Ibovespa (IBOV) cai aos 123 mil pontos com PIB, medidas do governo e payroll; 5 coisas para saber ao investir hoje (7)

O Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta sexta-feira (7) em queda. O principal índice da bolsa brasileira caia 0,28%, aos 123.018,17 pontos, por volta de 10h06 (horário de Brasília).
O dólar à vista oscilava pouco ante o real hoje, a caminho de fechar a semana com perdas, à medida que investidores analisam novos dados sobre o PIB brasileiro e aguardam relatório de emprego nos Estados Unidos e comentários do chair do Federal Reserve, Jerome Powell.
Por volta das 10h, o dólar subia 0,18% a R$ 5,7741.
- VEJA MAIS: Os balanços das maiores empresas estão saindo! Veja o que pode mexer com suas finanças e como se posicionar
5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta sexta (7)
1 – Governo adota medidas para controlar inflação dos alimentos
O governo chegou a uma solução para controlar a alta dos preços dos alimentos. A principal medida anunciada pelo ministro e vice-presidente Geraldo Alckmin é zerar a alíquota de importação da carne, café, açúcar, milho, óleo de girassol, azeite de oliva, sardinha, biscoitos, massas alimentícias e óleo de palma.
Também está nos planos a aceleração de municípios com Sisbi (Sistema Brasileiro de Inspeção de Produtos de Origem Animal), que inspeciona abate de animais, de 1.500 para 3.000 cidades no país; o estímulo e prioridade para alimentos no financiamento via Plano Safra; negociar com governadores para isenção do ICMS de produtos da cesta básica, que já são zerados nacionalmente; fortalecer e acabar com os estoques reguladores; e lançar um programa de publicidade dos melhores preços.
E o mercado deve analisar de perto essas medidas: primeiro para avaliar os reais efeitos das propostas na inflação de alimentos e também para calcular o impacto da renúncia fiscal.
2 – PIB brasileiro cresce 0,2% no 4T24 aquém das expectativas
O Produto Interno Bruto (PIB) brasileiro cresceu 0,2% no quarto trimestre de 2024 (4T24), o que representa uma desaceleração frente à alta de 0,9% no período de julho a setembro do mesmo ano. O PIB em valores correntes totalizou R$ 3,1 trilhões.
Com isso, o país fechou 2024 com um PIB de 3,4%, de R$ 11,7 trilhões. No ano anterior, atividade no Brasil cresceu 3,2%.
Somando R$ 11,7 trilhões, a atividade no Brasil registrou R$ 10,1 trilhões do Valor Adicionado a preços básicos e R$ 1,6 trilhões dos Impostos sobre Produtos líquidos de Subsídios.
Os números vieram em abaixo das expectativas do mercado, que esperava um avanço trimestral de 0,4% e anual de 3,5%.
- E MAIS: Calendário de resultados da próxima semana inclui Eletrobras, Rede D’Or, Cosan e outras empresas; acompanhe a cobertura completa de balanços
3 – Payroll
A grande expectativa do dia no mercado internacional está na divulgação do payroll. A projeção é da criação de 160 mil vagas de emprego, uma alta em relação aos 143 mil registrados em janeiro. A taxa de desemprego nos EUA deve permanecer em 4% e o salário médio pago por hora deve desacelerar para 0,3%.
Os números devem mexer com as apostas do futuro das taxas de juros americanas. No início da semana, uma redução da criação de vagas, registrada pelo relatório ADP, aumentou as projeções de que o Federal Reserve irá reduzir os juros em 0,75 ponto percentual até dezembro, com o início da retomada do ciclo de afrouxamento monetário em junho.
Matheus Spiess, analistas da Empiricus Reserach, destaca, porém, que há uma sombra pairando sobre esses números, já que cedo ou tarde, as iniciativas do DOGE – projeto de Elon Musk para trazer maior eficiência para o governo – devem começar a impactar o mercado de trabalho. Segundo ele, as previsões indicam que os efeitos se tornarão mais evidentes a partir de março e abril.
“O dado de hoje será um termômetro crucial para o mercado. O cenário ideal? Um número levemente abaixo do esperado – o suficiente para abrir espaço para cortes de juros, sem acionar o alarme vermelho da recessão iminente. Se vier muito forte, reforça a tese de um Federal Reserve mais cauteloso; se for fraco demais, aciona o pânico. O desafio, como sempre, é encontrar o equilíbrio, algo que anda escasso em Wall Street”, disse o analista.
3 – SLC Agrícola (SLCE3) anuncia compra da Sierentz Agro Brasil por US$ 135 milhões
A SLC Agrícola (SLCE3) informou ao mercado que assinou contrato para a compra da Sierentz Agro Brasil por US$ 135 milhões (cerca de R$ 777,6 milhões), em comunicado enviado nesta sexta-feira (7). O pagamento ficou acertado em três parcelas, sendo 60% na data do fechamento da transação, 20% em 30 de abril de 2026 e 20% na mesma data em 2027.
A Sierentez atua na produção de soja, milho e outros produtos agrícolas, além da criação de gado em sistema de integração lavoura-pecuária.
Conforme o comunicado, a operação é 100% em áreas arrendadas, localizadas nos estados do Maranhão (MA), Piauí (PI) e Pará (PA), totalizando aproximadamente 96 mil hectares físicos.
A SLC pontua que parte dessas áreas têm aptidão para a realização de segunda safra, totalizando um potencial de em torno de 135 mil hectares plantados.
Os contratos de arrendamento possuem um custo médio anual de 9,3 sacas de soja por hectare, com prazo médio de 13 anos.
4 – Importações da China caem com fraqueza da demanda e intensificação da guerra comercial
As importações da China encolheram inesperadamente no período de janeiro a fevereiro, enquanto as exportações perderam força, no momento em que a escalada das pressões tarifárias dos Estados Unidos lança uma sombra sobre a recuperação da segunda maior economia do mundo.
Nos dois primeiros meses do ano, houve o início de uma nova guerra comercial entre os EUA e a China, com o presidente norte-americano, Donald Trump, impondo uma taxa extra de 10% sobre os produtos chineses, argumentando que Pequim não fez o suficiente para conter o fluxo do opioide fentanil.
Isso fez com que os esforços dos exportadores para adiantar as remessas antes das restrições fossem interrompidos, enquanto a produção também diminuía à medida que os trabalhadores chineses paravam para o festival do Ano Novo Lunar.
*Com informações de Reuters