Ibovespa (IBOV) perde os 126 mil pontos, digerindo as apostas de inflação acima dos 5,50% e tarifas de Trump; 5 coisas para saber ao investir hoje (3)
O Ibovespa (IBOV) abriu o pregão desta segunda-feira (3) em queda. O principal índice da bolsa brasileira desacelerava 0,31%, aos 125.741,12 pontos, por volta de 10h05 (horário de Brasília).
O dólar à vista subia ante o real nas primeiras negociações desta segunda, em linha com outros mercados emergentes, à medida que os investidores demonstravam temores de uma guerra comercial após o presidente dos Estados Unidos, Donald Trump, impor tarifas no fim de semana sobre Canadá, México e China.
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Por aqui, o mercado nacional repercute a postura protecionista americana e deve ter dificuldade para escapar da onda negativa das bolsas internacionais.
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5 assuntos para saber ao investir no Ibovespa nesta segunda (3)
1 – Economistas cessam ajustes na Selic após 1º Copom de 2025, mas elevam inflação acima dos 5,50%
As apostas para a inflação de 2025 foram elevadas de 5,50% para 5,51% no Boletim Focus desta segunda-feira (3). Trata-se da 16ª alta consecutiva na projeção.
A primeira leitura do Índice Nacional de Preços ao Consumidor Amplo (IPCA) deste ano sai na próxima terça-feira (11). A projeção dos economistas consultados pelo BC é de uma alta de 0,13% em janeiro. Para 2026, 2027 e 2028, as expectativas para a inflação brasileira são de 4,28%, 3,90% e 3,74%, respectivamente.
Em relação à Selic, os economistas mantiveram as projeções para 2025 em 15%.
2 – ‘O primeiro impacto’
Nos EUA, o mercado acionário parecia encaminhado para encerrar a sexta-feira (31) em alta e registrar a terceira semana consecutiva de ganhos, até que um dos temas mais temidos pelos investidores interrompeu o rali: tarifas comerciais.
Matheus Spiess, analista da Empiricus Research, destaca que no meio da tarde, a Casa Branca desmentiu rumores sobre um possível adiamento e confirmou que uma tarifa de 25% será aplicada a produtos do México e do Canadá a partir de amanhã (4), enquanto a China enfrentará uma tarifa de 10%.
A confirmação veio no domingo, reforçando o tom protecionista do governo Trump. Com isso, a aversão ao risco, que já havia surgido no final da semana passada, retorna com força no início desta semana.
“O tom agressivo da política comercial dos EUA reacende o temor de uma possível aceleração inflacionária, tornando o cenário ainda mais desafiador para o Federal Reserve, que pode ser forçado a manter os juros inalterados por mais tempo enquanto monitora os efeitos iniciais das novas tarifas sobre a economia”, diz. “Esse ambiente contribui para a valorização do dólar no curto prazo, enquanto o mercado de ações enfrenta pressão negativa diante da incerteza crescente”.
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3 – Natura&Co (NTCO3): Acionista fundador reduz participação na companhia em 3% com doação à família
O acionista fundador do grupo Natura&Co (NTCO3), Guilherme Leal, reduziu sua participação na companhia de 7,166% para 4,166% por meio da doação de ações de sua propriedade a seus filhos, conforme comunicado ao mercado nesta sexta-feira.
Segundo a carta do acionista anexada ao documento, o movimento estabelece que seus três filhos passem a deter, cada um, 1% das ações da companhia.
A Natura&Co já havia informado em dezembro do ano passado que outro acionista fundador do grupo, Antonio Luiz Seabra, também reduziu sua fatia, de 14,36% para 4,79%, passando os papéis para esposa e filhos.
4 – S&P eleva classificação da Azul (AZUL4) para ‘CCC+’ após reestruturação de dívida
A agência S&P Global Ratings elevou a classificação de risco da Azul (AZUL4) de SD (selective default) para “CCC+” com perspectiva positiva.
Segundo a S&P, a atualização reflete a reestruturação bem-sucedida da dívida da companhia aérea e uma estrutura de capital “melhor”.
A agência destaca que a Azul melhorou sua liquidez e reduziu a dívida, após a troca da dívida, renegociação de passivos de arrendamento e emissão de notas superprioritárias. Ainda assim, pontua que o fluxo de caixa pode ser ameaçado pela volatilidade macroeconômica.
5 – Inflação da Zona do Euro acelera em janeiro com preços de energia
A inflação da zona do euro acelerou ligeiramente no mês passado, mas permaneceu em uma trajetória prevista que poderia permitir que o Banco Central Europeu reduza ainda mais as taxas de juros, possivelmente já em março.
O BCE reduziu os custos dos empréstimos no mês passado pela quarta vez consecutiva e deu a entender que poderia afrouxar ainda mais a política monetária uma vez que a inflação pode estar de volta à sua meta de 2% até meados do ano, o crescimento econômico está anêmico e uma guerra comercial com os EUA é uma possibilidade clara.
A inflação dos preços ao consumidor nas 20 nações que compartilham o euro acelerou para 2,5% em janeiro em uma base anual, de 2,4% em dezembro, informou a Eurostat na segunda-feira, um pouco acima das expectativas de uma pesquisa da Reuters com economistas, uma vez que os custos de energia acentuadamente mais altos aumentaram as pressões dos preços.
*Com informações de Reuters