preliminar para apurar compra de ativos do Banco Master pelo BRB, diz fonte
O Ministério Público Federal (MPF) no Distrito Federal abriu uma investigação preliminar para apurar eventual ocorrência de “crime contra o sistema financeiro nacional” na compra de ativos do Banco Master pelo BRB, informou à Reuters uma fonte com conhecimento direto da iniciativa.
A fonte do MPF não forneceu detalhes sobre a investigação preliminar, que não foi tornada pública. Os promotores geralmente têm 30 dias para decidir se transformam uma notícia de fato, o nome técnico da investigação preliminar, em um inquérito criminal.
Representantes do Banco Master e do Banco de Brasília (BRB), que tem o governo do Distrito Federal como acionista majoritário, não responderam de imediato a pedidos de comentários.
*Com informações de Reuters