Ibovespa (IBOV) abre em queda e acompanha sangria dos mercados globais; 5 coisas para saber ao investir hoje (7)

O Ibovespa (IBOV) abre o pregão desta segunda-feira (7) em queda. O principal índice da bolsa brasileira recuava 0,12%, aos 126.985,86 pontos, por volta de 10h05 (horário de Brasília).
O dólar à vista subia ante o real nas primeiras negociações do dia, acompanhando os ganhos da divisa no exterior, à medida que os investidores continuavam ponderando sobre os planos tarifários do presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, que fomentavam temores de uma recessão global.
Por volta das 10h (horário de Brasília), o dólar à vista subia 0,39% R$ 5,8650.
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Radar do mercado:
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta segunda (7)
1 – Índice de Hong Kong sofre maior queda diária desde 1997
O principal índice acionário de Hong Kong sofreu sua maior queda desde 1997 nesta segunda-feira (7), depois que a China revidou as tarifas dos Estados Unidos com suas próprias taxas, aprofundando a turbulência do mercado em meio a temores de uma guerra comercial mais ampla, enquanto o fundo soberano de Pequim interveio para estabilizar as ações locais.
O índice Hang Seng, de Hong Kong, caiu 13,22%, a maior queda diária desde 1997, com as ações de empresas de tecnologia, energia solar, bancos e varejistas online afundando, uma vez que os investidores venderam qualquer ativo ligado ao crescimento e ao comércio global.
O índice CSI300 fechou em queda de 7,05%, já que a Central Huijin, ou a chamada “equipe nacional” de investidores apoiados pelo Estado, disse que aumentou as participações em ações chinesas para defender a estabilidade do mercado.
2 – Brasil se deu bem, mas por pouco tempo
O aparente alívio com a inclusão do Brasil nas novas tarifas impostas pelos Estados Unidos — com uma taxa de “apenas” 10% — durou pouco. Para Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, o que realmente pesa é o risco crescente de uma recessão global.
“No fim do dia, o que grita mais alto é o temor de recessão global — e não é para menos. Podemos estar testemunhando a maior ruptura no comércio internacional desde os anos 1930. Ou algo ainda mais ambicioso (e desastroso)”, disse.
Do ponto de vista da balança comercial brasileira, os impactos podem ser significativos, principalmente se o país não conseguir negociar isenções ou flexibilizações específicas. Os setores mais vulneráveis são aqueles com forte exposição ao mercado americano, como petróleo, café, suco de laranja, papel e celulose, aço, ferro e aeronaves. “Parte dessa produção até enfrenta concorrência interna nos EUA, mas substituir essas cadeias não é algo que se faz da noite para o dia”, pontua Spiess.
Por outro lado, o analista vê espaço para rearranjos comerciais que podem beneficiar o Brasil. A imposição de tarifas a países do Sudeste Asiático e as retaliações esperadas podem abrir caminho para o reposicionamento das rotas de exportação.
“O Brasil — se souber jogar — poderia se beneficiar nos dois flancos: ganhando espaço junto aos americanos ao substituir produtos asiáticos, e junto aos asiáticos ao suprir lacunas deixadas pelos EUA”, lembra Spiess.
Ainda assim, ele alerta que uma escalada descontrolada pode trazer impactos inevitáveis. “Se essa escalada tarifária descambar para uma recessão global séria, não há colchão que nos proteja por completo. O impacto negativo virá, mais cedo ou mais tarde.”
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3 – Goldman Sachs aumenta chances de recessão nos EUA para 45%
O Goldman Sachs elevou as chances de uma recessão nos Estados Unidos de 35% para 45%, a segunda vez que aumenta sua previsão em uma semana, em meio a um coro crescente de previsões desse tipo feitas por bancos de investimento devido à escalada da guerra comercial.
O Goldman elevou sua estimativa de 20% no início da semana passada, devido ao temor de que as tarifas planejadas pelo presidente dos EUA, Donald Trump, pudessem abalar a economia global. Dias depois, Trump anunciou tarifas mais altas do que o esperado, o que provocou uma liquidação nos mercados globais.
Desde então, pelo menos sete dos principais bancos de investimento aumentaram suas previsões de risco de recessão, com o J.P. Morgan colocando as chances de uma recessão nos EUA e no mundo em 60%, com o receio de que as tarifas não apenas incendeiem a inflação dos EUA, mas também desencadeiem medidas de retaliação de outros países, como a China já anunciou.
O Goldman, no domingo, reduziu sua perspectiva de crescimento econômico dos EUA para 2025 de 1,5% para 1,3%. Isso, no entanto, é maior do que a previsão de crescimento de 1% do Wells Fargo Investment Institute (WFII), enquanto o J.P.Morgan estima uma contração de 0,3%, em uma base trimestral.
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4 – Economistas cortam projeção do dólar em 2025 para R$ 5,90
Os economistas consultados pelo Banco Central (BC) cortaram as projeções para o dólar nos próximos anos, mostra o Boletim Focus. As apostas para o câmbio neste ano saíram de R$ 5,92 para R$ 5,90 por dólar.
Já para 2026 e 2028, as expectativas foram reduzidas para R$ 5,99 e R$ 5,85, respectivamente. A perspectiva para 2027 foi a única que se manteve estável, em R$ 5,90.
As estimativas para a inflação também seguiram sem alterações. Os economistas esperam que o Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) feche 2025 em 5,65%. Para os próximos três anos, as apostas são de: 4,50%, 4% e 3,78%.
Já as projeções para o Produto Interno Bruto (PIB) de 2025 e 2026 continuaram em respectivos 1,97% e 1,60%. O crescimento esperado para o país nos anos de 2027 e 2028 é de 2%.
Em relação à Selic, os economistas mantiveram as expectativas para 2025 em 15% e para 2026 em 12,50%. Para os dois anos seguintes, as perspectivas para a taxa de juros no Focus são de 10,50% e 10%.
5 – Equatorial (EQTL3) vende negócios de transmissão para canadense CDPQ por até R$ 9,4 bilhões
A Equatorial (EQTL3) anunciou a venda de sua unidade de transmissão elétrica para a canadense CDPQ. A operação atribui um valor de até R$ 9,4 bilhões aos ativos negociados.
Segundo o fato relevante divulgado, a negociação inclui 100% das ações da Equatorial Transmissão S.A., empresa que administra sete linhas de transmissão.
O valor patrimonial dos ativos foi estimado em até R$ 5,19 bilhões, com base no fechamento do primeiro semestre. Já a dívida associada aos ativos de transmissão somava R$ 2,86 bilhões no encerramento de 2024.
“Com a conclusão da operação, a Equatorial deixará de deter qualquer participação direta e/ou indireta na Equatorial Transmissão e nas Transmissoras, cujos ativos foram adquiridos em leilões de 2016 e 2017, e formam um portfólio representativo e de grande qualidade e rentabilidade no setor”, disse a companhia.
*Com informações de Reuters